Livros em espaços públicos
em Brasília se espalham
(*)Eugenio Santana
No início, a ideia era colocar ao menos 10 livros nas
prateleiras de um açougue na quadra 312 da Asa Norte, na Capital Federal.
Funcionaria da seguinte forma: o leitor pegava um exemplar, levava para casa e
devolvia após a leitura. Com o passar do tempo, o projeto tomou outras
proporções. No boca a boca, cada vez mais pessoas souberam da iniciativa e, com
isso, os livros, agora frutos de doações, foram parar nas paradas de ônibus.
Hoje, são 37 bibliotecas populares espalhadas nos pontos da W3 Norte. De lá pra
cá, passou-se uma década. E outros exemplos surgiram, enfatiza o criativo e heróico
fundador Luiz Amorim.
Além das atividades comerciais do açougue, o Açougue
Cultural T-Bone tem diversas programações culturais. Entre elas está a
“Noite Cultural T-Bone”, que está em sua 22ª edição. Por lá já passaram mais de
150 mil pessoas e centenas de artistas. Quem anima as noites é Miquéias
Paz, conhecido ator e mímico da cidade, que é o mestre de cerimônias
das noites culturais.
Outro projeto do estabelecimento é a “Parada
Cultural – Biblioteca Popular 24 horas”, que disponibiliza em cada ponto de
ônibus de Brasília uma mini-biblioteca, em que as pessoas pegam livros
emprestados, lêem e os devolvem em qualquer outro ponto da cidade. O
interessante é que o índice de perda ou dano dos livros é baixíssimo.
Quem se beneficiou desse programa foi Renata
Conceição, filha de uma empregada doméstica, estudante da rede
pública de ensino. Aos 18 anos, ela passou no vestibular para a UnB lendo os
livros que pegava nas paradas de ônibus. Grata ao projeto doou seus livros para
a Parada Cultural.
O T-Bone também conquistou importantes freqüentadores,
como Luiz Martins, jornalista, poeta e professor da Faculdade de
Comunicação da UnB, que é um dos mais assíduos no açougue.
(*) Jornalista, ensaísta e escritor Eugenio
Santana)
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