Um olhar poético e
diferenciado que reúne documentação e arte, por meio da linguagem fotográfica
como reveladora do cotidiano amazônico.
Reinaldo Coelho
As tradicionais e belíssimas exposições realizadas na Galeria de
Artes Antônio Munhoz Lopes, no Sesc Araxá, dará a oportunidade de seus
frequentadores e visitantes a ‘viajarem’ na exposição que se instalará naquele
local denominada “I’ã: Fotofragmentos de uma Amazônia Amapaense”, obra do
artista plástico e fotógrafo Paulo Rocha, que ficará para o deleite dos
amapaenses desde o dia 31 de outubro a 30 de novembro de 2017. A entrada é
gratuita, com classificação livre, e acontece de segunda a sexta-feira pela manhã
e à tarde.
A abertura do evento aconteceu com uma Vernissage na última
sexta-feira (27), patrocinada pelo Sistema Fecomércio, por meio do Sesc Amapá.
A abertura ainda haverá a programação especial com a performance da Companhia
Supernova de Teatro Experimental, roda do Batuque e Marabaixo com a Associação
Folclórica Devotos de São José – Marabaixo da Juventude e a apresentação da
“Suíte Xapiri/Curuocangô” – poesia sonora do Tatamirô Grupo de Poesia inspirada
nas etnias Kaiapó e Yanomami, com participação especial da didgeridoo girl
Thamires Werneck (MG).
A exposição
Com um olhar poético e diferenciado que reúne documentação e
arte, por meio da linguagem fotográfica como reveladora do cotidiano amazônico,
a exposição apresenta os Wajãpi, falantes nativos da língua Tupi que habitam o
território transfronteiriço Amapá-Guiana Francesa.
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Fotografo Paulo Rocha |
O fotógrafo explica que para os índios, aquilo que compreendemos
como imagem estaria para além do registro fotográfico, trata-se de alma,
memória e experiência, sintetizadas no termo I’ã. A exposição já foi
apresentada em espaços culturais alternativos do Amapá e de Minas Gerais, o
conjunto da obra evidencia a diversidade natural, cultural e o cotidiano
amazônico-amapaense.
As fotografias que têm um viés artístico e documental revelam as
singularidades do cotidiano da Amazônia e do Amapá, expressando a diversidade
natural e cultural da região. Rocha construiu a narrativa imagética com base em
conceitos fundamentais da cosmologia Wajãpi que está relacionada aos falantes
nativos da língua Tupi que habitam o território transfronteiriço do Amapá e
Guiana Francesa.
"A mostra não é composta apenas de fotos de povos
indígenas, mas peguei um conceito de um povo muito próximo [Wajãpi], mas
culturalmente, está tão distante de nós [da capital]. Nas fotos, conhecemos a
diversidade do amapaense. Costumes, faces e memórias estão compiladas na
exposição", explicou Paulo Rocha.
O fotógrafo explica que para os Wajãpi, aquilo que é compreendido
como imagem, está além do registro fotográfico, abrangendo a memória, a alma e
a experiência. No título da Exposição o termo I’Ã, corresponde à alma, umas das
partes componentes de cada ser humano e que pode ser entendida como princípio
vital e identificada em qualquer indivíduo por intermédio da pulsação e da
palavra.
São fotos de comunidades ribeirinhas, indígenas, rurais e do dia
a dia de quem vive em Macapá. A mostra, que já teve uma parte exposta no estado
e em Minas Gerais, está concluída e reúne fotos de 2012 até 2017.
O Fotógrafo
O amapaense Paulo Rocha graduou-se em Letras pela Universidade
do Estado do Amapá (Ueap). Além de fotógrafo, Rocha é artista plástico e
ativista cultural.
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