sábado, 28 de outubro de 2017

FIQUE INFORMADO

Esse Brasil fabuloso e imprevisível
Marco Antônio

Não bastasse, hoje, o Brasil ter 20% da população em situação de pobreza, perdendo para a maioria dos vizinhos sul-americanos. Come-se angu e bofe, mas se arrota caviar e champanhe. O estudo mostra o Brasil como 19º, nação da América Latina em atendimento de saneamento básico, atingindo pouco mais de 85% da população urbana, e o 14º com mais pessoas vivendo em favelas, fora aquele contingente que sobrevive nas vias públicas das grandes metrópoles.

Na situação em que o povo sobrevive de teimoso, onde tudo pode acontecer e com isso, parece que as previsões mais pessimistas se realizam, enquanto as otimistas viram lendas, e, mais do que isso, têm grandes probabilidades de desaparecer.

Estamos virando o país, não da fantasia, mas das “fábulas”! Onde vemos quantias exorbitantes caírem de conta em conta dos abastados, inclusive pela justiça; e o pais mitológico onde a população existe por mágica, sem educação, sem segurança ou saúde, e, principalmente, sem justiça, dos “abestados”. A agenda política gira cada vez mais em torno dela própria. O presidente articulando para salvar a própria pele, os congressistas trabalhando para manter poderes, barganhar verbas e, não raro, lutando para, se serem presos, que o sejam, em casa, na sombra e ao lado da piscina e da garrafa de uísque. Temos ainda uma briga de egos no Judiciário e um embate notório com os outros poderes. Ou seja, fica cada vez mais claro o distanciamento de Brasília, das fábulas financeiras, da realidade do resto do país, o fabuloso.

São situações vexaminosas que não merecem propaganda, mas o que vemos pela mídia revela, mui repentinamente, a face maquiada da realidade global. Talvez por tudo isso, cuida-se tanto de dourar o Brasil para receber as delegações e turistas para a Copa do Mundo, rocks em rios de dinheiro e outros mais. Estes desembarcarão, dirigir-se-ão aos melhores hotéis, fugirão estrategicamente das estradas e ruas intransitáveis, sem perceberem a pobreza ou a  miséria. Favelas, só as com barracões pintado para madonas verem.

Sem falar que agora o país virou de vez o circo de horrores, onde há pacotes turísticos destinados aos primeiromundenses virem passear e se deslumbrar com as nossas mazelas.

E assim caminha a insanidade, o brasileiro vivendo entre as valas negras e comendo as vacas magras, ou seja, há dias de brilhos nos olhos, e outros de clarões de tiros e balas, encontradas pelos médicos, nos corpos de inocentes. As boas notícias são: há bem pouco tempo ninguém poderia imaginar eficácia no enfrentamento da corrupção, onde a Operação Lava-Jato se esforça em demonstrar que esse objetivo é factível. As más notícias: a violência, que já faz parte do cotidiano dos brasileiros, transferiu-se para as famílias.

A violência hoje vem dominando assustadoramente o nosso país. Vivemos numa época em que o ato de cometer a violência, seja ela qual for; assalto, abuso contra crianças, com pessoas idosas, virou uma banalidade que só se diz, pelas redes sociais: mais um... kkkk. Não se tem mais segurança, proteção em lugar algum… Falta de Educação, desemprego, salários indignos, esses são alguns fatores que contribuem para que até indivíduos, antes de boa índole, cometa um ato de violência. Nas ruas e nas redes sociais, há uma preocupante polarização, que foi precedida pelo recorrente discurso do “nós contra eles”.

A superação da crise vai requerer talento, habilidade negocial e transparência. E, sobretudo, respeito à lei e às decisões judiciais. É assim que funciona no estado democrático de direito.


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