sábado, 14 de outubro de 2017

PIONEIRISMO




No porto próprio que construíra, em uma espécie de troca de mercadorias, embarcava castanha, pracaxi, ucuúba, entre outros, e em troca, recebia produtos de estiva como: açúcar branco, açúcar moreno, sal, aguardente, fósforo, entre outros produtos que supriam as necessidades da família e dos seus fregueses. Também tinha compra regular de madeira, tipo dormente, juntados em jangadas, para serem usados na construção, e depois manutenção da Estrada de Ferro do Amapá. Rodolfo Juarez – primogênito


Heráclito Juarez Filho – Homenagem póstuma – *1922 / +1973

Esta semana estaremos prestando uma homenagem póstuma ao pioneiro do comércio fluvial do Amapá, que com suas atividades de comercial através dos antigos regatão, criou 12 filhos, procurando adaptar seu trabalho as necessidades educacionais de todos eles. Onde estava uma escola lá Seu Heráclito se estabelecia e hoje a recompensa dessa sacrificada vida, que prematuramente deixou órfãos de pai, mas não de educação. Os Juarez tem nome escrito na história do Amapá, no comércio, na advocacia, na política e na economia. Os netos estão dando continuidades com especializações tecnológicas e radialistas. Todos tem passagem pelos meios de comunicação. O texto abaixo foi escrito pelo primogênito de Heráclito Juarez, o doutor Rodolfo Juarez.

O MEU PAI

Texto de Rodolfo Juarez

Meu pai completaria, se vivo fosse, no dia 7 de outubro de 2017, 95 anos de idade. Vida que foi prematuramente encerrada em 1973, aos 51 anos, depois de perder a luta contra uma arteriosclerose que venceu também os médicos e paramédicos da Beneficente Portuguesa, em Belém do Pará. Uma breve descrição desse homem que continua sendo referência para sua esposa, os doze filhos, e outros parentes e aderentes.
Heráclito Juarez Filho nasceu em Alagoas, em 7 de outubro de 1922, e morreu em Belém do Pará em 03 de dezembro de 1973, deixando a esposa Raimunda Pureza Juarez e 12 filhos: 9 homes e 3 mulheres.
primogênito Rodolfo Juares e filhos
Filho de Heráclito Juarez de Araújo e Silva e Rosa Lima de Araújo e Silva, Heráclito Juarez Filho era o 4.º filho da lista de oito que era composta por 5 homens e 3 mulheres.
Um pouco antes de casar, no começo do ano de 1944, construiu um pequeno abrigo, ao qual chamou de casa, nas margens do rio Lipo-Lipo, afluente do rio Santana, para onde, em 1949, mudou-se para um local que permitia melhor calado para ancorar embarcações do tipo regatão, comum naquela época.
No novo local, começou com a compra de borracha, na forma de bolão e pele, além de sernambi, todos comercializados em Belém do Pará.
No porto próprio que construíra, em uma espécie de troca de mercadoria, embarcava castanha, pracaxi, ucuúba, entre outros, e em troca, recebia produtos de estiva como: açúcar branco, açúcar moreno, sal, aguardente, fósforo, entre outros produtos que supriam as necessidades da família e dos seus fregueses. Também tinha compra regular de madeira, tipo dormente, juntados em jangadas, para serem usados na construção, e depois manutenção da Estrada de Ferro do Amapá.
Em 1954 mudou-se para a sede do município de Afuá, para dar oportunidade ao primeiro filho, que precisava ir para a escola regular que só era oferecido, naquela época, na sede do município.
Em 1959, depois da conclusão do Curso Primário do primeiro filho,com toda a família mudou-se para Macapá tendo como principal motivação o Exame de Admissão, pré-requisito para que houvesse o ingresso no Curso Ginasial. Chegou em Macapá na madrugada do dia 11 de dezembro de 1959, para morar no bairro do Elesbão, onde hoje é a esquina da Avenida Pedro Baião com a Rua São José, no começo do bairro Santa Inês.
Heráclito Juarez Filho sempre foi comerciante. Desde o começo, na confluência do rio Lipo-Lipo com o rio Santana, em 1944, já usava uma pequena montaria com motor de popa marca Penta, de 4 e ½ cavalos, que depois foi trocado por um motor Johnson de 8 cavalos e, mais tarde por um Penta de 12 cavalos, na poupa de uma “batelão” de madeira, como capacidade de uma tonelada, para transportar os produtos da floresta para a cidade de Afuá e de lá trazer, produtos de estivas para comercializar com os seus clientes, fornecedores dos produtos da floresta e aqueles que eram catados nos rios, como maracujá, camocim, xuru, juntamente como ucuúba, apanhado de paneirinho de cabo.
Quando chegou na sede do município de Afuá alugou uma embarcação de 12 toneladas e a vela, de nome “Maria Santíssima”, com a qual começou fazer o regatão entre Belém e Afuá, e entre Macapá e Afuá. Mais tarde comprou a canoa a vela Maria Santíssima que foi substituída por outra embarcação maior, de 26 toneladas, na qual colocou o nome de “Iate Juarez”.
No começo de 1970, já com os três primeiros filhos matriculados em cursos superiores em Belém do Pará, comprou uma casa que servia de apoio aos filhos estudantes e à toda a família, na capital paraense.
Heráclito Juarez Filho morreu em Belém do Pará em 03 de dezembro de 1973, aos 51 anos, depois de perder a luta contra uma arteriosclerose que venceu também os médicos e paramédicos da Beneficente Portuguesa, em Belém do Pará, deixando a esposa Raimunda Pureza Juarez e 12 filhos: 9 homens e 3 mulheres.

Seu corpo foi sepultado em Macapá no dia 6 de dezembro de 1973, e descansa em Paz no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no centro da cidade.

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