No porto próprio que construíra,
em uma espécie de troca de mercadorias, embarcava castanha, pracaxi, ucuúba,
entre outros, e em troca, recebia produtos de estiva como: açúcar branco,
açúcar moreno, sal, aguardente, fósforo, entre outros produtos que supriam as
necessidades da família e dos seus fregueses. Também tinha compra regular de
madeira, tipo dormente, juntados em jangadas, para serem usados na construção,
e depois manutenção da Estrada de Ferro do Amapá. Rodolfo Juarez – primogênito
Heráclito
Juarez Filho – Homenagem póstuma – *1922 / +1973
Esta
semana estaremos prestando uma homenagem póstuma ao pioneiro do comércio
fluvial do Amapá, que com suas atividades de comercial através dos antigos
regatão, criou 12 filhos, procurando adaptar seu trabalho as necessidades
educacionais de todos eles. Onde estava uma escola lá Seu Heráclito se
estabelecia e hoje a recompensa dessa sacrificada vida, que prematuramente
deixou órfãos de pai, mas não de educação. Os Juarez tem nome escrito na
história do Amapá, no comércio, na advocacia, na política e na economia. Os
netos estão dando continuidades com especializações tecnológicas e radialistas.
Todos tem passagem pelos meios de comunicação. O texto abaixo foi escrito pelo
primogênito de Heráclito Juarez, o doutor Rodolfo Juarez.
O MEU PAI
Texto de Rodolfo Juarez
Meu
pai completaria, se vivo fosse, no dia 7 de outubro de 2017, 95 anos de idade.
Vida que foi prematuramente encerrada em 1973, aos 51 anos, depois de perder a
luta contra uma arteriosclerose que venceu também os médicos e paramédicos da
Beneficente Portuguesa, em Belém do Pará. Uma breve descrição desse homem que
continua sendo referência para sua esposa, os doze filhos, e outros parentes e
aderentes.
Heráclito
Juarez Filho nasceu em Alagoas, em 7 de outubro de 1922, e morreu em Belém do
Pará em 03 de dezembro de 1973, deixando a esposa Raimunda Pureza Juarez e 12
filhos: 9 homes e 3 mulheres.
primogênito Rodolfo Juares e filhos |
Filho
de Heráclito Juarez de Araújo e Silva e Rosa Lima de Araújo e Silva, Heráclito
Juarez Filho era o 4.º filho da lista de oito que era composta por 5 homens e 3
mulheres.
Um
pouco antes de casar, no começo do ano de 1944, construiu um pequeno abrigo, ao
qual chamou de casa, nas margens do rio Lipo-Lipo, afluente do rio Santana,
para onde, em 1949, mudou-se para um local que permitia melhor calado para
ancorar embarcações do tipo regatão, comum naquela época.
No
novo local, começou com a compra de borracha, na forma de bolão e pele, além de
sernambi, todos comercializados em Belém do Pará.
No
porto próprio que construíra, em uma espécie de troca de mercadoria, embarcava
castanha, pracaxi, ucuúba, entre outros, e em troca, recebia produtos de estiva
como: açúcar branco, açúcar moreno, sal, aguardente, fósforo, entre outros
produtos que supriam as necessidades da família e dos seus fregueses. Também
tinha compra regular de madeira, tipo dormente, juntados em jangadas, para serem
usados na construção, e depois manutenção da Estrada de Ferro do Amapá.
Em
1954 mudou-se para a sede do município de Afuá, para dar oportunidade ao
primeiro filho, que precisava ir para a escola regular que só era oferecido, naquela
época, na sede do município.
Em
1959, depois da conclusão do Curso Primário do primeiro filho,com toda a
família mudou-se para Macapá tendo como principal motivação o Exame de
Admissão, pré-requisito para que houvesse o ingresso no Curso Ginasial. Chegou
em Macapá na madrugada do dia 11 de dezembro de 1959, para morar no bairro do
Elesbão, onde hoje é a esquina da Avenida Pedro Baião com a Rua São José, no
começo do bairro Santa Inês.
Heráclito
Juarez Filho sempre foi comerciante. Desde o começo, na confluência do rio
Lipo-Lipo com o rio Santana, em 1944, já usava uma pequena montaria com motor
de popa marca Penta, de 4 e ½ cavalos, que depois foi trocado por um motor
Johnson de 8 cavalos e, mais tarde por um Penta de 12 cavalos, na poupa de uma
“batelão” de madeira, como capacidade de uma tonelada, para transportar os
produtos da floresta para a cidade de Afuá e de lá trazer, produtos de estivas
para comercializar com os seus clientes, fornecedores dos produtos da floresta
e aqueles que eram catados nos rios, como maracujá, camocim, xuru, juntamente
como ucuúba, apanhado de paneirinho de cabo.
Quando
chegou na sede do município de Afuá alugou uma embarcação de 12 toneladas e a
vela, de nome “Maria Santíssima”, com a qual começou fazer o regatão entre
Belém e Afuá, e entre Macapá e Afuá. Mais tarde comprou a canoa a vela Maria
Santíssima que foi substituída por outra embarcação maior, de 26 toneladas, na
qual colocou o nome de “Iate Juarez”.
No
começo de 1970, já com os três primeiros filhos matriculados em cursos
superiores em Belém do Pará, comprou uma casa que servia de apoio aos filhos
estudantes e à toda a família, na capital paraense.
Heráclito
Juarez Filho morreu em Belém do Pará em 03 de dezembro de 1973, aos 51 anos,
depois de perder a luta contra uma arteriosclerose que venceu também os médicos
e paramédicos da Beneficente Portuguesa, em Belém do Pará, deixando a esposa
Raimunda Pureza Juarez e 12 filhos: 9 homens e 3 mulheres.
Seu
corpo foi sepultado em Macapá no dia 6 de dezembro de 1973, e descansa em Paz
no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no centro da cidade.
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