O MILIONÁRIO BUFFET DO GABINETE
Rodolfo Juarez
Tenho a impressão que a desilusão com os políticos está
fazendo com que os amapaenses pouco se importem com os resultados da política
partidária.
Os representantes federais, com poucas exceções, não
conseguem motivos para garantir o respeito do eleitor e da população de um modo
geral. Em desdobramento desta situação, ninguém se importa com que eles fazem
e, até, esquecem que são seus representantes que estão em Brasília, falando em
nome do povo do Amapá.
Por aqui, houve completo desinteresse do que os deputados
estaduais tratam na Assembleia Legislativa e até mesmo a imprensa só apresenta
destaque quando o assunto é negativo, em uma espécie de vingança pelo que os
deputados não fazem.
Cada vez mais se tem um espectro da confusa relação dos
deputados com o dinheiro que gastam para “manter” as despesas que são
“diretamente ligadas ao mandato”.
O Governo do Estado alegando a crise nacional, dividiu o
pagamento dos salários dos servidores e se acostumou, como que desafiando os
servidores do Estado que seguem sem receber, de uma vez, o trabalho que, dessa
forma, têm todo o direito de fazer pela metade.
Acontece que o dimensionamento do quadro de servidores
públicos é feito para não faltar, mas também, para não sobrar, isso quer dizer
que, quando há uma desmotivação causada pelo “comando”, também há um
descontrole no mando, nas iniciativas e, principalmente, no comprometimento.
Mesmo assim, na cabeça dos gestores, parece que tudo
passa como se nada tivesse errado ou incompleto.
Além do que há a questão dos empréstimos consignados que
são descontados do servidor e não repassados para o credor, uma espécie de
apropriação indevida por motivação inexplicável.
Mesmo assim, sem saber a realidade do Poder, de vez em
quando se percebe que a mordomia continua grassando quando se “descobre” no
Diário Oficial do Estado extrato de contrato de quase um milhão de reais para
atender as “necessidades” do Gabinete do Governador na prestação de serviço de
Buffet (Contrato n.º 004/2017-GAB/GOV). São mais de 81 mil reais por mês.
Enquanto isso Macapá continua como a capital com grandes
problemas e sem perspectivas de solução. Onde se coleta menos da metade do lixo
produzido e a idade média do asfalto é superior a 15 anos.
São quase seis bilhões de reais que a população coloca
nas mãos dos gestores do Estado para cuidar dos interesses mais urgentes como
saúde, educação e segurança. Esse trinômio precisa melhorar os seus resultados,
definir objetivos e alcançar, índices compatíveis com a quantidade de dinheiro
que é arrecadado do contribuinte que se vê impotente e enganado.
Esperar que alguma coisa se resolva a partir das eleições
de 2018 é o que resta, mas, convenhamos, 2019, quando começa o mandato do novo
gestor do Estado, ainda está longe e quem sabe se até lá a população aguenta.
Ver o Brasil se resolver e o Amapá continuar patinando é
o que causa maior preocupação.
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