domingo, 12 de novembro de 2017

Editorial





Ambulantes: Uma atividade que injeta recursos na economia

Com a sociedade cada vez mais complexa e um grande avanço no aumento populacional, condições de emprego tornam- se raridade. O que deveria ser algo comum a todos os cidadãos, um emprego, acaba por estar fora da realidade de muitos. Quem mora nas grandes cidades acompanha de perto essa realidade.
As calçadas estão repletas de vendedores ambulantes e camelôs, as ruas são ocupadas por pessoas vendendo todo tipo de produto, essa se tornou uma alternativa para os milhões de brasileiros excluídos da formalidade de um emprego. Relevante é considerar que esses trabalhadores buscam o trabalho e não a marginalidade como muitos, e devem ser melhores acolhidos pela sociedade, por escolherem uma forma honesta para sobreviver e manter suas famílias.
O comércio ambulante, na maioria dos casos, nos faz muito bem, como cidadãos, pois facilita a aquisição de mercadorias, desde que não seja pirata. Que sentido faz os fiscais da prefeitura gastarem seus dias perseguindo floristas, vendedores de frutas, cocada, pirulito, batata frita, churrasquinho “de gato”, beiju, amoladores de faca?
Mas hoje é proibido e a lei deve ser cumprida, certo?
Não custa lembrar que a lei, por aqui, sempre foi para poucos. Se não como explicar ilegalidades intocadas, como os milhares de terrenos em que a taxa de permeabilidade do solo não é respeitada; as guaritas, outdoor ilegais, estacionamentos ilegais; as empresas de ônibus que não cumprem horários; as calçadas esburacadas e sem acesso a deficientes.
Os camelôs não são o problema da cidade. Quem vive nas periferias convive com calçadas inacessíveis, mato crescendo, postes sem luz, praças sucateadas, esgoto a céu aberto. A Secretaria de Serviços Urbanos, que tem uma equipe qualificada, faria melhor se ocupasse-se destes problemas. 
O prefeito afirmou que não houve violência policial no confronto com os ambulantes, na orla de Macapá. Para comprovar isso bastaria ter acesso aos vídeos nas redes sociais. No entanto os vereadores macapaenses não tem comparecido junto a esses eleitores massacrados, Têm algo a esconder, não vão apoiar e quando chegar as eleições os seus votos são importantes?
O fato de não se cogitar ações truculentas como a desta semana contra ilegalidades mais prejudiciais à coletividade mostra que a questão aqui talvez não seja a aplicação da lei. Mas a aplicação do arraigado racismo brasileiro. Como disse Vânia Lucia, camelô há dez anos , em um desabafo ao prefeito:
“Nós não trabalhamos por luxo, nós precisamos trabalhar. Aqui não tem bandido. Aqui tem trabalhador. Aonde você quer fazer a gente parar?”

Esses vendedores ambulantes, são opções no fornecimento de serviços, em eventos de grande envergaduras, como Carnaval, festas religiosas e shows artísticos, fornecendo desde a alimentação a bebidas nos locais dos eventos. Muitas vezes organizados com cadastros e autorização provisórias. Porque esse pessoal não é efetivado com padronizações do município e garantindo a eles a possibilidade de gerarem renda e empregos, mesmos temporários?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...