Ambulantes: Uma
atividade que injeta recursos na economia
Com a sociedade cada vez mais complexa e um grande avanço
no aumento populacional, condições de emprego tornam- se raridade. O que
deveria ser algo comum a todos os cidadãos, um emprego, acaba por estar fora da
realidade de muitos. Quem mora nas grandes cidades acompanha de perto essa
realidade.
As calçadas estão repletas de vendedores ambulantes e
camelôs, as ruas são ocupadas por pessoas vendendo todo tipo de produto, essa
se tornou uma alternativa para os milhões de brasileiros excluídos da
formalidade de um emprego. Relevante é considerar que esses trabalhadores
buscam o trabalho e não a marginalidade como muitos, e devem ser melhores
acolhidos pela sociedade, por escolherem uma forma honesta para sobreviver e
manter suas famílias.
O comércio ambulante, na maioria dos casos, nos faz muito
bem, como cidadãos, pois facilita a aquisição de mercadorias, desde que não
seja pirata. Que sentido faz os fiscais da prefeitura gastarem seus dias
perseguindo floristas, vendedores de frutas, cocada, pirulito, batata frita,
churrasquinho “de gato”, beiju, amoladores de faca?
Mas hoje é proibido e a lei deve ser cumprida, certo?
Não custa lembrar que a lei, por aqui, sempre foi para
poucos. Se não como explicar ilegalidades intocadas, como os milhares de
terrenos em que a taxa de permeabilidade do solo não é respeitada; as guaritas,
outdoor ilegais, estacionamentos ilegais; as empresas de ônibus que não cumprem
horários; as calçadas esburacadas e sem acesso a deficientes.
Os camelôs não são o problema da cidade. Quem vive nas
periferias convive com calçadas inacessíveis, mato crescendo, postes sem luz,
praças sucateadas, esgoto a céu aberto. A Secretaria de Serviços Urbanos, que
tem uma equipe qualificada, faria melhor se ocupasse-se destes problemas.
O prefeito afirmou que não houve violência policial no
confronto com os ambulantes, na orla de Macapá. Para comprovar isso bastaria
ter acesso aos vídeos nas redes sociais. No entanto os vereadores macapaenses
não tem comparecido junto a esses eleitores massacrados, Têm algo a esconder,
não vão apoiar e quando chegar as eleições os seus votos são importantes?
O fato de não se cogitar ações truculentas como a desta
semana contra ilegalidades mais prejudiciais à coletividade mostra que a
questão aqui talvez não seja a aplicação da lei. Mas a aplicação do arraigado racismo
brasileiro. Como disse Vânia Lucia, camelô há dez anos , em um desabafo ao prefeito:
“Nós
não trabalhamos por luxo, nós precisamos trabalhar. Aqui não tem bandido. Aqui
tem trabalhador. Aonde você quer fazer a gente parar?”
Esses
vendedores ambulantes, são opções no fornecimento de serviços, em eventos de
grande envergaduras, como Carnaval, festas religiosas e shows artísticos,
fornecendo desde a alimentação a bebidas nos locais dos eventos. Muitas vezes
organizados com cadastros e autorização provisórias. Porque esse pessoal não é
efetivado com padronizações do município e garantindo a eles a possibilidade de
gerarem renda e empregos, mesmos temporários?
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