sexta-feira, 10 de novembro de 2017

SAÚDE EM FOCO

O “NOVEMBRO AZUL” PODE INICIAR COM UMA DOENÇA SILENCIOSA: A HIPERPLASIA PROSTÁTICA.
           Vários órgãos fazem parte do aparelho genital interno masculino, entre os quais a glândula prostática, localizada no assoalho pélvico, abaixo da bexiga. Essa glândula tem íntima relação com a função sexual e reprodutiva, produzindo o líquido prostático, que faz parte do esperma (onde estão células sexuais masculinas—os espermatozoides).
          As doenças que acometem a próstata afetam a função sexual e a função urinária, pois a uretra conduz tanto a urina quanto o esperma.  Quando essa aumenta de tamanho, com o avançar da idade, sobrevém o que chamamos de Hiperplasia Prostática Benigna( HPB), decorrente da aceleração da produção e divisão das células prostáticas, por influência hormonal, considerado o fator causal mais aceito pela ciência.
        Esse crescimento exagerado da glândula (hipertrofia) comprime a uretra, interferindo no fluxo normal da urina. O processo é progressivo. Somente a partir dos 40 anos é que começam a aparecer os sintomas da HPB: dificuldade para começar a urinar (hesitação e esforço), fraqueza na força e no jato da urina; incontinência urinária (vazamento espontâneo); desconforto urinário; urgência miccional (rapidez para ir ao banheiro);urinar várias vezes à noite(nictúria); sensação de não esvaziamento completo da bexiga.
         Isso ocorre por interferência do hormônio masculino – a testosterona --, que se transforma em outra substância mais forte, a diidrotestostero (DHT), por ação da 5-AR. Aos 60 anos metade (50%) dos homens sofrem da doença e aos 80 anos, quatro entre cinco homens mostram alterações evidentes de HPB. Isso vai depender do estilo de vida, da alimentação e de fatores hereditários.
          O diagnóstico é através do toque retal, que permite a palpação da superfície e do tamanho aumentado ou não da glândula. Às vezes isso pode acontecer sem sintomas urinários, o que retarda o diagnóstico. Daí a necessidade da prevenção, através do exame periódico: o toque e a dosagem de PSA. A orientação médica, de preferência com o Urologista, visa confirmar ou não o diagnóstico de HPB e descartar outras causas possíveis, como o câncer.  
          Uma dieta saudável pode ajudar a prevenir a doença. Comer cinco porções/diárias de frutas ou vegetais frescos, visando obter vitaminas, minerais (Se e Zn) e antioxidantes (flavonoides, a licopeno, betacaroteno). Os hormônios vegetais encontrados na soja, broto de feijão e vegetais crucíferos ajudam a desacelerar o crescimento da próstata. As fibra das frutas e legumes se ligam aos hormônios masculinos, presentes na bile, reduzindo sua absorção e transformação
       Muitos casos de HPB não exigem um tratamento. Nos casos mais benignos (Estágios II e III) o tratamento conservador com fitoterápicos é adotado em vários países europeus como Alemanha, Áustria, Suíça e Itália (SCHULZ, V.;HANSEL,R.;TYLER, V.E., 2002).
         Entre as plantas medicinais recomendadas:  U. dioica (Urtiga), cujos constituintes  inibi a 5-AR e aromatase, reduzindo a DHT; pode ser usada a infusão: 1,5 g de raiz em 1 xic. chá (150 ml)); C. pepo (Abóbora ou jerimum), que inibe competitivamente  a 5-AR, na forma de pó das sementes descascadas: 1 a 1,5 colheres de sopa, 3xdia.(SAAD, G.A. et al, 2009); podem ser usados o extrato da semente(400mg por cápsula): 3 a 5 cápsulas/dia (ALONSO, 2008); Z.mays L. (estigma de milho), possuindo ação diurética com o chá por infusão ou decocção a 5% a 10%: 50 a 200 ml/dia (SAAD, G.A. et al 2009).
         O extrato de raiz de urtiga foi comprovada por estudos observacionais controlados por placebo ( VONTOBEL et al.,1985) que obteve melhora dos sintomas, sendo indicada pela Comissão E alemã para “dificuldades de micção associada com adenoma prostático estágios I-II”. Embora o uso das sementes da abóbora ainda seja baseado em conhecimento empírico, a monografia da CE recomenda o seu uso na dosagem de 10g das sementes inteiras ou rasuradas. ( JARBAS ATAÍDE, 06.11.2017)





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