sábado, 11 de novembro de 2017

SUPERAÇÃO PELO ESPORTE


 
Tour pelas Guianas

HUDSON RAMOS: “No futebol uma lesão me tirou do gramado, no ciclismo tive a continuidade no esporte”.







Reinaldo Coelho

Da grama para a estrada. É uma imagem bastante corrente. Na retomada para o esporte, futebolistas de alto nível pedalam suas bicicletas e até sobem colinas com elas para continuarem praticando esportes. Muitos o fazem para manter o alto nível nos gramados outros por não poderem mais voltar para eles, isso devido a graves lesões que não os permitem praticar o futebol de campo.

E muitos optam por pedalar uma bike, por recomendação médica ou por adotá-las como prática esportiva, caso do nosso desportista Hudson Ramos, 32 anos, nascido em Fortaleza (CE), que veio para o Amapá aos 3 anos de idade por mudança de local de trabalho de seus pais. “Meu pai é Técnico em Manutenção de Refrigeração e minha mãe Contabilista. Somos quatro irmãos, eu cheguei com três anos de idade em Macapá, e sou amapaense por adoção, de coração. Fiz meus estudos na Escola Estadual “Tiradentes", em Macapá
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Como todo brasileiro, Hudson tinha no futebol seu esporte predileto e o sonho de alcançar o nível do profissional e partiu das peladas, passou pelo semiprofissional em uma Escola de Base o Renovação Esporte Clube. “Comecei tarde no profissional, para os atuais padrões do futebol brasileiro, estava com 12 anos de idade quando entrei em uma Escola de Futebol de Base”.
Foram nove anos dedicados ao futebol de campo. Hudson defendeu o Trem Desportivo Clube, Amapá Clube, Ypiranga Clube, Santos (AP) – antes da era de Luciano Marba, São Paulo (Ap), Clube Municipal Ananindeua (Belém-PA), Clube Atlético Bragantino e Uberaba Sport Club, em BH.


“Disputei os campeonatos estaduais amapaenses e consegui o título de Campeão Amapaense. Logo em seguida fui para fora do Estado do Amapá defendendo dois clubes mineiros. Voltei para o Amapá e devido a uma lesão no púbis tive de deixar os gramados. Esse fato ocorreu e não tive o tratamento devido, não citarei o clube que não me ajudou a superar esse problema. Mas aos 24 anos de idade é uma situação difícil para qualquer jogador lidar com essa situação”.
A recuperação é dolorida, tanto física quando psicológica. Humberto que tinha no futebol seus sonhos de vida percebeu que isso começava a ser interrompido. Uma lesão no púbis vem atingindo muito os jogadores de futebol, devido à grande carga de exercícios e vem ganhando muito apelo no mundo esportivo, e é cada vez mais frequente em atletas recreacionais e profissionais.
Velha conhecida dos atletas, a pubalgia há tempos ganhou status de inimiga dos atletas. A última vítima amaldiçoada foi um dos maiores ídolos do futebol mundial. Em uma matéria do jornal espanhol Marca, o meia Kaká, do Real Madrid, declarou que terá que se tratar – "por toda a vida" – para evitar o reaparecimento da doença que chegou a afastá-lo dos campos por 42 dias.

O prognóstico, no entanto, não é tão sombrio. Embora dolorosa, a pubalgia pode ser mantida sob controle e não é o fim do mundo para os atletas. Ao contrário de décadas atrás. No passado muitos esportistas tiveram a carreira interrompida ou prejudicada por desconhecerem a doença e seu tratamento. Mas precisa de muita atenção do departamento médico dos clubes.


Foi o que Hudson não teve – “tratamento” –, que é, de longe, a pior parte de todo o processo. “É você estar numa cama e saber que ainda não pode correr, jogar bola e nem mesmo andar direito e sem perspectiva de cura. Só lhe resta o som do silêncio para pensar o que vai fazer daqui para frente”.
Aos 16 anos Hudson Ramos encontrou no ciclismo mais uma opção esportiva e logo estava competindo no circuito amapaense. “Meus vizinhos e grandes incentivadores foi o casal de ciclistas Adalpã e Rosilda. Sempre conciliando bike e futebol. Fui campeão norte nordeste e ciclismo na categoria Junior.
Ele conta que participou de duas temporadas no ciclismo, uma aos 16 e outra aos 18 anos. “Devido ao problema da lesão fiquei na ‘geladeira’ por onze meses no futebol. Ganhei um filho em Fortaleza e aos 28 anos de idade retomei definitivamente ao ciclismo como esporte da minha vida”.

Hudson Ramos, ciclista, está a quatro anos disputando os eventos regionais, nacionais e internacionais. “Estou a quatro anos direto praticando o ciclismo, me sinto um “bebê” pedalando. Meu único Clube no Amapá foi o Casa Chama, que até hoje considero meu clube preferido. Pois a modalidade esportiva no Amapá é amadora, e não existe vantagens em você viver trocando de equipe, pois, na maioria das vezes, é o próprio atleta que se sustenta, tem que trabalhar para poder se manter e ao seu esporte”.

Para o hoje ciclista – “Acredito que ainda estou em processo de transformação, do corpo. São 2 esportes (Futebol e Ciclismo) completamente diferentes, mas que se completam, principalmente o ciclismo que hoje é adotado por muitos treinadores para ajudar o jogador a ganhar resistência.

Hoje, Hudson Ramos está sediado em Caiena, na Guiana Francesa, e está disputando os campeonatos ciclísticos locais. “Em um primeiro momento vim participa do Tour de Guyane 2016, representando o Estado do Amapá. Terminando o tour 2016 recebi convite para participa da temporada de 2017 por uma equipe local, o Sprint Club Macouria S.C.M e é o que estou fazendo, quando terminar esta temporada vamos ver como fico,
Disputando eventos ciclistas em Caiena
estou casado aqui na Guiana Francesa, poderei retornar, pois não fecho nenhuma porta e vou me definir por aqui”.

Comparando a modalidade de ciclismo do Amapá, com a da Guiana Francesa, Hudson encontrou muita diferença. “Aqui o esporte é valorizado, vou te dar um exemplo, durante as corridas os meios de comunicação locais as transmitem ao vivo na TV e nas Rádios guianenses, temos patrocínio e apoio. Passei cinco meses recebendo da minha equipe, hoje já estou empregado há dois meses”.

Achou muito importante as mudanças no Ciclismo do Amapá, a nova diretoria da Federação Amapaense de Ciclismo, a entrada de uma equipe com recursos financeiros e técnicos que está investindo em seus atletas e os ajudando financeiramente. “Esta transição é muito importante para a profissionalização do ciclismo no Amapá. Porém é preciso que todos se unam para que se concretize, concorrer é bom mais com desportividade. Os atletas tem que ser valorizados e ter tempo para se prepararem, sem a preocupação em ter recursos para comprar passagem para disputar eventos nacionais e internacionais, isso é responsabilidade das equipes e dos órgãos desportivos. PARABÉNS AO AMAPÁ”.

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