Tour pelas Guianas
HUDSON RAMOS: “No futebol uma lesão me tirou do gramado,
no ciclismo tive a continuidade no esporte”.
Reinaldo Coelho
Da grama para a estrada. É uma imagem
bastante corrente. Na retomada para o esporte, futebolistas de alto nível
pedalam suas bicicletas e até sobem colinas com elas para continuarem
praticando esportes. Muitos o fazem para manter o alto nível nos gramados
outros por não poderem mais voltar para eles, isso devido a graves lesões que
não os permitem praticar o futebol de campo.
E muitos optam por pedalar uma bike, por
recomendação médica ou por adotá-las como prática esportiva, caso do nosso
desportista Hudson Ramos, 32 anos, nascido em Fortaleza (CE), que veio para o
Amapá aos 3 anos de idade por mudança de local de trabalho de seus pais. “Meu
pai é Técnico em Manutenção de Refrigeração e minha mãe Contabilista. Somos
quatro irmãos, eu cheguei com três anos de idade em Macapá, e sou amapaense por
adoção, de coração. Fiz meus estudos na Escola Estadual “Tiradentes", em Macapá
.
Como todo brasileiro, Hudson tinha no futebol
seu esporte predileto e o sonho de alcançar o nível do profissional e partiu
das peladas, passou pelo semiprofissional em uma Escola de Base o Renovação
Esporte Clube. “Comecei tarde no profissional, para os atuais padrões do
futebol brasileiro, estava com 12 anos de idade quando entrei em uma Escola de
Futebol de Base”.
Foram nove anos dedicados ao futebol de
campo. Hudson defendeu o Trem Desportivo Clube, Amapá Clube, Ypiranga Clube,
Santos (AP) – antes da era de Luciano Marba, São Paulo (Ap), Clube Municipal
Ananindeua (Belém-PA), Clube Atlético Bragantino e Uberaba Sport Club, em BH.
“Disputei os campeonatos estaduais amapaenses
e consegui o título de Campeão Amapaense. Logo em seguida fui para fora do Estado
do Amapá defendendo dois clubes mineiros. Voltei para o Amapá e devido a uma
lesão no púbis tive de deixar os gramados. Esse fato ocorreu e não tive o
tratamento devido, não citarei o clube que não me ajudou a superar esse
problema. Mas aos 24 anos de idade é uma situação difícil para qualquer jogador
lidar com essa situação”.
A recuperação é dolorida, tanto física quando
psicológica. Humberto que tinha no futebol seus sonhos de vida percebeu que
isso começava a ser interrompido. Uma lesão no púbis vem atingindo muito os
jogadores de futebol, devido à grande carga de exercícios e vem ganhando muito
apelo no mundo esportivo, e é cada vez mais frequente em atletas recreacionais
e profissionais.
Velha conhecida dos atletas, a pubalgia há
tempos ganhou status de inimiga dos atletas. A última vítima amaldiçoada foi um
dos maiores ídolos do futebol mundial. Em uma matéria do jornal espanhol Marca,
o meia Kaká, do Real Madrid, declarou que terá que se tratar – "por toda a
vida" – para evitar o reaparecimento da doença que chegou a afastá-lo dos
campos por 42 dias.
O prognóstico, no entanto, não é tão sombrio.
Embora dolorosa, a pubalgia pode ser mantida sob controle e não é o fim do
mundo para os atletas. Ao contrário de décadas atrás. No passado muitos
esportistas tiveram a carreira interrompida ou prejudicada por desconhecerem a
doença e seu tratamento. Mas precisa de muita atenção do departamento médico
dos clubes.
Foi o que Hudson não teve – “tratamento” –,
que é, de longe, a pior parte de todo o processo. “É você estar numa cama e
saber que ainda não pode correr, jogar bola e nem mesmo andar direito e sem
perspectiva de cura. Só lhe resta o som do silêncio para pensar o que vai fazer
daqui para frente”.
Aos 16 anos Hudson Ramos encontrou no
ciclismo mais uma opção esportiva e logo estava competindo no circuito
amapaense. “Meus vizinhos e grandes incentivadores foi o casal de ciclistas
Adalpã e Rosilda. Sempre conciliando bike e futebol. Fui campeão norte nordeste
e ciclismo na categoria Junior.
Ele conta que participou de duas temporadas
no ciclismo, uma aos 16 e outra aos 18 anos. “Devido ao problema da lesão
fiquei na ‘geladeira’ por onze meses no futebol. Ganhei um filho em Fortaleza e
aos 28 anos de idade retomei definitivamente ao ciclismo como esporte da minha
vida”.
Hudson Ramos, ciclista, está a quatro anos
disputando os eventos regionais, nacionais e internacionais. “Estou a quatro
anos direto praticando o ciclismo, me sinto um “bebê” pedalando. Meu único
Clube no Amapá foi o Casa Chama, que até hoje considero meu clube preferido.
Pois a modalidade esportiva no Amapá é amadora, e não existe vantagens em você
viver trocando de equipe, pois, na maioria das vezes, é o próprio atleta que se
sustenta, tem que trabalhar para poder se manter e ao seu esporte”.
Para o hoje ciclista – “Acredito que ainda
estou em processo de transformação, do corpo. São 2 esportes (Futebol e
Ciclismo) completamente diferentes, mas que se completam, principalmente o
ciclismo que hoje é adotado por muitos treinadores para ajudar o jogador a
ganhar resistência.
Hoje, Hudson Ramos está sediado em Caiena, na
Guiana Francesa, e está disputando os campeonatos ciclísticos locais. “Em um primeiro
momento vim participa do Tour de Guyane 2016, representando o Estado do Amapá. Terminando
o tour 2016 recebi convite para participa da temporada de 2017 por uma equipe
local, o Sprint Club Macouria S.C.M e é o que estou fazendo, quando terminar
esta temporada vamos ver como fico,
estou casado aqui na Guiana Francesa,
poderei retornar, pois não fecho nenhuma porta e vou me definir por aqui”.
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Disputando eventos ciclistas em Caiena |
Comparando a modalidade de ciclismo do Amapá,
com a da Guiana Francesa, Hudson encontrou muita diferença. “Aqui o esporte é
valorizado, vou te dar um exemplo, durante as corridas os meios de comunicação
locais as transmitem ao vivo na TV e nas Rádios guianenses, temos patrocínio e
apoio. Passei cinco meses recebendo da minha equipe, hoje já estou empregado há
dois meses”.
Achou muito importante as mudanças no
Ciclismo do Amapá, a nova diretoria da Federação Amapaense de Ciclismo, a
entrada de uma equipe com recursos financeiros e técnicos que está investindo
em seus atletas e os ajudando financeiramente. “Esta transição é muito
importante para a profissionalização do ciclismo no Amapá. Porém é preciso que
todos se unam para que se concretize, concorrer é bom mais com desportividade.
Os atletas tem que ser valorizados e ter tempo para se prepararem, sem a
preocupação em ter recursos para comprar passagem para disputar eventos
nacionais e internacionais, isso é responsabilidade das equipes e dos órgãos
desportivos. PARABÉNS AO AMAPÁ”.
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