sábado, 11 de novembro de 2017

ZONA PRIORITÁRIA PARA PEDESTRES




ZONA PRIORITÁRIA PARA PEDESTRES

Alameda Serrano

As Alamedas Francisco Serrano e Largo dos Inocentes são locais históricos esquecidos

LARGO DOS INOCENTES
Durante as noites o lugar
vira território livre para viciados
Zona prioritária para pedestres ou ‘woonerfs’, como são chamadas na Europa e América do Norte, são vias públicas onde os pedestres e ciclistas têm prioridade sobre os automóveis e motocicletas, ou seja, uma rua prioritariamente para pedestres, também chamada de Alameda.



Reinaldo Coelho

Macapá precisa de um projeto arquitetônico urbanístico que venha modificar o tratamento que está sendo dado para o antigo centro de Macapá, a “Cidade Velha”. Macapá está se desenvolvendo para todos os lados e esta parte antiga está começando a se degradar. O comércio ali localizado dá vida intensa, devido se concentrar a maioria das agências bancárias e as grandes lojas comerciais, produzindo assim um fluxo intenso de pessoas, porém, no horário noturno fica entregue aos boêmios, aos usuários do álcool e da droga.

A Orla de Macapá é que ameniza esse tétrico cenário das praças, alamedas e pontos turísticos do Centro de Macapá, ai se inclui a Alameda Francisco Serrano, Teatro das Bacabeiras e suas pracinhas, a Alameda Largo dos Inocentes, Praça Veiga Cabral, Praça Barão do Rio Branco, as pracinhas da Caixa D’Água, do Centro, que devido a não oferecer opções de lazer ou cultural, as famílias ali não frequentam, tanto que a Praça Veiga Cabral, quando recebe ações culturais municipais ou privadas, tem garantia de grande frequência. Isso durante o dia, pois a noite os frequentadores são de ídolos duvidosos, ou da prostituição feminina e masculina, e de crianças.

No Largo dos Inocentes, que foi urbanizado e transformado em um logradouro, na gestão de João Henrique, então prefeito de Macapá, foi vandalizado quebraram lâmpadas e telhas da sede da entidade depois que a direção denunciou badernas no local. Até os bancos foram destruídos pelos criminosos.

O lugar fica atrás da Igreja de São José, no Centro de Macapá, no local mais conhecido como “Formigueiro”, e já passou por processo de tombamento. Estudantes reclamam do descaso com o espaço que foi tomado por viciados em drogas durante a noite.

É muito importante que os cidadãos tenham um relacionamento saudável com o centro de suas cidades, pois isso os atrai de volta e dinamiza a vida da região, o que melhora a imagem desses centros urbanos. As características únicas e próprias de cada centro histórico são a base para a melhoria da qualidade de vida nesses locais. E Macapá tem tudo isso e muito mais.

Transformar para atrair e preservar

Atualmente a temática de questões urbanas, quanto ao crescimento, o desenvolvimento e o futuro das cidades, tem sido muito discutida a preocupação é com as questões do cuidado com o patrimônio histórico e da relação entre cidadão e cidade são de grande importância para o desenvolvimento e o crescimento das cidades atualmente.
“Como qualquer organismo vivo, a cidade permanentemente se transforma e vai se tornando o registro implacável da própria sociedade”. A frase de Benedito Lima de Toledo mostra que a preservação do patrimônio histórico é um fator essencial para a sociedade e para a vida da cidade, pois resgata a sua identidade e gera orgulho para os seus habitantes ao mesmo tempo em que explora o caráter mutável de uma cidade em desenvolvimento, fator que os patrimônios arquitetônicos têm que acompanhar para poder sobreviver.

Woonerfs

Em uma postagem de ‘Harife Viégas’, no Realidade Urbana, ele explica que woonerfs são vias públicas onde os pedestres e ciclistas têm prioridade sobre os automóveis e motocicletas, ou seja, uma rua prioritariamente para pedestres, também chamada de “Zona prioritária para pedestres”.  O termo surgiu na Europa nas últimas décadas, mas ainda é pouco conhecido e explorado no Brasil, assim como as cidades ao redor do mundo as cidades brasileiras cresceram e se desenvolveram desde o século XX em função do automóvel, em muitas dessas cidades, casas, pequenas alamedas e até o estilo de vida de determinadas regiões da cidade foram alterados ou destruídos em função da abertura, prolongamento, construção ou alargamento de vias para dar lugar ao trânsito pesado das grandes cidades.


Macapá tem áreas que poderiam vir a ser um woonerf, a Alameda Francisco Serrano, Alameda Largo dos Inocentes e existe  um projeto da construção de uma alameda interligando a Cândido Mendes, no local onde funcionava um galpão do GEA e o prédio da antiga Coordenação de Merenda Escolar do Amapá, do governo Federal, com a Avenida Independência na frente da cidade  que fica bem no centro comercial e aparentemente não foi construída para ser uma via para carros, e onde passam diariamente milhares de pessoas que trabalham seja nas lojas, nos órgãos públicos ou escritórios na região.

Alameda Serrano


A Alameda Francisco Serrano foi inaugurada na década de 1980 pelo governador Annibal Barcellos, que compõe um dos cenários de referência da Macapá que conhecemos. 
De acordo com o texto de Verenna Araújo, a engenheira Luiziane Serrano é neta de Francisco Serrano. O primeiro farmacêutico de Macapá a se instalar as mediações da Alameda. A família de Francisco Serrano possuía o lote que abrigou a residência, o laboratório e a farmácia por muitos anos. Luiziane conta que a avó foi contra a venda de uma parte do terreno da família. Mas como outras famílias que viviam na região também foram indenizadas e se mudaram do local, ela acabou aceitando. Na imagem família de Francisco Serrano acompanha a inauguração da Alameda na década de 1980.
Conta-se que na época a Alameda foi planejada para concentrar alguns estabelecimentos comerciais da Macapá com vistas a ampliação do turismo na região. Seria uma espécie de convite aos frequentadores para que desfrutassem do chamado “turismo de experiência” por meio da gastronomia da cultura regional.
Infelizmente, os patriarcas da família não puderam acompanhar a inauguração quando a obra foi concluída. Mas participaram da cerimônia, os filhos do casal Marlindo e Marlúcio Serrano. Além dos pais de Luiziane, Luiz Martins Serrano e Maria Tereza da Silva Serrano.

Abandonada




Passados mais de 30 anos da inauguração da Alameda, pouco se investiu neste segmento para promover a ampliação dos serviços na região. Sobretudo os comércios que se estabeleceram neste período e que também compõem parte da história do lugar. Sofrendo com a ação do tempo pela pouca manutenção, os macapaenses também poderiam usufruir melhor do local assim como os curitibanos o fazem com a Rua preferida – a XV de Novembro.
Se reformulada, a Alameda Francisco Serrano seria uma ótima opção de almoço e descanso para as pessoas que trabalham naquela área, e seria importante também dar uma utilidade noturna para aquela alameda uma vez que a noite aquela é uma região relativamente insegura.
E infelizmente também virou estacionamento privado. Pelas imagens dá para perceber que quase todo o espeço é ocupado por carros particulares, seja dos proprietários do comércio, ou dos moradores dos apartamentos existentes nos andares superiores e alguns utilizam para estacionar enquanto andam pelo comércio.
“O espaço que foi construído com o objetivo de beneficiar os moradores do centro de Macapá, virou vaga de estacionamento para quem deseja parar na Alameda. Tem dia que mais de vinte carros ocupam a área e os próprios pedestres sofrem dificuldade para passar pela região”, reclamou um dos frequentadores das lojas ali localizadas.
A noite o local é frequentado por drogaditos e marginais que se aproveitam do abandono do local e passam a roubar lojas ali localizadas. O empresário e proprietário da loja Palácio dos Esportes, Marcos Cardoso, que mora próximo da empresa, contou que sua loja teve a vitrine blindada quebrada e saqueada.
“Quando olhamos pela marquise vimos uma pessoa correndo. Descemos e encontramos esse prejuízo aí. A gente trabalha tanto, mas os bandidos estão tomando conta da cidade. Temos falado muito sobre a insegurança aqui na Alameda Serrano”, frisou o empresário, que também é presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
A estratégia de aliar o turismo a uma referência cultural é colocada pela pesquisadora Maria Tereza Luchiari no livro ‘Olhares Contemporâneos sobre o Turismo’, onde ela explica que esta não é uma atividade que dependa exclusivamente da “vocação natural da região”.
Para ela a função social de determinado lugar pode ser construída artificialmente com o intuito de elevar a capacidade econômica e política da cidade. Sobretudo por que o turismo reinventa uma autenticidade histórica que promove os costumes, hábitos e tradições locais.
Ao recuperar antigas práticas e memórias e de um lugar e valorizá-las como bem coletivo, a cultura de uma região se fortalece e cria novos hábitos de utilização dos ambientes sociais.

História da Alameda Serrano
                
Havia uma antiga passagem, em Macapá, que foi transformada em passeio público pelo primeiro governo Barcellos, ainda no Amapá como Território Federal.
Na verdade era uma viela chamada de “beco”: – uma rua estreita e curta que não permitia a passagem de veículos, e saia atrás do Macapá Hotel.
Nos idos de 50/60 funcionou por lá uma hospedaria (barracão dos imigrantes) do Governo do Território (a outra hospedaria ficava na descida do cemitério na altura da Av. Cora de Carvalho) para abrigar os colonos, quando vinham para a cidade.
Neste mesmo "beco" – na parte detrás do antigo prédio da farmácia – funcionou a fábrica do Super Guaraná - que era concorrente do FLIP – dos irmãos Zagury. Mais atrás ainda funcionava a Boate Gelly, num prédio super pequeno.
‘Francisco Serrano’ foi um farmacêutico paraense que chegou cedo ao Amapá e foi proprietário, por muitos anos, da Farmácia e Drogaria Serrano, que ficava de frente para a Cândido Mendes, e precisou ser demolida para permitir o prosseguimento da General Gurjão.
É bom lembrar que a primeira farmácia do Sr. Francisco Serrano funcionava no prédio de alvenaria na esquina, isso no tempo do pai deles. Após a morte do "seu" Serrano, os filhos atravessaram a rua e se instalaram, em frente, com o empreendimento já administrado por eles.

(Parte do texto é redação do João Silva)

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