Luiz Cabral de Castro
O homem evoluiu e sofisticou também seus hábitos alimentares. A história
da alimentação do homem e a história sócio-política se complementam durante a
sua evolução. Do homem das cavernas até o contemporâneo, a necessidade
alimentar é um dos fatores básicos de sobrevivência, sendo também indispensável
a uma qualidade de vida satisfatória.
A alimentação é um tema de
interesse e preocupação política em todo planeta. Garantir comida em quantidade
e qualidade suficiente para todos os seres é um dos maiores desafio do homem.
Por definição, a cultura alimentar é um sistema simbólico formado pelo conjunto de diversas influências (históricas, ambientais e regionais), nas quais cada sociedade estabelece um conjunto de práticas consolidadas ao longo do tempo. Dessa forma, a cultura alimentar é a expressão da identidade de diversos povos por meio da alimentação e é considerada como patrimônio imaterial.
A cultura alimentar brasileira é bastante complexa,
e não se configura apenas como a combinação típica “feijão com arroz”. A
cultura alimentar brasileira foi formada, basicamente após a chegada dos portugueses ao Brasil, pela imigração de colonos
(italianos, alemães, poloneses, japoneses), entre outros, além dos indígenas e
escravos africanos. Essa miscigenação de povos resultou em uma herança cultural
alimentar riquíssima.
A grande variação da cultura alimentar, observada entre as regiões sul,
sudeste, centro-oeste, norte e nordeste, é consequência das dimensões
continentais do país, que proporcionam cozinhas regionais peculiares e bem
caracterizadas.
No entanto, apesar do Brasil
ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo, relatórios da
sociedade civil que foi entregue à ONU, durante a chamada Agenda 2030, durante
a reunião do Conselho Econômico e Social, em Nova York, alerta que o Brasil está voltando ao mapa da
fome – o que significa ter menos de 5%
da população sem se alimentar o suficiente.
Além da estatística recorde de 13
milhões de desempregados. Pesam ainda a crise fiscal, que tem levado União, Estados
e municípios a fazerem cortes em programas e políticas de proteção social aos
mais pobres.
Se levarmos em consideração que a linha de
pobreza no Brasil é quem vive com uma renda de até 140 reais por mês. É possível afirmar, que o nosso Estado, segundo o IBGE, com uma população
estimada em 800 mil habitantes e com 12% da população (96 mil pessoas) vivendo
na pobreza, enfrentará o risco de ficar sem comer decentemente na Santa Ceia de
Natal por falta de dinheiro para comprar os alimentos.

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