Cultura Alimentar – Influência Indígena e dos Rios
Por Luiz Cabral de Castro
A região
formada pelos Estados do Amazonas (AM), Acre (AC), Roraima (RR), Rondônia (RO),
Pará (PA), Amapá (AP) e Tocantins (TO) abriga uma das mais ricas
biodiversidades do mundo. Cerca de 80% da região é ocupada pela Floresta
Amazônica e boa parte da população vive às margens dos rios, que são quase todos, navegáveis. É por essa região
que passa o rio Amazonas, o maior do mundo em vazão de água, e seus numerosos
afluentes. Assim, peixes de rio tem presença marcante no cardápio regional.
A culinária é beneficiada pela
riqueza de ingredientes que o bioma amazônico oferece. Como habitantes
milenares da região, os índios foram os primeiros a criar modos de cozinhar
típicos. Mais de 35% dos cerca de 800 mil indígenas do país residem no Norte. A
influência dos costumes dessa população na culinária é facilmente notada, a
começar pelos instrumentos. São pilões, potes feitos de barro, cascas de fruta,
peneiras feitas de palha, entre outros utensílios típicos. Entre os
ingredientes que povoam os pratos da região estão os peixes, raízes, sementes,
folhas e frutos:
A cozinha regional recebeu
influências diversas em cada ciclo de imigração. Logo no início da colonização,
os portugueses, que dominavam técnicas de agricultura e de criação de animais,
trouxeram seus hábitos de cozimento e conservação dos alimentos em sal e em
açúcar. Dessa mistura, nasceram conservas, doces, compotas e licores exóticos,
com ingredientes locais.
Com o ciclo da exploração da
borracha, imigrantes de diversas regiões do país foram trabalhar na extração do
látex das seringueiras do Amazonas e do Pará. Todos deixaram seus traços na
maneira de lidar com os ingredientes da região. A influência mais forte foi dos
nordestinos – um dos pratos que nasceram dessa mistura é a caldeirada de
tucunaré. Mas também chegaram à região libaneses, japoneses e italianos.
O sistema alimentar na Amazônia,
em recente encontro em Manaus, debateu a garantia a soberania alimentar, a
agroecologia, feminismo e sustentabilidade
através das vozes das mulheres que escrevem a luta histórica pela alimentação nas suas
mais diversas dimensões, da agricultura à cozinha tradicional.
A plenária contou com a
participação da pensadora e cozinheira Tainá Marajoara, fundadora do Ponto de
Cultura Alimentar Iacitatá, que atua com incidência política em defesa da
cultura alimentar como salvaguarda da vida e pela garantia do Direito Humano à
alimentação adequada. Tainá transformou seus estudos sobre a cultura alimentar
sua base para as lutas pela garantia dos direitos humanos, sociais, culturais,
ambientais e civis.
A biodiversidade do Norte também está presente na gastronomia do Estado. A
variedade é uma das marcas registradas dos restaurantes e bares que tem um
toque de comida caseira. Macapá concentra grande parte dos estabelecimentos nas
proximidades da orla do rio
Amazonas.
Devido a nossa vasta hidrografia, o nosso
prato principal são os peixes e as
formas que são servidos. Segundo o site de pesquisa nacional Webventure, os
mais procurados, nos restaurante são o
tucunaré, o filhote e o camarão.
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