segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Cultura Alimentar – Influência Indígena e dos Rios

Cultura Alimentar  – Influência Indígena e dos Rios



Por Luiz Cabral de Castro



A região formada pelos Estados do Amazonas (AM), Acre (AC), Roraima (RR), Rondônia (RO), Pará (PA), Amapá (AP) e Tocantins (TO) abriga uma das mais ricas biodiversidades do mundo. Cerca de 80% da região é ocupada pela Floresta Amazônica e boa parte da população vive às margens dos rios, que são  quase todos, navegáveis. É por essa região que passa o rio Amazonas, o maior do mundo em vazão de água, e seus numerosos afluentes. Assim, peixes de rio tem presença marcante no cardápio regional.
A culinária é beneficiada pela riqueza de ingredientes que o bioma amazônico oferece. Como habitantes milenares da região, os índios foram os primeiros a criar modos de cozinhar típicos. Mais de 35% dos cerca de 800 mil indígenas do país residem no Norte. A influência dos costumes dessa população na culinária é facilmente notada, a começar pelos instrumentos. São pilões, potes feitos de barro, cascas de fruta, peneiras feitas de palha, entre outros utensílios típicos. Entre os ingredientes que povoam os pratos da região estão os peixes, raízes, sementes, folhas e frutos:
A cozinha regional recebeu influências diversas em cada ciclo de imigração. Logo no início da colonização, os portugueses, que dominavam técnicas de agricultura e de criação de animais, trouxeram seus hábitos de cozimento e conservação dos alimentos em sal e em açúcar. Dessa mistura, nasceram conservas, doces, compotas e licores exóticos, com ingredientes locais.
Com o ciclo da exploração da borracha, imigrantes de diversas regiões do país foram trabalhar na extração do látex das seringueiras do Amazonas e do Pará. Todos deixaram seus traços na maneira de lidar com os ingredientes da região. A influência mais forte foi dos nordestinos – um dos pratos que nasceram dessa mistura é a caldeirada de tucunaré. Mas também chegaram à região libaneses, japoneses e italianos.
O sistema alimentar na Amazônia, em recente encontro  em Manaus,  debateu a garantia a soberania alimentar, a agroecologia, feminismo e sustentabilidade  através das vozes das mulheres que escrevem a luta  histórica pela alimentação  nas suas   mais diversas dimensões, da agricultura à cozinha tradicional.
A plenária contou com a participação da pensadora e cozinheira Tainá Marajoara, fundadora do Ponto de Cultura Alimentar Iacitatá, que atua com incidência política em defesa da cultura alimentar como salvaguarda da vida e pela garantia do Direito Humano à alimentação adequada. Tainá transformou seus estudos sobre a cultura alimentar sua base para as lutas pela garantia dos direitos humanos, sociais, culturais, ambientais e civis.
A biodiversidade do Norte também  está presente na gastronomia do Estado. A variedade é uma das marcas registradas dos restaurantes e bares que tem um toque de comida caseira. Macapá concentra grande parte dos estabelecimentos nas proximidades  da orla do rio Amazonas.   
Devido a nossa vasta hidrografia, o nosso prato principal são os  peixes e as formas que são servidos. Segundo o site de pesquisa nacional Webventure, os mais procurados, nos restaurante  são o tucunaré, o filhote  e o camarão.









Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...