MEU
PRIMEIRO NATAL SEM VOCÊ, Mª RAIMUNDA.
Pode
parecer a muitos que os artigos escritos “ in memoria “ dessa ilustre Guerreira
possa encaminhar-se para a idolatria ou culto da pessoa amada. Não. Não é essa
a intenção. Somente agora percebo que esses artigos deveriam ter sido escritos
desde há muito tempo, quando ainda a destinatária pudesse sentir as emoções
fluidas das palavras e frases escritas, hoje, com doçura, carinho e ternura.
As
atribuições cotidianas profissionais e outras correlatas levaram-me a ficar
muito tempo sem sentir falta da companhia física das pessoas com as quais
convivemos diuturnamente. E toda essa escalada da “ busca de não sei o que “,
tornou-me um Ser solitário, as vezes só outras sozinho. A outra metade sempre
ficou à espera da volta pra casa, em horários alternados, e tantas vezes por
pouco tempo de convívio.
Anos a
fio essa novela da vida repetiu-se. Mas, pacientemente, Ela estava a minha
espera, sempre alegre, espargindo
felicidade pelo reencontro, mas apreensiva pela efemeridade dessa
alegria.
Já a
partir do 1º dia de dezembro, os encantos do Natal começavam a tomar conta da
imaginação fértil dessa Guerreira, em como seria a ornamentação de nossa casa –
o Sítio, onde moramos. Preciso disto, mais aquilo. Compra tais enfeites,
imagens de São José, Maria e Jesus, e dos animais que ornavam o Presépio
natalino. Não eram ordens, mas pedidos, e eu só os cumpria, não dava teco em
nada, porque não conseguia incorporar-me ao “ espírito natalino “.
Nossos convidados eram moradores dos
sítios vizinhos ao nosso. Pessoas simples, mas cordatas, amáveis, solidárias,
cristãs. Precedia a festa, as orações de invocação e ação de graças por tudo
quanto em nossas vidas aconteceu desde o último Natal.
Havia a troca de presentes. Lembranças
simples mas dadas de coração. Recebíamos mais do dávamos, porque as pessoas
simples agem mais com o coração do que com a razão.
Em homenagem a sua ausência física ouso
realizar os mesmos procedimentos de então, para tornar mais alegres os dias que
antecedem o Santo Natal, crendo que Você estará conosco lá nas dependências do
Retiro Ponta da Ilha.
Este testemunho é para chamar a atenção
daqueles que agem hoje, como eu agia antigamente. Valorize a presença. Viva o
presente com os seus familiares e amigos, porque amanhã, talvez você esteja na
mesma condição que eu.
Desde já, Feliz Natal, Dª Maria
Raimunda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário