A Justiça bate um papo com a imprensa
O Estado
Democrático de Direito tem na liberdade de imprensa uma das suas maiores
garantias. O Poder Judiciário, o guardião da Constituição Federal e atendendo o que recomenda a Resolução 85/2010 do Conselho
Nacional de Justiça – CNJ, que trata da Política de Comunicação Institucional
da Justiça, para que não aconteça choque do que é a decisão judicial e o
noticiado, passou a usar a transparência de seus atos administrativos e
judiciais dialogando com os veículos de comunicação e com os jornalistas.
O juiz
geralmente é solitário, dificilmente participa de eventos que mantenham contato
com a imprensa, sendo utilizado as assessorias de comunicação como elo entre o
magistrado e o jornalista.
Uma das
grandes preocupações do judiciário é se o jornalista irá reproduzir fielmente
aquilo que o juiz decidiu em um ator que tenha repercussão na sociedade. E para
que isso aconteça é importante que haja uma melhor interação entre juízes,
promotores e jornalistas.
Atualmente
existe uma necessidade maior de aproximação entre o jornalismo e o poder
judiciário devido a série de escândalos políticos, econômicos, subtrações de
recursos públicos, enfim...O embate negativo prejudica principalmente ao
leitor, ao cidadão, que terá de analisar e tomar partido, que muitas vezes é o
incorreto.
O jornalista
é o veículo de transmissão de informações e o judiciário é um dos três poderes
instituídos. A aproximação não só é necessária como é prevista
constitucionalmente. E o Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (TJAP), ao
cumprir a determinação da CNJ, através de um programa denominado “Bate Papo com
a imprensa”, promovido pela Assessoria de Comunicação do Judiciário amapaense. Eventos
e medidas como essas são favoráveis a todos.
A decisão do
CNJ de promover esses diálogos é de suma importância, pois nunca houve essa
aproximação e no dia-a-dia do jornalista percebe-se esta dificuldade, ter o
magistrado próximo e poder conhecer suas ações.
Esses encontros
evitam também as notícias sensacionalistas, principalmente quanto as decisões
sobre as condenações de corrupções espalhadas em todo o País
O caminho
mais sensato é, portanto, acreditar na transparência e explorar o que ela tem
de bom. Que a transparência permita fazer circular a informação correta, a
visão mais acurada e responsável dos fatos. Devemos estar convencidos de que a
divulgação mais ampla e qualificada das decisões do Poder Judiciário provoca um
efeito de ‘esvaziamento’ do sensacionalismo jornalístico.
Uma posição
sábia do Corregedor Geral do CNJ, o ministro João Otávio de Noronha, do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o assunto foi dita durante um painel
do Seminário sobre Transparência na Justiça Federal: alcance e limites sobre o
relacionamento Magistrado x Imprensa.
“Se
temos um caso de grande repercussão em nossas mãos deixemos disponíveis à
imprensa e ao público em geral todas as informações que for possível divulgar,
observados, obviamente, os ditames legais relativos ao sigilo e ao segredo de
justiça. Saibamos explorar os préstimos de nossas assessorias de imprensa,
dotando-as do melhor instrumental possível para que possam atender a contento
as demandas dos meios de comunicação e divulgar informações qualificadas e atualizadas
sobre o caso. Tenho certeza que conhecendo cada vez mais o Poder Judiciário,
como aconteceu, por exemplo, no emblemático caso do “Mensalão”, a imprensa
brasileira vai evoluir no seu discurso, ajudando-nos a formar um juízo sensato
sobre os acontecimentos”, concluiu Noronha.
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