MINERAÇÃO | Icomi ganha na Justiça Federal direito de retomar
operações no Amapá
| Aspecto da audiência de conciliação na Sede do TRF da 1ª Região, em Brasília |
O Sistema de Conciliação da Justiça Federal da 1ª Região
(Sistcon) fechou acordo na última segunda-feira, dia 18, entre a União, o
estado do Amapá, o município de Serra do Navio/AP e a mineradora Indústria e
Comércio de Minérios S.A (Icomi), reconhecendo o direito da empresa de extrair
os resíduos de minério de manganês por ela explorado por cerca de 30 anos, na
cidade amapaense localizada a 203 km de Macapá, capital do Amapá.
Mesmo tendo a concessão de lavra, a Icomi estava impedida de
operar no local em virtude de decisão obtida por outra empresa mineradora no
Tribunal de Justiça do Amapá.
Com a conciliação, a mineradora se comprometeu a retomar as
atividades de transferência do restante de rejeitos no prazo de um mês,
submetendo-se à fiscalização dos órgãos responsáveis e ao recolhimento da
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), bem como a
criar projetos de compensação socioambiental para resguardar o município após o
término da retirada dos rejeitos.
Para a coordenadora do Sistcon, desembargadora federal Maria
do Carmo Cardoso, que conduziu a audiência, o maior beneficiário dessa
conciliação é para a população do município de Serra do Navio. “Pelo que se
colocou aqui, a partir de agora, além da parcela do CFEM, o município terá 5%
do valor líquido do faturamento da exploração da mineradora a ser colocado em
um fundo justamente para gerar ali as condições econômicas e ambientais”,
afirmou a magistrada.
Manganês
O prefeito de Serra do Navio, Elton Lobato, ficou satisfeito
com o acordo obtido na conciliação. “A data de hoje é um momento histórico para
o Amapá, sobretudo para o meu município de Serra do Navio, e a expectativa é
muito grande, porque o município está muito decadente de emprego, de
investimentos, de projetos sociais. Então, nós precisamos realmente ter esta
oportunidade de fazer com que o resultado desta audiência de conciliação traga
novas alternativas para a cidade, transformando esses recursos que virão nas
prioridades que o município requer”, disse o político.
Já o diretor executivo da Icomi, Marcelo Velasquez, afirmou
que a empresa está comprometida em cumprir o acordo. “Temos plena consciência
das nossas obrigações e também do quanto as nossas operações lá vão ser
benéficas para toda população de Serra do Navio. Esse acordo é muito importante
pra nossa empresa, porque vai garantir uma segurança para o retorno das nossas
atividades e, com isso, beneficiar todo o estado do Amapá e, principalmente, o
município, que é uma cidade com bastante carência hoje no estado”. (Texto e
foto: TRT1)
Os fatos
Indústria e Comércio de Minérios S. A (Icomi). anunciou que
está finalizando as ações de licenciamento para retomar as atividades de extração
e comércio de manganês no Amapá. A empresa diz que está cumprindo os acordos
judiciais estabelecidos em 2013 que vão permitir a volta dos trabalhos em minas
de Serra do Navio, município distante 203 quilômetros de Macapá.
O empreendimento recebeu a Certidão de Anuência da prefeitura
do município para atuar na mineração. A empresa diz ter garantida na Justiça a
propriedade sobre atividade de exploração de manganês na cidade. Pelo menos 3,9
milhões de toneladas de minério estocadas na cidade serrana pertencem à Icomi,
que atuou por quase 50 anos na região.
“Nós já recebemos do Ministério das Minas e Energia a
Portaria Ministerial nº 480/2016, ratificando a Licença de Operações do Imap, a
nossa L.O. datada do último dia 11 de agosto, culminando agora com a Anuência
do município de Serra do Navio”, disse o diretor executivo da Icomi, Marcelo
Velazquez, durante recebimento da certidão no município.
Segundo a Icomi, houve liberação federal para trabalhar
inicialmente no aproveitamento de rejeitos de manganês restantes da atuação
anterior da mineradora na região entre 1953 e fim da década de 1990. A empresa
aguarda o término do licenciamento para iniciar os trabalhos.
Em 1997, a empresa chegou a anunciar que iria parar com a
exploração de manganês nas jazidas existentes no Amapá. O motivo era porque, na
época, não existia mais viabilidade econômica e mercado para o teor de minérios
existentes no município de Serra do Navio.
Após decidir voltar ao estado em 2013, a Icomi justificou que
mudou de ideia porque "surgiram novas tecnologias, desde a lavra até o
beneficiamento do minério, que atualmente voltou a ter um preço competitivo no
mercado internacional".
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