Quanta deselegância, senador!
O Senador Davi Alcolumbre (DEM), desrespeitou a Liturgia
dos Cargos em benefício de seus interesses pessoais e partidários ao trazer um
ministro de Estado, para visitar e pautar encontros com autoridades municipais
amapaenses, sem convidar o Chefe do Executivo do Amapá, Waldez Góes. Um ato
constrangedor, abusado que não faz jus a quem ocupa o cargo de Senador da
República.
Reinaldo Coelho
O Brasil adota como forma de Estado o Federalismo,
o que significa que as organizações políticas (municípios, Estados e Distrito
Federal) são relativamente autônomas entre si. Elas unem-se para formar um
governo central – a União. Dentro de nossa federação o Poder Executivo Estadual
é chefiado pelos governadores.
Esse Poder Executivo estadual possui a função
de articulação política tanto com o governo federal, quanto com os municípios.
O governador precisa atuar de diversas
formas. Ele deve representar o Estado em todas as suas relações, sejam elas
jurídicas, políticas ou administrativas. Também defende os interesses do Estado
junto ao presidente da República e aos ministros de Estado, tendo o apoio da
Bancada Federal. E além disso há várias áreas de grande relevância pública em
que ele tem papel decisivo.
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| Documentos apontam que Davi Alcolumbre pode ter recebido dinheiro da Odebrecht |
Essa pequena dose de direito constitucional
se faz necessária para que possamos entender a ação desrespeitosa e abusada do
senador democrata Davi Alcolumbre ao trazer para o Estado do Amapá um Ministro
de Estado, levando-o a participar de eventos, onde as pautas educacionais foram
tratadas, junto aos órgãos federais (UNIFAP) e aos prefeitos e seus secretários
de educação. E, incrivelmente, sem dar conhecimento ao governador do Estado,
Waldez Góes e a secretária de Estado da Educação, Goreth Sousa, responsável
pela execução das atividades da Educação no Amapá.
O senador Davi Alcolumbre pode utilizar de
seu mandato para convidar autoridades e políticos que vão possibilitar ações em
benefício do Amapá e dos amapaenses, porém as tratativas institucionais tem de
estar em comum acordo com o Executivo amapaense que é o anfitrião
constitucional do Amapá. Essa indelicadeza se justificaria se o senador
convidasse o político, seu correligionário pernambucano, José Mendonça Bezerra
Filho, para um encontro partidário dos Democratas, mas por educação? – um
telefonema ao governador não seria de mau tom, é a arte do político mineiro
Tancredo Neves de fazer política.
Mas Davi Alcolumbre assumiu uma vaga no
Senado Federal há quatro anos e vem demonstrando que não está preparado para
ocupar cargos de relevância institucional, pois a falta de traquejo próprio e
de seus assessores e do próprio ministro da Educação que deveriam os ter orientado
para que não cometessem tal gafe, pois qualquer jovem saberia quem é que comanda
o Estado e quem deveria ser comunicado.
Essas ações acontecem constantemente quando
um governador, ministro ou o próprio presidente da República se deslocam para
qualquer cidade brasileira, as autoridades constituídas dessas unidades
federativas são avisadas com antecedência e se preparam alertando os meios de
segurança para a proteção da autoridade e colocando órgãos institucionais a
disposição, mesmo que a autoridade esteja em visita não oficial, pois faz parte
do cerimonial. E era isso que deveria ter acontecido no Amapá.
O cargo, ora ocupado por Davi, foi
prestigiado por um presidente da República, do Senado Federal, governador,
deputado estadual e federal e presidente de partido, José Sarney, e que nunca
daria um vexame desse, pois cuidava de cumprir a ‘Liturgia do Cargo’, ação
essencial para um Senador.
Desrespeito a educação do Amapá
Uma situação constrangedora para as
autoridades constituídas do Amapá, o que revoltou os que conhecem como deve-se
proceder e isso é nítido nas ações de Waldez Góes, que mantem uma relação com
todos os políticos sem considerar a cor ou a ideologia partidária. Já manteve
ao seu lado o Senador João Capiberibe (PSB), Randolfe Rodrigues (REDE) e o
próprio David Alcolumbre (DEM), lhes creditando os méritos pelas ações parlamentares.
O mesmo fazendo com os deputados federais, estaduais e os prefeitos.
A titular da Educação do Amapá, Goreth Sousa,
declarou que se sentiu além de constrangida, desrespeitada, pois é a gestora
das ações estaduais da educação. Ela declarou que ficou revoltada e declarou
que postou no grupo de secretários de Educação de todos os Estados. “Expressei
minha indignação, pois pegou mal, o ministro da Educação e o presidente do FNDE,
virem ao Amapá, não comunicar ao autoridade máxima do Estado, o governador
Waldez Góes, e nem a secretaria de Estado da Educação, foi feita uma
mobilização com os secretários de Educação dos municípios”.
Ambição pessoal acima da institucional
Goreth Sousa destacou a necessidade de
despolitizar a Educação. “Precisamos criar o fio invisível da continuidade na
Educação, precisamos envolver todos. Estou indignada com a vinda do ministro e
do presidente do FDE, sem ser informada e nem convidada para esse diálogo. Os
problemas da Educação do Amapá não vão ser resolvidos trazendo ministro para
conversar somente com os municípios”, declarou indignada.
O senador David Alcolumbre foi deselegante a
anti-amapaense, pois quem coordena a política estadual de educação é a
secretaria Estadual de Educação. Porém a
ânsia política do senador democrata está voltada para suas questões pessoais,
seu interesse é mostrar serviço positivista em última hora. Mobiliza os
municípios e isola a liderança maior do Estado, Waldez Góes, a quem é
oposicionista.
Não custa lembrar ao senhor senador que as Eleições
de 2018 tem regras e leis que serão determinadas pelo Tribunal Superior
Eleitoral, para que comece as campanhas partidárias, para escolher quem será o
presidente, o governador, senador, deputados federais e estaduais. Isso
preocupa a sociedade amapaense ao perceber, com essa ação impulsiva e
incoerente, e sublinhar uma campanha eleitoral. Pois o senador Davi Alcolumbre
está colocando as questões pessoais a frente dos interesses do Estado do Amapá.
E o governador Waldez Góes foi eleito
legitimamente por 60,58% dos eleitores, e até o último dia de 2018 é o
governador do Estado do Amapá, de 100% do Amapá, inclusive do senhor senador
democrata, que tem obrigação de trazer boas novas para o Amapá, mas tem de
cumprir e respeitar a ordem constitucional. Essa atitude de Davi mostra que ele
está segregando as escolas e os alunos amapaenses, pois não considera o diálogo.
A secretária Goreth Sousa rebate mais uma vez
a atitude do senador como um ato de desrespeito a Educação do Amapá. “Esse ato
do senador foi uma “declaração” que não importa a Educação do Estado. Nas 400
escolas que temos isso não importa, pois ele traz o ministro da Educação e o
presidente do FNDE para o Estado e segrega as 400 escolas estaduais, com seus
professores, diretores e alunos. Segrega da pauta de discussão a secretária de
Educação. Eu estou dentro da educação, orientada pelo governador Waldez Góes,
para despolitizar, e o senador está indo na contramão de algo que é
extremamente importante para o Estado, estamos fazendo o caminho inverso”.
Uma orientação governamental a Secretaria de
Educação do Estado do Amapá é a de somar com os municípios, para dentro da
SEED, para que eles possam ser ajudados neste período inicial do Ensino
Fundamental, para que, futuramente, a educação do Estado possa ter bons
resultados. “E o senador alija e descrimina a SEED por questões políticas. Para
ele é mais importante a política partidária do que a política educacional”.
A titular da SEED destacou a importância do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). “O FNDE é um avanço. Ele
foi criado e vem melhorando ao longo dos anos. O presidente do FNDE tem uma
visão geral dos valores a serem investidos em todo o país. Eles tem como
alavancar índices educacionais que estão ruins com esses investimentos. Precisa
estar próximo dos Estados e estes dos municípios. É essa a estrutura da
Republica é o Pacto Federativo e quanto temos um político que promove esse tipo
de descriminação, realmente é de causar indignação. Como secretária de Educação
quero dizer que foi muito deselegante, da parte do senador, em trazer essas
autoridades e não convidar o governador e a secretária de educação, que tem
feito movimentos positivos em trazer o prefeito Clécio Luís e todos os outros
prefeitos em uma mesa de conversa para superarmos os desafios da Educação do
Amapá. E vem alguém fazer articulação partidária com interesses pessoais”.
Usurpando méritos
Ao trazer pessoalmente o ministro Mendonça
Filho e o presidente do FNDE, Silvio Pinheiro, para cumprir uma agenda no
canteiro de obras do Hospital Universitário, no Bairro Zerão, Davi Alcolumbre
trouxe para si os méritos e créditos da Bancada Federal, pois o Hospital é de
interesse do MEC por se tratar de unidade ligada a uma universidade federal e a
obra é uma realidade graças à emenda impositiva da bancada amapaense, de todos
os deputados federais e senadores amapaenses que alocaram suas emendas
parlamentares em beneficio dessa importante obra para a o Sistema de Saúde do
Estado do Amapá. Mas David Alcolumbre, sorrateiramente, aparece com as
autoridades federais e se coroa com os louros coletivos.
Segregador
Não importa as necessidades dos professores
das escolas do sistema educacional do Amapá, importa para o senador Davi Alcolumbre
(DEM) reunir os prefeitos e titulares da educação dos municípios e se passar
por “herói” e a Educação não tem herói. Isso comprova que o senador deixou de
ser representante do Estado do Amapá no Senado Federal, passou a ser
representante dos Democratas e de suas ambições pessoais.
Mas essas ações politiqueiras, visando o
governo estadual e voltados para apoio do grupo que está à frente da Prefeitura
de Macapá, comandada por Clécio Luís (REDE), a quem com certeza foi o mais
beneficiado com a presença dos ministro da Educação e do presidente da FNDE,
assim como foi com a presença do presidente do BNDES que veio atender os
pleitos de David Alcolumbre e reuniu os prefeitos amapaenses.
“Vale
tudo para ser governador” deve ser o lema dessa campanha “oculta e
oportunista” de um Democrata no Amapá.




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