sábado, 27 de janeiro de 2018

Editorial




Notícias falsas interferem na política e na vida do cidadão

As notícias FALSAS – um neologismo que passou a significar muitas coisas, além do conceito original – ameaça o espaço democrático pelo qual os cidadãos adquirem e trocam informações. Ao estereotipando o jornalismo como fornecedor de notícias falsas e destacando a incivilidade do discurso on-line, o fenômeno da notícia falsa fortalece as contra iniciativas que representam um risco maior, propondo restringir através da regulamentação governamental as liberdades de expressão e de imprensa.
A ação insidiosa dos que criam e propagam ‘fake news’ na internet e lançam mão de contas automatizadas nas redes sociais – os chamados robôs – para inflar artificialmente a representatividade de candidatos e ideias, que originalmente não as têm, representa uma séria ameaça de desvirtuamento do debate público durante a campanha eleitoral deste ano.
Para tentar conter os evidentes danos à democracia que a propagação de notícias falsas pode causar, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou uma força-tarefa que conta com representantes do Ministério da Defesa e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Polícia Federal, Procuradoria Geral da República e os Tribunais Regionais Eleitorais estarão recebendo, em fevereiro, a parceria do FBI, que trará a experiência nas eleições americanas de 2016 que elegeu Donald Trump que tem denúncias de fake news contra Hillary Clinton.
Muitas propostas para que seja criada uma legislação onde a auto responsabilização e regulação como uma abordagem mais democrática para contrariar falsas notícias, sem chegar a censura e contrariar a liberdade de expressão, que é pétrea constitucional.
A proliferação de notícias falsas não é um fenômeno novo, mas a novidade é a rapidez da sua propagação. Antes tínhamos na linguagem jornalística ‘os diabinhos’, ‘rádio corredor’, etc., o que tem que ser feito é o básico do jornalismo, os repórteres, blogueiros, editores confirmarem a veracidade das notícias e os leitores e assíduos frequentadores das redes sociais não compartilharem as notícias que tenham dúvidas.
A questão das falsas notícias pode ser resolvida, não por mais leis, mas por mais autorregularão – profissionalizando blogueiros. Eles devem primeiro aprovar certos padrões antes de serem autorizados a praticar. Em vez de censurar devemos começar a profissionalizar nossas mídias sociais – como o que fizemos com os principais meios de comunicação, onde agora temos treinamentos, códigos de ética e padrões auto implementados.
Existem leis suficientes, como a lei sobre difamação, para nos proteger contra abusos dos meios de comunicação social e das mídias sociais.
Nosso sistema é reconhecidamente imperfeito. Mas há escolas de jornalismo e comunicação de massa para treinar profissionais potenciais, bem como organizações profissionais que estabelecem padrões e códigos de ética.

Nós exploramos nossos alunos com os princípios da objetividade, verificando os fatos, a precisão, a equidade e o equilíbrio nos relatórios de notícias, bem como a responsabilidade na redação de opinião.
Ao mesmo tempo devemos educar os consumidores de mídia sobre os meios de comunicação social e as mídias sociais para que não sejam seduzidos ou enganados por eles.

Profissionais de mídia combinados com educação de USUÁRIOS – um caminho a seguir!

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