A escola com
classes bilíngues é um projeto do Governo do Amapá, realizado em parceria com a
Embaixada da França no Brasil
Os estudantes da rede estadual de ensino público
ganharam a primeira escola com classes bilíngues do Amapá, nesta terça-feira,
6, com a inauguração da Escola Professora Marly Maria e Souza da Silva,
localizada no Conjunto Habitacional Macapaba, zona norte da capital. A escola
com classes bilíngues é um projeto do Governo do Amapá, realizado em parceria
com a Embaixada da França no Brasil, e busca proporcionar aos estudantes o
ensino das disciplinas nas línguas portuguesa e francesa. A instituição é a
quarta do país a lecionar em dois idiomas.
A escola faz parte dos equipamentos sociais
previstos no projeto do Conjunto Macapaba, que não foram concluídos na gestão
passada. Além da escola Marly Maria, o Governo do Amapá entrega, nos próximos
dias, a segunda escola de ensino fundamental II e médio Professor Antônio
Munhoz Lopes, que atenderá mais 550 alunos. Ainda este ano, o Estado deve
entregar uma creche com capacidade para 400 crianças. Somente na educação, com
as duas escolas e a creche, o governo investirá aproximadamente R$ 12 milhões.
O evento de inauguração contou com a participação
do ministro conselheiro da embaixada francesa, Gilles Pecassou, que atualmente
é o responsável pelos os diálogos políticos envolvendo as cooperações
transfronteiriças entre a França e o Brasil. “A inauguração dessa escola é um
símbolo do que nós podemos fazer em parceria entre o Brasil e a França,
especialmente, porque envolve os jovens, que são os atores do amanhã”, destacou
o ministro.
Ao entregar a instituição de ensino aos moradores
do Macapaba, o governador Waldez Góes ressaltou a importância de estreitar os
laços com a o território francês. “Essa é a primeira escola bilíngue do Amapá e
que vai trazer um diferencial muito grande para a comunidade. Primeiro na
simbologia da relação transfronteiriça e, segundo, na preparação das nossas
crianças e jovens para que a gente avance ainda mais, seja na cultura ou
economia, na relação com a comunidade francesa”, avaliou.
Para a secretária de Estado da Educação (Seed),
Goreth Sousa, a primeira escola bilíngue do Estado representa um marco na
educação amapaense. “A escola bilíngue representa um ensino inovador que atende
às necessidades dos estudantes e do mundo globalizado. Estamos em festa com
essa oportunidade dada às nossas crianças, que terão muito mais chances no
futuro mercado de trabalho profissional”, enfatizou.
O Governo do Amapá já apoia e fomenta a difusão da
cultura francesa na região, por meio do Centro de Língua e Cultura Francesa
Danielle Mitterrand e do Centro Cultural Franco-Amapaense. Para a dona de casa
e moradora do conjunto Macapaba, Mônica Gama, 34 anos, esta será mais uma
oportunidade para o conhecimento da cultura francesa. Ela reconhece a
importância de saber um segundo idioma e a cultura de outros países. Por isso,
está animada com o ensino que a filha Ágatha Ferreira, 8 anos, irá receber na
escola Marly Maria. “Dar essa oportunidade para os nossos filhos aprenderem
outra língua é muito importante e, atende aos nossos anseios de uma escola
bonita e preparada para ensinar com qualidade. Adorei a novidade de ser uma
escola bilíngue”, declarou.
A escola Marly Maria atenderá 900 estudantes de
manhã e de tarde, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental I. Este ano, cerca de
200 estudantes do 1º ano, terão aulas de língua francesa, duas vezes na semana
e, ainda, as disciplinas de matemática e ciências lecionadas, também em
francês. A escola inicia as atividades com cinco turmas atendidas com o modelo
de ensino bilíngue, o qual será expandido gradativamente para todas as séries.
As aulas iniciam-se na próxima segunda-feira, 12.
Ensino bilíngue
A metodologia do ensino bilíngue permite que o
estudante aprenda dois idiomas no seu dia a dia, na forma falada e escrita, por
meio de seminários; trabalhos em grupos; conversas individuais com o professor;
recursos didáticos; entre outras atividades pedagógicas desenvolvidas no
ambiente escolar. A formação bilíngue visa desenvolver todos os aspectos da
língua francesa: gramática, conversação e interpretação o levando o estudante ao
pluralismo cultural e à diversidade linguística.
A iniciativa vai capacitar o estudante para que ele
domine a língua francesa, desde os 6 anos de idade e, utilize desse
conhecimento para o seu desenvolvimento social e crescimento profissional.
Especialmente, porque o Amapá faz fronteira com a Guiana Francesa e, desde
março de 2017, estão ligados pela Ponte Binacional ao norte do Estado.
Além dos aspectos linguísticos do idioma
estrangeiro, os estudantes também aprenderão sobre a cultura francesa estimulando
o conhecimento e o respeito a outro modo de ser e de viver. A expectativa é
que, no futuro, os estudantes do Amapá possam realizar intercâmbios em países
que adotam a língua francesa como idioma oficial. O objetivo é proporcionar uma
formação acadêmica, atendendo as competências e habilidades exigidas no mundo
globalizado.
Professores preparados
O ensino e a aprendizagem bilíngues deverão ocorrer
em situações significativas de uso linguístico e cultural, de forma
contextualizada. Para isso, a Seed selecionou professores e gestor escolar com
domínio na língua francesa para atuarem nas classes bilíngues.
E, também, o governo do Estado, em parceria com a
Embaixada da França, já ofertou curso de formação para professores amapaenses
em Paris, capital francesa, e outros em Brasília (DF), ao longo de 2017. A
expectativa é ter o maior número possível de profissionais capacitados
garantindo, assim, a melhor formação escolar como um todo.
Equipamentos sociais
O Conjunto Habitacional Macapaba teve a sua
primeira etapa entregue em 2014, sem os aparelhos sociais previstos no projeto.
Junto com as unidades habitacionais, deveriam ter sido entregues, aos
moradores, duas escolas de ensino fundamental; uma escola de ensino infantil
(creche); um centro integrado de segurança pública; um terminal de transporte
público; uma unidade básica de saúde e dois centros de produção. Mas, nada
disso aconteceu.
Somente com o apoio da Justiça Federal, a atual
gestão conseguiu, junto à empresa construtora e à Companhia de Água e Esgoto do
Amapá (Caesa), refazer o sistema de tratamento de água e esgoto que, antes,
sequer atendia os moradores da primeira etapa. Foram necessários grandes
esforços, para começar a fazer as entregas dos aparelhos sociais e dar mais qualidade
de vida e dignidade aos moradores do Macapaba.
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