sábado, 30 de junho de 2018

ANTES QUE VOCÊ ESQUEÇA!





Prédio histórico do Mercado Central de Macapá – 65 anos

Da Editoria

O Mercado Central foi construído no governo de Janary Gentil Nunes e inaugurado em 13 de setembro de 1953, dez anos após a criação do Território.
O prefeito do município de Macapá era o Senhor Claudomiro Moraes (pai do radialista Euclides Moraes). Para uma cidade que estava sendo erguida, a arquitetura era suntuosa para o tempo e para a humilde população, com casas de pau a pique e barro.
Ele encontra-se erguido em um local de importância histórica da cidade de Macapá, bem em frente à Fortaleza de São José de Macapá.
Os detalhes da construção são um passeio na arquitetura do tempo. A estrutura que suporta o telhado e a fachada são exemplos disso.
Logo após a conclusão do Mercado também foi erguido, em frente a um ponto de ônibus que ficou conhecido na cidade como Clip Bar, que na verdade era um estabelecimento comercial (um bar) que servia de abrigo de passageiros para os ônibus circulares da cidade. 
A frente do Mercado Central de Macapá fica para a Cândido Mendes, a principal rua do comércio local.

A Praça onde está o Mercado é denominada de Theodoro Mendes. Em homenagem ao ex-prefeito de Macapá no período de 1896 a 1916, juntamente com o Coronel Coriolano Jucá, que foi de Intendente a prefeito.
Na parte interna foram construídos 16 boxes para a comercialização da carne verde e as “marrons”, salgados e verduras em geral. Nos outros 20 boxes internos funcionavam para venda de gêneros alimentícios oriundos de hortifrutigranjeiros, rios e florestas.
Pelo lado interno do prédio existia um box que durante longos anos foi local da Banca de Revistas Cinelândia, do conhecido Nena Leão.
Me lembro bem que na lateral direita, pela parte interna do prédio, existia um box onde funcionava a Mercearia do Chaquib. Eu sempre comprava “gêneros de primeira necessidade”, lá com ele.
Além dos primeiros japoneses que vendiam verduras e legumes lembro-me dos nomes de alguns açougueiros que tinham “talhos” (boxes) de “carne verde”: a memória ainda me permite lembrar de alguns deles: Filomeno, Navegante, Mafra, Mamão, Jucelito, Armando, Viana, Bengala e muitos outros.
Situação atual do Mercado Central de Macapá

Existia ainda na parte interna um boxe onde funcionava a economia popular. Havia uma balança preta, na qual a população podia conferir se o peso das mercadorias estava correto. Os policiais fiscais eram José Maria Gomes Teixeira (Manga), Pompeu, Amadeu Gama (Belisca Lua), Pereira (pai do Policial Civil Marivaldo), Tito Amanajás, Evangelista, Olavo e Pedro Sabe Tudo.
Na parte externa, pela lateral da Avenida Antônio Coelho de Carvalho, situa-se o Bar Du Pedro, o mais antigo em funcionamento. Começou sob a responsabilidade de um comerciante, primo do Senhor Miguel Pinheiro Borges, que resolveu trabalhar na construção de Brasília e passou para o Senhor Clóvis Dias. Foi ele quem colocou o nome de Bar de São Luiz Gonzaga. A partir da década de 60 passou para o Senhor Pedro Nery da Cruz, que adotou o nome de Bar Du Pedro, que funciona até hoje sob a coordenação do filho. Ao lado, no beco dos sapateiros, funcionava a barbearia Rio Chic, cujo proprietário era o Benedito, que tinha como sócios: Maurício, Moacir, Leobino e Afuá. A Sapataria do Irmão e Sapataria Chic, de propriedade do Bira, filho do barbeiro Benedito.
No canto que faz frente para o mercado de peixe tinha a Ervanaria Amazônia, de propriedade do casal Martiniano e Benta.
Na parte externa, que dá para a Avenida Henrique Galúcio, funcionou o Salão Latino Americano, onde trabalhavam os barbeiros Manoel Brito, Alvim, Timboteua, Quincas.
Naquele box do canto também funcionou, entre outros, a Farmácia do Hernani Guedes.

A construção do Mercado Central foi um marco do Governador Janary Nunes

Nessa época a área comercial de Macapá ficava restrita à Doca da Fortaleza e a Rua Candido Mendes. Com a inauguração do Mercado Central o espaço nas laterais foi tomado por ambulantes. Isso fez com que o governo municipal iniciasse a construção de pequenas lojas, nas laterais do mercado.
Pelo lado da avenida Henrique Galúcio, funcionavam: a Farmácia Droga Norte, de propriedade do saudoso Marlindo Serrano; também a Ourivesaria Estrela de Jesus; a Relojoaria Mido, de propriedade do Zé da Mido, e muitos outros.
Passaram pela direção do Mercado os seguintes administradores: O primeiro deles foi o Sr. Meton Jucá; os demais foram Aurino Borges de Oliveira, Raimundo Pessoa Borges (Marituba), Raimundo Nonato da Penha (Laxinha), Pai Faca (irmão do ex-prefeito Azevedo Costa) e Pedrinho. (Texto de Edi Prado)                

Mercado Central, hoje.

Em 2015 com festa e promessas a atual administração da capital amapaense deu início a um projeto faraônico que seria a revitalização do Mercado Central, um dos maiores patrimônios dos macapaenses e que é marco da cidade de Macapá como capital. E está paralisada.
A falta de disponibilidade de recursos federais é o fator que impede a conclusão da reforma do Mercado, informou a prefeitura de Macapá, ressaltando que executou a primeira parte das obras dentro do período estimado, a entrega chegou a ser prevista para março, porém a situação econômica do país impediu a captação de novos recursos.
Essa foi a terceira data de reabertura anunciada. A primeira era para maio de 2016 e a segunda para setembro do mesmo ano. A obra foi orçada em aproximadamente R$ 2 milhões.
“Nosso mercado é um monumento histórico que está abandonado. Muitas cidades conservam seus mercados e mantém a tradição, mas o de Macapá está esquecido. Muitos trabalhadores dependiam da renda aqui no mercado e agora não tem onde fazer suas vendas. A falta de segurança e saneamento dificulta quem ainda permanece com seus negócios aqui”, reclamam os comerciantes desalojados que estão em frente ao mercado.

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