Política boa, a solução para os problemas sociais
No campo árido da política, onde a desconfiança e o
descrédito dão o tom da relação Estado/Sociedade, algumas ações funcionam como
luzes no final do túnel. Ou seja, um fio de esperança para que as coisas
inflexionem e tragam de volta a tão esperada credibilidade, transparência,
eficácia nessa relação desgastada.
No município de Amapá, uma ação do governo do
Estado na área da educação superior me pareceu ter esse condão. O Polo da
Universidade Estadual expangido para aquele município dá a uma região, com
experiência exitosa na Pecuária, um novo alento. O Curso de Engenharia
Agronômica e de Matemática.
Em outra dimensão, porém com impacto semelhante
para o setor produtivo amapaense aconteceu na segunda-feira (26) no auditório
da Justiça Federal, sob o comando do juiz João Bosco, agricultores,
quilombolas, indígenas, assentados, prefeitos reuniram-se com os órgãos
estatais responsáveis pela viabilização do Programa Luz Para Todos no Amapá,
resgatado pelo governo do Estado e pelo juiz João Bosco Soares, esse um titã na
luta pela retomada do programa. Mas o que interessa de fato nessa ação é a
positividade dela. Mais de 17 mil famílias dos rincões do Estado do Amapá,
literalmente sairão das trevas, ou seja, receberão luz elétrica em suas
propriedades.
Se você junta isso (educação) e aquilo (energia) e
esses fatores forem usados como propriedades que compõe a equação
desenvolvimento, fica muito mais fácil de compreender o que é política boa. É aquela que
foca no coletivo em detrimento do individual. Isso é política. E não
politicagem.
Nós vivemos na Amazônia, uma região fausta em
riquezas naturais, porém por questões históricas é na mesma proporção pobre em
tecnologia (educação) e capital (dinheiro). Bem a conta é simples. Temos
commodities (minério, madeira, óleos, frutas, raízes, peixe, sementes), porém,
não temos capital e nem tecnologia para transformar e agregar valor a esses
produtos e quando temos possibilidade de investimento no setor primário ou na mineração,
ou ainda no setor madeireiro, enfrentamos o patrulhamento das ONG’s
internacionais, nacionais, das legislações, internacional e nacional, que
desenvolvem campanhas massivas contra o uso do meio ambiente. Mesmo que se
proponha de forma racional ou sustentável, como queiram.
Uma significativa parcela da sociedade, os famosos
“ecochatos” se agarraram em algumas previsões catastróficas e conceitos
acadêmicos manipulados e desenvolvem um terrorismo na mídia regiamente paga,
que se encarrega de trazer para dentro dessas campanhas nacionais figuras do
mundo artístico (atores, cantores e jogadores de futebol) que usando suas
popularidades ajudam a disseminar o ódio contra qualquer possibilidade de ação
humana que vise utilizar o meio ambiente amazônico, o problema é que não uma
alternativa para o povo amazônico.
Nesse diapasão as estruturas do capital externo,
setores do governo, da academia brasileira disseminam a ideologia da política
da criação de parques, expansão de reservas indígenas e criação de áreas
quilombolas, mesmo que ali nenhum quilombo tenha existido. O objetivo é criar
óbice para que o desenvolvimento não ocorra.
Isso é uma política que não é boa, atende
interesses segmentados e pouco se preocupa como o homem da Amazônia. Como ele
vive; se tem, mesmo que de forma precária, saúde, segurança, pois se o
progresso não alcança o caboclo do interior, o braço armado do crime e do
tráfico já chegou faz tempo e agem com certa tranquilidade nas dimensões
continentais da Amazônia que contrasta com a baixa densidade demográfica.
Vivemos na realidade um paradoxo. Somos ricos e ao
mesmo tempo pobres. O Sul acha que nos sustenta; que somos párias, o governo
federal olha a Amazônia como um bioma estratégico para a saúde do planeta, mas
a conta ninguém quer pagar.
Precisamos de representantes na Amazônia que afinam
seus ideais e defendem esse povo, com políticas boas, inclusivas e não
excludente. Somos todos do Norte, somos caboclos fortes, temos o direito de ter
também dignidade.
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