sábado, 30 de junho de 2018

Artigo do Gato


Política boa, a solução para os problemas sociais
No campo árido da política, onde a desconfiança e o descrédito dão o tom da relação Estado/Sociedade, algumas ações funcionam como luzes no final do túnel. Ou seja, um fio de esperança para que as coisas inflexionem e tragam de volta a tão esperada credibilidade, transparência, eficácia nessa relação desgastada.
No município de Amapá, uma ação do governo do Estado na área da educação superior me pareceu ter esse condão. O Polo da Universidade Estadual expangido para aquele município dá a uma região, com experiência exitosa na Pecuária, um novo alento. O Curso de Engenharia Agronômica e de Matemática.
Em outra dimensão, porém com impacto semelhante para o setor produtivo amapaense aconteceu na segunda-feira (26) no auditório da Justiça Federal, sob o comando do juiz João Bosco, agricultores, quilombolas, indígenas, assentados, prefeitos reuniram-se com os órgãos estatais responsáveis pela viabilização do Programa Luz Para Todos no Amapá, resgatado pelo governo do Estado e pelo juiz João Bosco Soares, esse um titã na luta pela retomada do programa. Mas o que interessa de fato nessa ação é a positividade dela. Mais de 17 mil famílias dos rincões do Estado do Amapá, literalmente sairão das trevas, ou seja, receberão luz elétrica em suas propriedades.
Se você junta isso (educação) e aquilo (energia) e esses fatores forem usados como propriedades que compõe a equação desenvolvimento, fica muito mais fácil de  compreender o que é política boa. É aquela que foca no coletivo em detrimento do individual. Isso é política. E não politicagem.
Nós vivemos na Amazônia, uma região fausta em riquezas naturais, porém por questões históricas é na mesma proporção pobre em tecnologia (educação) e capital (dinheiro). Bem a conta é simples. Temos commodities (minério, madeira, óleos, frutas, raízes, peixe, sementes), porém, não temos capital e nem tecnologia para transformar e agregar valor a esses produtos e quando temos possibilidade de investimento no setor primário ou na mineração, ou ainda no setor madeireiro, enfrentamos o patrulhamento das ONG’s internacionais, nacionais, das legislações, internacional e nacional, que desenvolvem campanhas massivas contra o uso do meio ambiente. Mesmo que se proponha de forma racional ou sustentável, como queiram.
Uma significativa parcela da sociedade, os famosos “ecochatos” se agarraram em algumas previsões catastróficas e conceitos acadêmicos manipulados e desenvolvem um terrorismo na mídia regiamente paga, que se encarrega de trazer para dentro dessas campanhas nacionais figuras do mundo artístico (atores, cantores e jogadores de futebol) que usando suas popularidades ajudam a disseminar o ódio contra qualquer possibilidade de ação humana que vise utilizar o meio ambiente amazônico, o problema é que não uma alternativa para o povo amazônico.
Nesse diapasão as estruturas do capital externo, setores do governo, da academia brasileira disseminam a ideologia da política da criação de parques, expansão de reservas indígenas e criação de áreas quilombolas, mesmo que ali nenhum quilombo tenha existido. O objetivo é criar óbice para que o desenvolvimento não ocorra.
Isso é uma política que não é boa, atende interesses segmentados e pouco se preocupa como o homem da Amazônia. Como ele vive; se tem, mesmo que de forma precária, saúde, segurança, pois se o progresso não alcança o caboclo do interior, o braço armado do crime e do tráfico já chegou faz tempo e agem com certa tranquilidade nas dimensões continentais da Amazônia que contrasta com a baixa densidade demográfica.
Vivemos na realidade um paradoxo. Somos ricos e ao mesmo tempo pobres. O Sul acha que nos sustenta; que somos párias, o governo federal olha a Amazônia como um bioma estratégico para a saúde do planeta, mas a conta ninguém quer pagar.
Precisamos de representantes na Amazônia que afinam seus ideais e defendem esse povo, com políticas boas, inclusivas e não excludente. Somos todos do Norte, somos caboclos fortes, temos o direito de ter também dignidade.  




Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...