Agronegócio
A chapa única inscrita no pleito eleitoral, liderada por Celso Carlos Júnior, produtor rural que exercia o cargo de vice-presidente da associação. foi eleita por aclamação
Com nova diretoria APROSOJA
do Amapá quer avançar na agricultura comercial
Reinaldo Coelho
Associados
da APROSOJA no Amapá tem nova diretoria, escolhida em uma Assembleia Geral para
a para o biênio 2019-2021, em substituição à atual gestão, presidida pelo
produtor rural Daniel Sebben, que fecha o ciclo de dois mandatos à frente da
entidade. Mas não houve disputa, sendo aclamada a chapa única inscrita no
pleito eleitoral, liderada por Celso Carlos Júnior, produtor rural que exercia
o cargo de vice-presidente da associação.
Após uma
apresentação com um resumo da atual gestão, Daniel Sebben despediu-se do cargo
e se disse satisfeito com os resultados obtidos.
“Não
chegaria a lugar nenhum sozinho, mas sem dúvida que ter sido o primeiro
presidente é algo que nos dá uma satisfação muito grande, pois vimos isso tudo
acontecer, protagonizando o agronegócio no Amapá, com cada conquista, cada
vitória e a cada ano registrando um novo recorde de produção e embarque da
nossa produção”, comemorou Sebben.
Falando à
reportagem, Celso Carlos Júnior se disse muito feliz com a forma serena com que
sua entidade faz essa transição e disse que diretoria propriamente dita
existirá no papel, mas que cada associado é também um dirigente e fala pela APROSOJA.
“Realmente é
um momento muito especial, não só da situação nacional, mas também das condições
que a gente passa a ter no Estado do Amapá, primeiro com o amadurecimento sobre
o que pode vir a significar a agricultura comercial ou agronegócio, do ponto de
vista da economia e do avanço social, como também dos conceitos de preservação
do meio ambiente no Estado”, disse o ruralista.
A reportagem
destacou que o Agronegócio esta em pauta constantes nas ações da economia
amapaense e que foi destaque durante as eleições recém finda, tornando-se um
desafio para os gestores institucionais e dos produtores que para aqui vieram e
desbravaram o segmentos de grãos no Amapá e vem impulsionando o mercado,
através de geração de rendas e empregos.
Agenda
O novo
presidente da APROSOJA confirmou já ter tido um encontro com o governador
reeleito e o novo vice-governador, Jaime Nunes, um empresário que ele diz saber
a linguagem mais próxima daquilo que entende ser o mais correto para o
desenvolvimento do Estado.
O Amapá
sempre foi dependente de outras regiões na questão agrícola, se restringindo a
agricultura familiar, com a chegada da agricultura comercial, ou agronegócio,
do ponto de vista da economia, do avanço social vem se superando ano a ano, tanto
na área plantada, quando na exportação.
“Devemos
estar preparados para dar as respostas que a oportunidade exige, pois temos
aqui um grupo de produtores muito bem intencionados e que querem transmitirao
governador e seu vice uma mensagem que se o poder público de fato fizer a sua
parte com os licenciamentos, e se possível a regularização fundiária, poderemos
multiplicar por quatro ou cinco vezes a área plantada no Amapá, e assim dar um
salto enorme com um impacto no PIB do Estado no mínimo de dez por cento”,
completa o novo presidente.
Para o
empresário a soma de todos esses fatores sinaliza que os produtores tem que
preparar para dar a resposta que a oportunidade exige.
"Felizmente,
temos a oportunidade de contar com um grupo de produtores bem intencionados e
de excelente qualidade e que trazem as experiências de outras regiões e somam
com as locais e dando assim condições de responder a altura o que nos é
exigido".
Celso Carlos
dos Santos Júnior destacou que esse apoio é de extrema responsabilidade.
O novo
presidente da APROSOJA/Amapá relembra que muitos produtores tem processos de
licenciamento ambiental e fundiário, há anos parados aguardando uma definição.
"Esses
processos de produtores instalados aqui, que estão protocolados no
licenciamento ambiental estadual há meses e estão parados aguardando decisões.
Essas demandas resolvidas, dariam um salto enorme e juntos com processos de
longo prazos, como da própria ANCEL temos a expectativa de chegar a 80 a 100
mil hectares plantados nos próximos quatro anos, que seria um grande impacto na
economia local de até 10%".
Nas discussões
do palanque eleitoral apareceu novos horizontes para o agronegócio, como a
industrialização. Teve posicionamento de esmagamento da soja aqui no Estado e a
reportagem questionou o novo presidente da APROSOJA sobre as condições de que
sejam implantados uma indústria desse tipo no Amapá.
"O
lançamento industrial é consequência de disponibilidade de matéria prima.
Ninguém instala uma fábrica ou uma indústria de transformação sem ter certeza
da oferta suficiente e se possível com sobras para o seu processamento. O que
nos temos agora aqui no Amapá ainda é pouco, mas isso não faz que o Amapá seja
menos rentável ou que o resultado do movimento da soja seja menos importante.
Devemos destacar que menos da metade da soja produzida no Brasil é processada
aqui. A maioria da soja brasileira e exportada in natura, nem por isso temos
diferença de desenvolvimento para onde a soja vai para processamento ou
exportação. O principal fator do desenvolvimento é a produção".
Quanto ao
processamento industrial do Amapá o empresário e produtor diz que é questão de
tempo, porque a posição geográfica, a demanda dos produtos que levam soja e
milho e o fato de termos hoje no Brasil a proteína animal mais competitiva do
mundo, produzida a partir de uma soja mais ou menos competitiva. "A
proteína proveniente da avicultura, que o Amapá é grande importador, é uma
questão de tempo, tendo uma boa oferta de as indústrias se interessarem a se
implantarem aqui".
Foi
ressaltado ao novo presidente da APROSOJA/Amapá de que ainda existem gargalos e
de como serão enfrentados pelos produtores através de sua entidade representativa.
"Isso é
do conhecimento de muitos. O Amapá, dado as circunstâncias de ter se tornado
território federal em 1944 e em Estado em 1988, sem que tivesse um conjunto de
legislação para quede fato as áreas territoriais fossem disponibilizadas para o
cidadão. Isso faz que aquele cidadão que esteja querendo produzir seja daqui o
que venha de fora com sua experiência participe desse negócio de maneira
bastante insegura. Ele não tem acesso a financiamento bancária, sujeito as
mudanças de legislação. O direito de posse é asseguradona legislação
brasileira, mas não é a mesma coisa de alguém que tenha um título registrado em
cartório".
Outro
gargalo é com referência as Licenças Ambientais, e Celso Santos Júnior
dissertou que por muito tempo elas ficaram sujeitas a interpretações não muito
exatas da legislação e muitas vezes politizados. "Parece muito claro o que
estabelece o Código Florestal Brasileiro, infelizmente isso provocou atrasos
nessas liberações, provocou má fé que observamos pela imprensa, dos órgãos
expedidores de licenças. Acredito que no próximo governo seja dado a prioridade
que diz e seja construída uma coisa mais sadia e mais ágil para que possamos distinguir
o que é o correto do que não é possível. E o que a legislação estabelece é que seja
cobrado eexigido o que é legal".
Perfil do novo presidente
Celso Carlos
dos Santos Júnior tem 59 anos de idade, é natural de Maringá-PR, é formado em
Engenharia Agrônoma pela UEM – Universidade Estadual de Maringá (1978-1982),
foi superintendente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, entre julho de 1982
e maio de 2010, diretor da Granja Jequitibá, desde maio de 2011 e a partir de
2012 sócio gestor da Agrocerrado, em Itaubal, no Amapá.
Diretoria
Celso Carlos
dos Santos Júnior – Presidente;
Romildo
Klimeck – Vice-presidente;
Tobias
Laurindo – 1º diretor administrativo;
Carlos
Kaczam – 2º diretor administrativo;
Paulinho
Ivando Freitas – 1º diretor financeiro;
Daniel
Ângelo Grolli – 2º diretor financeiro;
Roberto
Arroyo – Membro do Conselho Fiscal;
Armindo
Baretta – Membro do Conselho Fiscal;
José Carlos
– Membro do Conselho Fiscal
APROSOJA AMAP e sua história
Fundada nos
moldes do outros Estados, a Associação dos Produtores de Soja do Estado do
Amapá (APROSOJA-AP) tem como finalidade representar e defender a classe. A
entidade atuará nas áreas socioambiental, relações públicas, orientação
técnica, apoiando à pesquisa e o desenvolvimento de mercados.
Segundo o
presidente da entidade, Daniel Sebben, os principais entraves para a produção
de soja no Amapá são: a regularização fundiária, infraestrutura de armazenagem
e padronização de grãos, licenciamento ambiental e desenvolvimento de
cultivares adaptados ao clima e latitude da região.
“Uma vez
institucionalmente organizados através da APROSOJA, os produtores podem cobrar,
fiscalizar e influenciar políticas públicas voltadas para o setor, como nos
casos do licenciamento ambiental e da regularização fundiária, que atualmente é
o maior entrave para a produção e maior prioridade da associação”, afirma
Sebben.
De acordo
com o vice presidente, Celso dos Santos Júnior, atualmente novo presidente da
entidade, são cerca de 200 produtores de soja iniciando as atividades no Estado,
em 2015 deverão ser cultivados 15.000 hectares de soja, além de outras culturas
como arroz, milho e feijão caupi. Dados da EMBRAPA Amapá dão conta de que o
estado conta com aproximadamente 1 milhão de hectares de cerrado, dos quais
cerca de 400.000 são aptos para agricultura.
Com a união
do setor, pretende-se criar ambientes oportunos e favoráveis para gerar mais
investimento no setor. “No setor privado acreditamos que empresas e também
produtores estão dispostos a investir no setor agrícola do Amapá,
principalmente nas áreas de pesquisa e infraestrutura”, destacou o presidente
da APROSOJA-AP.
APROSOJA-AP – logística privilegiada
O Amapá é
considerado a última fronteira agrícola do Brasil, conta ainda com uma
logística privilegiada, estando na foz do rio Amazonas, rota de navegação dos
navios que acessam os portos de Santarém-PA e Itacoatiara-AM.
No porto de
Santana-AP duas traders já anunciaram
investimentos, a Caramuru e a Cianport, sendo que esta última está em fase
final de implantação, devendo entrar em operação em agosto deste ano, ainda emtempo
de escoar a safra do Estado que deve começar a ser colhida no final de julho.
Os
investimentos portuários no Amapá são parte de uma rota logística que será
utilizada para exportação de grãos de Mato Grosso via BR-163 até Itaituba-PA e
depois via hidrovia Tapajós-Amazonas até o Porto de Santana-AP. As áreas
agricultáveis do Amapá estão em um raio de até 200 km do porto.
Décima terceira APROSOJA
Para a APROSOJA
Brasil a criação da entidade no Amapá é um sinal de maturidade da classe e de
consolidação do modelo de representação da APROSOJA a nível nacional. “Nós
damos as boas-vindas a APROSOJA-AP e firmamos o compromisso representar os
produtores do estado em Brasília e dentro do Congresso Nacional”, afirmou o
presidente da APROSOJA Brasil, Almir Dalpasquale.
(Fonte: ASCOM APROSOJA-AP e APROSOJA Brasil)
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