Quem
fez? Isso importa
Vi nos últimos dias uma notícia retumbante para a
saúde pública do Amapá. Até o final do ano provavelmente será inaugurado o
Hospital do Câncer de Barreto no Amapá, aqui, em terras Tucujú, batizado de
Hospital do Amor.
De repente vi um político agindo de forma egoísta.
Buscando de todas as formas trazer os méritos do feito pra sí e somente pra sí.
Eu fui o responsável por trazer esse Hospital para o Amapá e tudo o mais. Isso
é reprovável e apequena o que verdadeiramente importa. Os benefícios que a
sociedade amapaense vai ter a partir desse hospital.
O agir humano, numa formulação filosófica condena
esse padrão de comportamento. E os políticos equivocadamente insistem com esse
hábito grosseiro, deselegante. A importância do fato, com os resultados dos
serviços que o fato vai trazer para o conjunto da sociedade é secundário diante
da necessidade imperiosa de dizer: isso fui eu quem fez!
Pior; na verdade viabilizou. Quem fez de verdade
foi o povo, pois o dinheiro aplicado na obra é do povo. Todos merecem
reconhecimento meritório, porém se colocar a frente da importância do fato é um
comportamento reprovável. Mas a política é assim mesmo. Espetaculosa. Tem que
gritar: eu fiz.
O Hospital do Amor é uma conquista da mais alta relevância.
Crucial e já não era sem tempo os números de vítimas dessa doença letal
legítima a urgente necessidade dessa Casa de Saúde. Tratar o câncer no Amapá
era impossível, as famílias que caem em desgraça e tem um Ente com essa
enfermidade tem que enfrentar duas dificuldades. Primeira trabalhar o
psicológico para suportar a carga emocional do paciente e dos familiares
que ficam todos atônitos com a possibilidade da perda do parente e; segundo,
enfrentar outro Estado com a miséria que é o recurso disponibilizado pelo TFD –
Tratamento Fora do Domicílio. Então a decisão de trazer o Hospital para o Amapá
foi providencial.
Todos foram importantes. Deputado Federal Marcos
Reategui que iniciou o processo, governador Waldez Góes que apoiou
integralmente a iniciativa e todos os parlamentares que colocaram recursos de
suas emendas para viabilizar a obra e, lógico, os médicos do HCB – Hospital do
Câncer de Barretos que aceitaram vir para o Amapá.
A política enquanto ciência, cujo o escopo é buscar
desenvolver ações que venham melhorar a vida do cidadão, que tem nos
governantes e parlamentares seus representantes, não cabe um parlamentar ter a
pretensão de azedar a festa por essa conquista com síndrome do egoísmo. Essa
forma de fazer política está com os dias contados. O povo está cada vez mais
vigilante para com o comportamento dos seus representantes, dentro do ponto de
vista ético e moral.
Num prisma filosófico o cidadão devem se alicerçar
em atos éticos com princípios que a fundamente pra que possa exteriorizar o seu
comportamento moral (moral efetiva) em um comportamento moral ético (moral
reflexiva), que é absolutamente necessária para que a ética se sustente e
melhore a convivência social.
Precisamos correr desse modo de fazer política. Os
mandatos não são dos detentores deles, mas sim da sociedade que os outorgou. A
democracia é representativa. As políticas públicas não podem ser fisiológicas,
mas sempre vocacionada de ir ao encontro do interesse da sociedade. Eu fiz, o
fulano pegou carona, é um comportamento reprovável e deseduca o povo a
compreender verdadeiramente o papel dos seus representantes nos três pilares da
democracia representativa. Judiciário, executivo e legislativo.
Parabéns Amapá pelo Hospital do AMOR.
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