Reflexão epistemológica.
A característica essencial de todo
filosofo é a inquietude, aquela que os move rumo a indagações constantes, que
podem leva-los a muitas respostas, ou ainda mais dúvidas. Sobre isso, a
filosofia construiu sua importância nas concepções humanas, principalmente
acerca daquilo que nós somos. Na realidade, ninguém é 100% consciente do que é,
todo mundo tem alguma incerteza, uma confusão inerente a sua existência, que
não consegue explicar e busca de alguma forma conhecer.
Bom, assim como todo bom amante da
filosofia, eu tenho me sentido assim ultimamente. Não conheço a razão exata mas
sei que isso faz parte de mim. Afinal, me pergunto: O que realmente é essencial?
Mas a busca por essa resposta é incessantemente difícil, e nem sempre a pura
intelectualidade nos leva a respostas exatas. Por conta disso, resolvi esquecer
de mim por um momento e resolvi observar nos outros o que lhe é mais precioso.
Comecei por aqueles que considero
mais amorosos, suas atitudes e feições revelam algo que eu já esperava. Para as
pessoas recheadas de sentimento, a coisa mais importante do mundo são suas
raízes (o que é muito comum da maioria dos seres vivos). Os primeiros passos de
seus filhos, o abraço de seus parentes, o orgulho de um familiar, tudo isso é
algo inerente daqueles que são extremamente ligados aos seus, e partir disso
percebi que havia um nicho de pessoas assim. Mas por mais que eles fossem
maioria, eles presumivelmente não era todos.
Segui em diante e comecei a reparar
que existem pessoas mais dogmáticas e cheias de religiosidade. Esses são aqueles
que veem em Deus tudo de mais precioso, e não pensariam duas vezes se tivessem
que escolher entre suas raízes e o caminho do senhor, certamente abdicariam de
tudo se fosse necessário para estreitar sua relação com Deus. E não pensem
vocês que isso é algo impossível para aqueles dotados de muita fé, a bíblia
apresenta ao leitor essa passagem, no momento em que Deus testa a fé de Abraão
pedindo seu filho Isaque. Bom, para eles nem tudo há uma explicação, existem
coisas que não compreendemos, e uma delas é a vontade divina, já que Deus é um
ser perfeito, sendo ele o todo essencial e a razão de tudo.
Antagonicamente aos anteriores,
existem aqueles dotados de ambição. Para esses, o mais importante de tudo são
suas conquistas, sua ascensão e sua satisfação pessoal. Aqueles que passam a
vida tentando reunir dinheiro, não para sustento de suas famílias ou para fazer
bem ao próximo, mas sim se aproximar cada vez mais daquilo que almejam,
sucesso, poder e luxuria. Não cabe a mim fazer um julgamento sobre esses,
apenas constato sua existência e sua inevitável solidão, já que são por si só a
razão do seu viver.
Não imagine que todos os fatores
que retratei anteriormente são estereótipos de pessoas. Meu objetivo com isso
não é traçar perfis determinados, mas sim procurar minha própria razão de agir.
Quando falo em reflexão epistemológica me refiro a um olhar interior que busca
no universo cosmológico uma explicação do que em mim habita, e isso é
inquietante. Por isso observo as pessoas, os meus semelhantes, pois sei que
todos possuem esse sentimento, mesmo que em quantidades desiguais.
Talvez você esteja se perguntando
aonde você se encaixa no meio de tudo isso, certo? Bom, ironicamente talvez em
tudo, talvez em nada. Assim como eu, pode ser que você esteja conhecendo o
mundo que existe dentro de si mesmo, e procurando respostas. O que eu quero
dizer a você é que nunca deixe de se perguntar, nunca deixe de se conhecer.
Talvez, afinal a essencialidade de
tudo seja exatamente isso! A incerteza.
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