Matricula Escolar: Comunidade
escolar aprendendo a usar a tecnologia.
A cultura que ainda se mantém para muitos
pais quando começa a Chamada Escolar: é a de que “Não garante a vaga pro meu
filho, então não vou fazer”. Fazer a chamada escolar, é uma cultura que
está sendo consolidada na mente das pessoas da comunidade que vai acessar as
redes escolares através da Internet. E através dessa ferramenta que o sistema
público terá as informações das demandas de vagas e de salas de aula a serem
ampliadas.
Reinaldo Coelho
Educação não é sinônimo de escola.
Escola é uma das formas de educação. Em um país com 519 anos, a escola mesmo
não tem 120 anos. Só no período republicano se oferece alguma escolarização
pública. Na prática, só a partir de 1930, com a revolução liberal, que se
entendeu escola pública como instrumento de organização nacional.
O Brasil tem níveis avançados de
educação mas não de escolarização. Se faz educação na mídia, na família, na
igreja, na atividade de comércio. Somos a 6ª economia do planeta, mas somos o
66º país em educação escolar. Temos internamente um nível de alfabetização
digital muito forte.
É só observar que as nossas eleições, ao
contrário de muitos países, ela é feita toda de maneira digital. Somos um dos
três países que possuem o maior número de celulares no mundo.
E por que manter as matrículas
escolar, o primeiro passo para levar o jovem para a escola, com filas quilométricas
e problemáticas, um costume centenário devido o pequeno número de escolas e de
vagas, onde se fazia necessário na década de 1950, a realização de provas de
Admissão para que o educando chegasse ao Ginasial.
Essa situação evoluiu, com os
avanços tecnológicos a criação de softwares e aplicativos que possibilitam, aos
pais e responsáveis, inscrever seus filhos nas chamadas escolar (antigo Censo
Escolar) dando assim condições do poder público saber o número de vagas que ele
precisa criar para incluir a demandas estudantil no próximo ano letivo, ou seja
investir em ampliação de escolas ou até mesmo a construção de novas unidades
escolares nos bairros de maior procura e densidade populacional.
No Estado do Amapá, tivemos em 2018
aproximadamente 150 mil alunos matriculados na rede estadual e esse ano deve se
aproxima dos 180 mil e esses números são mais visível nos municípios de Macapá e
Santana, onde o número de habitantes são maiores e portanto precisam de mais escolas,
corpo docente qualificado e que seja fornecido um estrutura a alturas de uma
clientela que vai sair da rede pública estadual e municipal direto para o
Ensino Superior e concorrer com alunos de grandes centros urbanos, como o
sudeste e devida a tecnologia, estão conectados e concorrem em todos os níveis as
vagas nas Universidades.
Hoje um aluno aprovado com média do
Enem, que resida em Santa Catarina, solicita matricula na Universidade Federal
do Amapá (Unifap) e pode tirar a vaga de um amapaense, o mesmo acontece nos
concursos públicos.
Acessar aplicativos de matriculas é atroz.
Bom, mais matricular, através da
rede de internet não é fácil, visto que o Amapá e o Brasil possui uma das
piores redes de internet. O Brasil tem
atualmente 24,3 milhões de pontos de acesso de banda larga fixa. Destes, 46,3%
estão na faixa de 2Mbps a 12 Mbps e o ideal seria de 20Mbps. No Amapá foi apontado
pela Aneel que Macapá é a capital brasileira que oferece a menor média de
velocidade de internet banda larga do país, onde a maioria dos 16.418 pontos de
acesso operam entre 512 Kbps e 2 Mbps, uma taxa considerada baixa em relação à
média do país, que gira em torno de 3 Mbps.
Daí dar para entender porque a
revolta dos pais e responsáveis de alunos que procuram acessar o sistema de
matricula escolar online e não conseguiram, muitos com paralização total.
Pelo calendário apresentado pela
Secretaria de Estado da Educação do Amapá (Seed) as pré-matrículas deveriam
acontecer a partir de 14 de janeiro de 2019, porém, após o sistema online do
governo do Amapá ficar congestionado e apresentar problemas uma nova data de
início para fazer pré-matrícula e matrícula dos ensinos infantil, fundamental e
EJA (primeira à quarta etapa) foi anunciada.
Na ocasião a secretária adjunta da
Secretaria Estadual de Educação (Seed), Neurizete Nascimento, informou que a
partir das 14h do dia 16 de janeiro até o dia 18, o site
www.escolapublica.ap.gov.br estaria novamente disponível para pais ou
responsáveis realizarem a pré-matrícula, momento de escolha da escola. Os
pontos de apoio na rede Super Fácil em Macapá e Santana e em algumas escolas
dos dois municípios, voltaram também a funcionar.
O período de matrícula, quando os
pais devem apresentar presencialmente os documentos obrigatórios dos estudantes,
ficou definido para os dias 21, 22 e 23 de janeiro, nos horários de 8h as 11h30
e das 14h às 17h30 na escola pretendida, anteriormente escolhida na
pré-matrícula.
A reportagem do Tribuna Amapaense
esteve na sede estadual da educação amapaense e conversou com a assessora da
Coordenadoria de Educação Básica e Profissional da Seed, Léia Dantas
Nascimento. E a questionamos sobre os gargalos que vem acontecendo com o acesso
e o congestionamento das redes disponíveis aos pais e alunos da rede estadual e
municipal de Macapá e Santana.
“Desde 2015 o governo do Estado do Amapá, através da Seed,
vem executado o processo de matrícula online, e a cada a ano a secretaria vem
procurando melhorar a oferta ao público”.
A assessora, detalhou que o começo
do processo aconteceu na Chamada Escolar no segundo semestre de 2018. “A
chamada escolar é um censo, para que as redes estadual e municipal de Macapá e
Santana, tenham um perfil de que vai ser a real demanda na hora da matricular
escolar. Depois trabalhamos dentro das unidades escolar, procurando atender
essa demanda que surgiu na chamada escolar. Esse ano tivemos mais 50 mil
inscrições na chamada, as redes se preparam para atender essa demanda de
procura. Mas, não deixamos de fora aquele público que por algum motivo não
fez”.
E ela destacou que ai está a
cultura que muitos pais se colocam quando começa a Chamada Escolar: “Não
garante a vaga pro meu filho, então não vou fazer”. “Fazer a chamada
escolar, que é o censo, é uma cultura que estamos tentando consolidar na mente
da comunidade que vai acessar as redes escolares. Mesmo assim, nós
compreendemos que as pessoas que vem das ilhas, os ribeirinhos, que estão nos
municípios e veem para cidade. Então, foi demandado uma outra etapa, para que
eles possam ter acesso e confirmarem suas vagas”.
Ela explicou que até 2018, a
chamada escolar era realizada desde o Ensino Infantil ao Ensino Médio e EJA,
todos juntos, porém foi detectado o grande problema de acesso. Congestionava o
sistema, esse ano, iniciou com os candidatos ao Ensino Médio, que são os
adolescentes e eles já tem esse conhecimento tecnológico e ajudam os pais a
realizarem o acesso e concretizar a inscrição. E foi confirma com a
tranquilidade a adaptação do sistema a demanda”.
Com a concretização positiva do
atendimento da clientela do ensino médio Léia Dantas, destacou que passaram a
atuar para que os candidatos do Ensino Infantil ao 1º ano realizassem suas
inscrições via online. “Agora é apenas para quem fez chamada escolar. Porém,
todos, os que fizeram então fizeram a chamada escolar acessou de uma vez o
sistema e o resultado foi a paralização. Porem pedimos paciência aos pais, eles
ficam ansiosos, pois, vem a segunda etapa e nem todas as vagas foram
preenchidas. Essas vagas vão voltar para o sistema. Estamos trabalhando junto
as escolas que ainda não terminaram o período letivo de 2018 e essas vagas vão
voltar para o sistema”. A assessora Léia Dantas, ressaltou que a prioridade é o
aluno.
Um dos destaques já analisados e
confirmados pela Seed é que aconteceu as inscrições para o Ensino Médio de 10
mil alunos que era o número esperado pela Seed. “Esse número é o real, de quem
atendeu a chamada escolar, mas temos a expectativas de atendermos mais alunos
que não fizeram suas inscrições durante o período estabelecido na primeira
etapa”.
Escolher a melhor, nem sempre é o certo
Uma da situações é a questão de
deixar para última hora, é o acesso unanime levou ao congestionamento da rede
disponível e a cultura dos pais e outra problemática e os pais darem
preferencias as escolas localizadas no bairro central, nas escolas que eles
estudaram, que o filho do vizinho estuda, que acreditam sejas as melhores,
muito pelo contrário, o Amapá tem nas escolas menores e anônimas melhores
rendimentos de aprendizagem e de qualidade do ensino ali ministrado, isso
comprovado com os índices conquistados no Ideb.
Para Léia Dantas muitos pais se
questionam sobre a qualidade das escolas estaduais e municipais e acham que a
escola da periferia, não tem a mesma qualidade das escolas da “avenida
FAB”. “Ao contrário, tem muitas escolas
periférica que tem nota maior no Ideb, so falta a comunidade se apossar dessa
informação, para que possamos terminar com essas escolhas. E a maior preocupação
da Seed é melhorar o índice de todas as escolas.
“A secretaria de Educação a partir
desse ano formatando uma grande meta. Que não seja somente uma escola a mais
almejada pelo público, mais que todas as escolas sejam líderes em aprendizagem,
em número de satisfação de pais com aquela escola. Essa é uma construção
coletiva, não basta ser da “parte da Seed”, mais da parte dos pais da
comunidade, de todos. De cobrarem, acompanhar, incentivar e participar do
processo”.
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