HPB: UMA DOENÇA SILENCIOSA DO
ENVELHECIMENTO.
Vários órgãos fazem parte do
aparelho genital interno masculino, entre os quais a glândula prostática,
localizada abaixo da bexiga. Ela tem íntima relação com a função urinária,
sexual e reprodutiva, produzindo o líquido prostático, que faz parte do
esperma.
As doenças que acometem a próstata
afetam a função sexual e a função urinária, pois a uretra é comum às duas. Quando essa glândula aumenta de tamanho, com
o avançar da idade, sobrevém o que chamamos de Hiperplasia Prostática Benigna( HPB), decorrente da aceleração da
produção e divisão das células prostáticas, por influência hormonal, um dos
fatores causais.
Isso ocorre por
interferência do hormônio masculino – a
testosterona --, que se transforma em outra substância mais forte, a diidrotestostero (DHT), por ação da
5-AR. Aos 60 anos metade (50%) dos homens sofrem da doença e aos 80 anos, quatro
entre cinco homens mostram alterações evidentes de HPB.
Esse crescimento exagerado da glândula
(hipertrofia) comprime a uretra, interferindo no fluxo normal da urina, sobrevindo: dificuldade para começar a urinar (hesitação e
esforço), fraqueza na força e no jato da urina; incontinência urinária;
urgência miccional (rapidez para ir ao banheiro);urinar várias vezes à
noite(nictúria); sensação de não esvaziamento completo da bexiga.
O diagnóstico se faz através
do toque retal, que permite a palpação da superfície, da consistência e do
tamanho da glândula. Daí a necessidade da prevenção, através do exame
periódico: o toque retal e a dosagem de PSA, produzido pela glândula.
A importância das campanhas
de prevenção, como o “NOVEMBRO AZUL”, está na possibilidade de diagnóstico
precoce da HPB e do câncer de próstata, pois os exames iniciais são os mesmos
(toque, PSA e a USG).
A função da atenção básica
por parte da Prefeitura deveria ser mais eficiente na busca ativa de possíveis
portadores. Para isso as UBS deveriam estar preparadas e equipadas para o acesso da população alvo ao
diagnóstico precoce.
A PREVENÇÃO DA HPB PASSA POR BONS
HABITOS DE VIDA. A influência do
estilo de vida, da alimentação e de fatores hereditários é fundamental. Se
tiver mais de 40 anos, possui casos na família, tenha cuidado com álcool, chás
com xantinas (como café e mate), condimentos, alimentação artificial, temperos
e outros aditivos, que contribuem para a
inflamação.
Uma dieta saudável pode
ajudar a prevenir a doença, com frutas, legumes ou vegetais frescos, visando
obter vitaminas ( vit. E,C e D), minerais (Se e Zn) e antioxidantes
(flavonoides, a licopeno, betacaroteno). Os vegetais crucíferos (couve,
brócolis, couve flor e espinafre) ajudam a desacelerar o crescimento da
próstata.
A FITOTERAPIA E A FITOMEDICINA NO
TRATAMENTO DA HPB.
Muitos casos de HPB não exigem um tratamento. Nos casos
mais benignos (Estágios II e III) o tratamento conservador com fitoterápicos é
adotado em vários países europeus como Alemanha, Áustria, Suíça e Itália
(SCHULZ, V.;HANSEL,R.;TYLER, V.E., 2002).
Entre as plantas medicinais recomendadas:
U.
dioica (Urtiga), cujos constituintes
inibi a 5-AR e aromatase, reduzindo a DHT; C. pepo (Abóbora ou jerimum),
que inibe competitivamente a 5-AR, na
forma de pó das sementes descascadas(SAAD, G.A. et al, 2009); Z.mays
L. (estigma ou cabelo de milho), possuindo ação diurética com o chá por
infusão ou decocção (SAAD, G.A. et al
2009). Temos ainda a camomila
(banhos de assento) e cavalinha
(diurético).
O extrato de raiz de urtiga foi
comprovada por estudos observacionais controlados por placebo ( VONTOBEL et al.,1985) que obteve melhora dos
sintomas, sendo indicada pela Comissão E alemã para “dificuldades de micção
associada com adenoma prostático estágios I-II”.
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