ATLETA DO PASSADO
“Foi
uma experiência muito boa. Não tínhamos saído ainda para jogar futebol fora do
Amapá. Encontramos um outro mundo, convivência com jogadores do eixo Rio-São
Paulo, e de Belém do Pará. Pegamos treinadores famosos na época, que trouxeram
ensinamentos/conhecimentos tanto para o futebol como também para a nossa formação,
como cidadão”.
Edervani Costa de Oliveira,
O ‘Baraquinha’
Franselmo George
O atleta do passado desta
semana é - Edervani Costa de Oliveira,
popularmente conhecido como “Baraquinha”. Nasceu em Macapá, no antigo bairro da
Favela, hoje bairro Central, no dia 7 de novembro de 1959. É irmão de um grande
zagueiro do passado - craque Arlindo Oliveira,
o “Baraca”. Seu pai se chamava Arlindo
Ferreira de Oliveira, era paraense de Ananindeua. Veio trabalhar no então
Território Federal do Amapá, e jogou pelo Trem Desportivo Clube. Sua mãe era a
doméstica Oneide Costa de Oliveira, amapaense do Porto do Céu, Distrito do
Coração.
INÍCIO
NO FUTEBOL – “Fui preparado pelo meu pai e pela minha
mãe, sempre digo isso, logicamente pela permissão de Deus – Fui preparado no
bairro do Trem em frente à Praça da Conceição, Igreja Nossa Senhora da Conceição.
Morávamos na Vila Operária na residência da minha tia Maria de Azevedo
Souza(amapaense do Porto do Céu) e Manoel de Souza(paraense). Minha mãe morava
lá. Quando meus pais saíram do Trem para o bairro da Favela(fui na barriga
dela), e fixamos residência próximo do estádio Glicério Marques. Minha
trajetória no futebol foi na própria rua onde morava, na Mendonça Junior
jogando “pelada”.
Pessoas envolvidas no futebol como o Manoel dos Santos Brito,
o conhecidíssimo “Raminho”, ex-zagueiro do futebol amapaense que trabalhava a
garotada do bairro - Seu Raminho pegava a gente no campo do Coaracy Nunes, onde
é hoje o prédio do Corpo de Bombeiros. Lá era tipo uma escolinha de futebol. De
lá fui treinar nas categorias infantis do Cruzeiro Esporte Clube, do presidente
Beni Santos, local onde é hoje o SENAC(era um campo de futebol). Depois disputei
pelo Guarany Atlético Clube o primeiro campeonato Dente de Leite. Os dirigentes
do Amapá Clube (Jarbas Ferreira Gato, Haroldo Vitor, Marituba e Suzete)
gostaram do meu futebol e me levaram. No Amapá Clube iniciei na categoria de
juniores(1973/1974). Em 1975 já estava entrando para o time adulto/Amador, do
Amapá Clube. Inclusive Baraquinha confirma que o amigo “Pelado”(Orivaldo) jogou
com ele nas categorias de base do Amapá Clube. Segundo Baraquinha o Pelado foi
um dos fundadores do Santos Futebol Clube, na época de Cruzeiro, União e Nacional,
categoria suburbano”, relata.
CLUBES QUE ATUOU/TÍTULOS NA CARREIRA –
Campeão amapaense pelo Amapá Clube em 1973; campeão amapaense novamente em 1979
pela equipe do Amapá Clube. Em 1979, quando estava no Amapá Clube foi convocado
para a Seleção Amapaense de Juniores em Roraima, sagrando-se campeão ao lado de
Camecran, Itamar, Walter Vieira, Eudo, Marcelino, Bilico, Birungueta, Jordan,
Mário Palito, Ney, Mário Sérgio, Taurys, Roberto Gato, Áldeno e Roberto
Foguetinho. Baraquinha lembra quando foi convidado a jogar no Clube do Remo,
isso foi logo após o título de campeão de juniores pela Seleção Amapaense em
Roraima, em 1979. Nessa época jogavam no Remo Bira, Aldo, Mareco, Jucy (já
tinha passado por lá). “Foi uma experiência muito boa. Não tínhamos saído ainda
para jogar futebol fora do Amapá. Encontramos um outro mundo, convivência com
jogadores do eixo Rio-São Paulo, e de Belém do Pará. Pegamos treinadores
famosos na época, que trouxeram ensinamentos/conhecimentos tanto para o futebol
como também para a nossa formação, como cidadão”. Do Remo foi para o Desportivo Del Valle, de
Manabita, no Equador. Baraquinha comenta a experiência de ter jogado pela
equipe equatoriana. “Foi realmente uma experiência muito gratificante e o
resultado final valeu muito. No início eu só tinha 19 anos de idade, sair para
um país estrangeiro sem falar língua nenhuma, nunca tinha viajado para o
exterior. Então foi uma experiência muito grande, onde conseguir conhecer um
pouco da língua espanhola e castelhano. Joguei por lá dois anos e meio, foi uma
satisfação conhecer jogadores que foram campeões e defenderam a Seleção
Brasileira como Manga, Paulo Cesar Caju, Gardel, Jairzinho, todos eles na época
jogaram no Equador”. Do Equador voltou para o Clube do Remo. Do Remo foi para o
estado de Rondônia, onde jogou por quatro anos pelas equipes do Ferroviário e
São Domingos, sendo campeão pelas duas equipes de Porto Velho. Depois Foi para
o Rio Negro de Manaus, ficou por lá uns seis meses. De lá retornou para o
futebol amapaense; jogou pelo Ypiranga Clube(seu segundo clube), foi para o
Esporte Clube Macapá, voltou para o Guarany. Em 1989 encerrou sua carreira pelo
Amapá Clube. Foi campeão amapaense pelo Ypiranga Clube em 1992 como auxiliar
técnico, Dadá Maravilha era o treinador.
COPÃO DA AMAZÔNIA - Baraquinha
disputou quatro Copões da Amazônia, dois pelo Amapá Clube, e dois pelo
Ferroviário de Rondônia.
CRAQUES – Cita:
Enildo, Antonio Trevizani, Nego, Catolé, Cazé, Piraca, Castelo, Jonas, Albano,
Marcelino, Nariz, Bira, Aldo, Palito(“Tive a felicidade de jogar com ele no
final de carreira em 1979”).
MELHOR ESTÁDIO –
Baraquinha lembra do melhor estádio que já jogou, o de Serra do Navio. Jogo
entre Seleção Amapaense de Juniores X Ferroviário. Pior estádio, cita os
estádios do Equador.
MELHOR ÁRBITRO AMAPAENSE –
Cita: Estevão Picanço Neto; José Figueiredo, o Savino e Carlos Augusto de
Almeida Lima, o Carlão.
GLICÉRIO MARQUES –
Baraquinha enfatiza que não é muito de acordo da construção de um complexo esportivo
no local do Estádio Glicerão. ”Quero que construa um novo Glicério Marques para os campeonatos oficiais
adultos, uma arena que possa abrigar
cerca de 120 mil pessoas. Isso, que querem construir é para atender a
comunidade, sei que também uma arena irá atender, mas isso é mais para o
esporte de baixo rendimento; como pista de atletismo, quadras esportivas, piscina
semi-olímpica, pista para caminhada; não terá alambrado, nem arquibancadas ao
redor do campo. O campo, será para atender as escolinhas. Temos que construir
uma arena para receber clubes do Brasil e até do exterior. Nosso estádio é um
patrimônio histórico, fica no centro da cidade. Não podemos acabar com a
história do futebol amapaense”.
FUTEBOL DO PASSADO – “A
saudade é muito grande. O futebol de antigamente era mais organizado, mais responsabilidade por
parte dos jogadores, e da própria federação. Hoje, o erro começa pela própria
federação, por algumas diretorias dos clubes que participam dos campeonatos. O
futebol era mais jogado, tinha mais craques, o estádio era casa cheia, a
torcida participava”, lembra. Há 12 anos Adervani Baraquinha administra o Estádio
Glicério Marques. Se formou aos 50 anos de idade em turismo. A experiência
vivida em outros países(línguas, culturas) o influenciou em cursar turismo.
“Realmente é uma área que adoro, amo. O Amapá tem um potencial muito
grande. Quem dera se as autoridades
colocassem pessoas com o conhecimento do turismo para gerenciar o futebol do
Amapá”, conta.
Há
seis meses nosso homenageado passou para o Quadro Federal da União(Transposição).
Baraquinha está hoje com 59 anos de idade. Tem um filho. “Faço minha caminhada,
minhas corridas, e toda quarta-feira batemos nossa bolinha na Praça da
Conceição(Arena Turíbio Orivaldo Guimarães) pela Academia 20.
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