Complexo Tumucumaque

O Complexo do Tumucumaque é constituído pelas Terras Indígenas Parque do
Tumucumaque e Paru D’Este, situadas, em sua maior parte, no Estado do Pará, e
em uma pequena faixa no Estado do Amapá. Este complexo situa-se na região em
que o Brasil faz fronteira com o Suriname. Nele encontram-se em maior número os
Tiriyó e Kaxuyana, que atualmente somam cerca de 1550 pessoas, distribuídas em
30 aldeias – a Oeste do Complexo, e os Wayana e Aparai, hoje cerca de 900
pessoas, que se distribuem em 21 aldeias do lado Leste. Em menor número vivem
os Txikuyana, a Oeste, e algumas famílias Tiriyó e Wajãpi, a Leste. Alguns
destes grupos possuem parentes do outro lado da fronteira, sobretudo no
Suriname. Com exceção de uma família de falantes da língua wajãpi, do tronco
tupi, os demais habitantes do Parque são todos falantes de línguas caribe. O
único meio de acesso a esta região é por via aérea. A experiência de convívio
desses grupos com não-índios se deu a partir de 1960, por iniciativa da Força
Aérea Brasileira (FAB), de missionários católicos no lado Oeste desta TI, da
FUNAI e missionários protestantes no lado Leste. Nos anos 80 estes grupos
iniciaram um processo de redispersão territorial e hoje habitam em cerca de 50
aldeias nestas duas Terras Indígenas.
Kaxuyana (Rio
Cachorro/Trombetas) – Após 30 anos de exílio, algumas famílias Kaxuyana regressaram ao seu
território de origem, próximo ao rio ‘Kaxuru’, afluente do médio rio Trombetas,
situado no Oeste do Estado do Pará. Em 1968, em meio a graves epidemias
sofridas nessa região, um grupo de 48 Kaxuyana sobreviventes concordou em ser
transferido, com ajuda da FAB, para a Missão Tiriyó, no Parque do Tumucumaque.
Um grupo menor foi viver com os Hixkariyana (TI Nhamundá/Mapuera), e outros
poucos desapareceram pelo interior Leste do rio Trombetas. Até hoje há indícios
de que ainda estejam lá vivendo isolados e evitando ser encontrados. Apesar de
terem convivido e compartilhado por mais de três décadas a mesma terra com os
Tiriyó, no Tumucumaque, e com os Hixkariyana, no Nhamundá, os chefes de família
Kaxuyana nunca deixaram de manifestar o desejo de retornar para sua região de
origem no rio Trombetas, empreita que iniciaram a partir de 2002. Atualmente já
são oito famílias distribuídas em duas aldeias. Também se encontram em
andamento os estudos para o processo de regularização fundiária de seu
território de ocupação tradicional.
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