Brasil: O país da mofina.
Bruno Pereira
De um tempo para cá, o Brasil parece estar mergulhado na lama. Me refiro para além da lama de Brumadinho, de Mariana e da lama política. Nosso país vive uma crise paz. Desde de 2016, é impossível ler o The New York Times e não ver rotineiramente notícias negativas sobre o Brasil. Pergunto-me se isso é uma fase ruim, reflexo de um sistema governo falido ou castigo do divino. Pode ser que seja a soma de tudo.
De um tempo para cá, o Brasil parece estar mergulhado na lama. Me refiro para além da lama de Brumadinho, de Mariana e da lama política. Nosso país vive uma crise paz. Desde de 2016, é impossível ler o The New York Times e não ver rotineiramente notícias negativas sobre o Brasil. Pergunto-me se isso é uma fase ruim, reflexo de um sistema governo falido ou castigo do divino. Pode ser que seja a soma de tudo.
Estamos na era que mãe vai ao velório de filho, invertendo-se a ordem natural da vida. Na época em que quando falta a paciência para retirar um animal da porta da loja, faz o ser humano optar por abater o cão. E por falar em paciência, por achar que o judiciário é frágil, alguns, consideram-se no direito de tatuar na testa de um meliante “Eu sou ladrão e vacilão”, volta a Lei do Talião. Os professores, que antes gozavam de prestigio, hoje são vistos como vagabundos, tendo que submeter-se a baixos salários e agressões de alunos, já a escola absorveu para si o papel dos pais; de mostrar hierarquia e valores. Os dias atuais trouxeram um novo conceito de tribunal, já que até a Suprema Cort e do país tem fedor de corrupção; o novo no judiciário é o tribunal do crime: aquele que ladrão pune ladrão com um tiro na mão. Por falar em “justiça”, a vontade de dar uma rápida resposta a sociedade mostrando que as instituições funcionam, acaba em injustiça, ao exemplo do estudante Leonardo Nascimento. Entre chacinas e perda de direitos, grupos criminosos saem do casulo e mostram quem manda no Brasil. A ignorância vai tomando conta das pessoas e se o diálogo não é suficiente para retirar o adversário político do caminho, ceifa-se a vida dele ou dela. O revanchismo tornar-se o sentimento mais apreciado pela nação, se tiraram a vida de Marielle, tentaram tirar a de Bolsonaro. Que absurdo! Por falar em absurdo, flertaram com a inteligência dos compatriotas ao dizer que a morte de Teori Zavascki foi um acidente. Se rá? O país está tão dividido e inseguro que nem deputado sente-se bem morando aqui, prefere alçar voos para outros países. Se até o João que se dizia de Deus cometeu absurdos, o que esperar de quem não é? Nem na casa de Deus podemos estar amparados, pode adentrar um atirador descontando as amarguras de sua vida no próximo. E ainda tem gente achando que porte de arma é solução. Venderam o Brasil em Davos [na Suíça] como um Estado que cresce de forma sustentável; vidas se perderam em Brumadinho dias após e mostraram a verdade. A maré de infelicidades está tão grande que a mãe natureza se enfureceu; o Rio de Janeiro já não é mais lindo assim e São Paulo não é mais a terra da garoa, tornou-se a terra da canoa, novo meio de transporte dos paulistanos. Lamentavelmente, enquanto eu escrevi a este texto, mais algumas baixas: o Centro de Treinamento do Flamengo pegou fogo e garotos que ali estavam, buscando dias melhores, tiveram seus sonhos apagados.
Por horas poderia discorrer os episódios negativos que vivenciamos nos últimos anos. O que observo é que a terra do jeitinho já não encontra mais soluções para os seus problemas, que são reflexos de nossas procrastinações. Lembro-me que o Dr. Robert Rey costuma dizer que “o Brasil não tem vergonha de Deus”, e penso que o criador deve estar com vergonha ou enfurecido conosco. Diante de todas essas catástrofes, “acidentes” e incidentes, cabe-nos o questionamento: o problema é político, divino ou é civilizacional?

Nenhum comentário:
Postar um comentário