Reinaldo Coelho
Da Editoria - 22/02/2019 - 20:49
Colocar o feijão na mesa
todos os dias está virando um desafio e consumidores estão buscando
alternativas para não deixar de levar o produto para casa. Em Macapá, por causa
da queda na produção e mudanças climáticas, as pessoas deixaram de pagar R$
4,30 para desembolsar R$ 10,00 em alguns supermercados da capital amapaense.
pelo quilo do feijão carioquinha (rajado) que aumentou 50% nas últimas semanas.
Outro produto que é bastante
procurado, o pescado, também já vem sofrendo majoração e isso antes do início
da Semana Santa (14 a 19 de abril) período onde os católicos cumprem as regras
da Igreja de somente se alimentarem de carne branca, preferencialmente do peixe
e nesse período o atravessadores abusam dos preços e com a procura grande e a
oferta pequena os preços disparam.
A crise
do feijão
Com referência a crise do
feijão que já vem tendo aumento desde Janeiro e agora se acentua. Segundo
os empresários, a previsão é de que o preço diminua a partir de abril, com a
colheita de uma nova safra. Acontece que essa colheita acontece nas Regiões
Sul e Sudeste e os grãos deverão chegar ao Amapá, somente a partir da
segunda quinzena de abril, devido a logística de transporte e a distância do
mercado produtor e a do consumidor amapaense.
Erik Rocha, diretor técnico
do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio do Amapá (IPDC), explica
que o salto de quase 52% em fevereiro (o maior desde 2012) no preço do feijão
carioquinha aconteceu por diversos fatores.
"São vários fatores,
começando pela queda no poder de compra do consumidor, que faz a oferta ficar
maior do que a demanda. Soma-se a isso a falta de chuvas nas regiões de maior
produção [Paraná, São Paulo e Minas Gerais], junto com a baixa opção de países
para importar o produto. Tudo isso torna impossível o mercado manter os preços
baixos", explica.
Segundo Erik, o aumento no
preço do feijão no início do ano tem sido comum, porém, o aumento nos últimos
meses foi bem mais alto que o esperado.
"Se a gente pegar um
histórico dos últimos cinco anos, percebemos que nesse período sempre acontece
esse aumento. Mas nesse ano realmente aumentou bem mais do que o esperado. Em
alguns supermercados de Macapá o preço chegou a ficar R$ 10", disse Rocha.
Amapá
importa mais alimentos que produz
O Amapá tem o setor de
alimentos ainda amarrado na importação, tanto do feijão, quanto do frango,
arroz e até da farinha de mandioca, pois a produção local não tem capacidade de
abastecer o mercado amapaense e os preços são muitas vezes mais caros do que os
importados.
De acordo com um dos mais
respeitados técnicos do Amapá, Joselito Abrantes, em uma matéria publicada no
Tribuna Amapaense declarou que para carrear investidores que possam acessar os
incentivos fiscais da Zona Franca Verde e outras políticas públicas e para
escrever uma nova história de desenvolvimento econômico no estado no segmento
de produção de alimentos. Devendo começar a mudando a realidade local até mesmo
na capacidade do Amapá produzir seus próprios alimentos, o Governo de Waldez Góes está com projetos que vão dinamizar o setor terciário.
“O Amapá ainda é carente nesse setor, pois dos alimentos consumidos aqui no Amapá cerca de 85% vêm de outros estados da federação e até do exterior. O Amapá só contribui com 15% de produção de alimentos que são comercializados aqui, então nós temos o espaço e temos o dever de incrementar essa produção de alimentos no estado”, declarou Joselito Abrantes.
“O Amapá ainda é carente nesse setor, pois dos alimentos consumidos aqui no Amapá cerca de 85% vêm de outros estados da federação e até do exterior. O Amapá só contribui com 15% de produção de alimentos que são comercializados aqui, então nós temos o espaço e temos o dever de incrementar essa produção de alimentos no estado”, declarou Joselito Abrantes.
O
setor de Pescado do Amapá
O Amapá é beneficiado pela
existência de vários rios, que proporcionam a realização dessa atividade. Os
principais peixes encontrados na região são a piramutaba, filhote, dourada,
pirarucu, tambaqui, tucurané, piranha, etc. Outro destaque são os crustáceos –
caranguejo, camarão-rosa e camarão-de-água-doce.
Oficialmente, os registros
do Estado revelam que 18 mil pescadores exercem a função nos rios e Costa do
Amapá em mais de 1.100 barcos de médio e pequeno porte. O volume de produção
desse número elevado de pescadores seria suficiente para abastecer o mercado
local com folga e fazer chegar ao consumidor um peixe com valor acessível. A
realidade, no entanto, é outra. O peixe oferecido ao amapaense é caro, apesar
de ser pescado aqui. Um dos municípios com grande atividade pesqueira, o município de Amapá tem grande volume de pescado, porém, por falta de mercado são oferecidos a preço baixíssimos, como a Gurijuba que é ofertada a R$ 12,00 a unidade de dois quilos, quando aqui em Macapá, pode chegar a R$ 25 o quilo. A maioria da produção pescada são vendidas em alto mar para embarcações pesqueiras paraenses. A sobra é exposta ao sal e salgada.
Você compra um Tambaqui ou um Pirapitinga a R$ 12 o quilo, saindo uma inteira a R$ 35,00 e compra um frango congelado à R$ 12 a 15,00 com 1 quilo e 400 gramas e rende mais que um peixe. E nossa costa é riquíssima em especies nutritivas de pescado.
Você compra um Tambaqui ou um Pirapitinga a R$ 12 o quilo, saindo uma inteira a R$ 35,00 e compra um frango congelado à R$ 12 a 15,00 com 1 quilo e 400 gramas e rende mais que um peixe. E nossa costa é riquíssima em especies nutritivas de pescado.
O resultado é o consumidor
recorrer à carne e até mesmo ao frango vindo de fora e apesar disso, vendido a
um preço menor. Mais uma vez se comprova que os produtos locais que deveriam
ser mais em conta acabam chegando ao consumidor por um preço mais alto. A saída
estaria em apoiar o setor, fornecendo incentivos, o que deve estar longe de
acontecer.
As gestões de Waldez Góes, sempre
interferiu nesse mercado e principalmente na Semana Santa, com o programa Peixe
Popular, que tem a participação de pescadores autônomos, cooperativas e da indústria
de pesca.
Pelo último relatório estatístico do programa Peixe Popular realizado
em apenas 4 dias (Semana Santa)em 2018. Foi gerado uma renda em torno de R$ 1
milhão para a economia do Estado e 129 empregos, além de inserir várias
espécies de pescado no mercado que já foram ou são exportados para outros
estados do Brasil. E de acordo com a Agência de Pesca do Amapá (Pescap) a
indústria pesqueira no estado do Amapá é tão forte que alcança outras regiões
brasileiras. Ela possui uma envergadura no âmbito nacional.
Industria
Pesqueira do Amapá
A
primeira indústria de pescado do Amapá foi inaugurada há 15
anos atrás. O saldo, ao longo desse período, é que mensalmente são
comercializadas 40 toneladas de pescado por mês, fazendo exportações
interestaduais para São Paulo, Belo Horizonte, João Pessoa e Belém, de acordo
com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
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