sexta-feira, 22 de março de 2019

Refeição do amapaense fica mais cara com a alta do preço do feijão e do peixe.



 O Preço do feijão está em alta, o quilo pode ser encontrado a quase R$ 10 e o peixe perdeu a clientela pelo alta do preço absurdo, isso devido a piracema de algumas espécies e de que o mercado de Macapá está sendo abastecido por pescadores das ilhas paraenses e a chegada da Semana Santa, quando os preços se tornam abusivos.


Reinaldo Coelho
Da Editoria - 22/02/2019 - 20:49


Colocar o feijão na mesa todos os dias está virando um desafio e consumidores estão buscando alternativas para não deixar de levar o produto para casa. Em Macapá, por causa da queda na produção e mudanças climáticas, as pessoas deixaram de pagar R$ 4,30 para desembolsar R$ 10,00 em alguns supermercados da capital amapaense. pelo quilo do feijão carioquinha (rajado) que aumentou 50% nas últimas semanas.

Outro produto que é bastante procurado, o pescado, também já vem sofrendo majoração e isso antes do início da Semana Santa (14 a 19 de abril) período onde os católicos cumprem as regras da Igreja de somente se alimentarem de carne branca, preferencialmente do peixe e nesse período o atravessadores abusam dos preços e com a procura grande e a oferta pequena os preços disparam.


 A crise do feijão

Com referência a crise do feijão que já vem tendo aumento desde Janeiro e agora se acentua. Segundo os empresários, a previsão é de que o preço diminua a partir de abril, com a colheita de uma nova safra. Acontece que essa colheita acontece nas Regiões Sul e Sudeste e os grãos deverão chegar ao Amapá, somente a partir  da segunda quinzena de abril, devido a logística de transporte e a distância do mercado produtor e a do consumidor amapaense.

Erik Rocha, diretor técnico do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio do Amapá (IPDC), explica que o salto de quase 52% em fevereiro (o maior desde 2012) no preço do feijão carioquinha aconteceu por diversos fatores.

"São vários fatores, começando pela queda no poder de compra do consumidor, que faz a oferta ficar maior do que a demanda. Soma-se a isso a falta de chuvas nas regiões de maior produção [Paraná, São Paulo e Minas Gerais], junto com a baixa opção de países para importar o produto. Tudo isso torna impossível o mercado manter os preços baixos", explica.

Segundo Erik, o aumento no preço do feijão no início do ano tem sido comum, porém, o aumento nos últimos meses foi bem mais alto que o esperado.

"Se a gente pegar um histórico dos últimos cinco anos, percebemos que nesse período sempre acontece esse aumento. Mas nesse ano realmente aumentou bem mais do que o esperado. Em alguns supermercados de Macapá o preço chegou a ficar R$ 10", disse Rocha.

Amapá importa mais alimentos que produz

O Amapá tem o setor de alimentos ainda amarrado na importação, tanto do feijão, quanto do frango, arroz e até da farinha de mandioca, pois a produção local não tem capacidade de abastecer o mercado amapaense e os preços são muitas vezes mais caros do que os importados.

De acordo com um dos mais respeitados técnicos do Amapá, Joselito Abrantes, em uma matéria publicada no Tribuna Amapaense declarou que para carrear investidores que possam acessar os incentivos fiscais da Zona Franca Verde e outras políticas públicas e para escrever uma nova história de desenvolvimento econômico no estado no segmento de produção de alimentos. Devendo começar a mudando a realidade local até mesmo na capacidade do Amapá produzir seus próprios alimentos, o Governo de Waldez Góes está com projetos que vão dinamizar o setor terciário. 
“O Amapá ainda é carente nesse setor, pois dos alimentos consumidos aqui no Amapá cerca de 85% vêm de outros estados da federação e até do exterior. O Amapá só contribui com 15% de produção de alimentos que são comercializados aqui, então nós temos o espaço e temos o dever de incrementar essa produção de alimentos no estado”, declarou Joselito Abrantes.

O setor de Pescado do Amapá

O Amapá é beneficiado pela existência de vários rios, que proporcionam a realização dessa atividade. Os principais peixes encontrados na região são a piramutaba, filhote, dourada, pirarucu, tambaqui, tucurané, piranha, etc. Outro destaque são os crustáceos – caranguejo, camarão-rosa e camarão-de-água-doce.
Oficialmente, os registros do Estado revelam que 18 mil pescadores exercem a função nos rios e Costa do Amapá em mais de 1.100 barcos de médio e pequeno porte. O volume de produção desse número elevado de pescadores seria suficiente para abastecer o mercado local com folga e fazer chegar ao consumidor um peixe com valor acessível. A realidade, no entanto, é outra. O peixe oferecido ao amapaense é caro, apesar de ser pescado aqui. Um dos municípios com grande atividade pesqueira, o município de Amapá tem grande volume de pescado, porém, por falta de mercado são oferecidos a preço baixíssimos, como a Gurijuba que é ofertada a R$ 12,00 a unidade de dois quilos, quando aqui em Macapá, pode chegar a R$ 25 o quilo. A maioria da produção pescada são vendidas em alto mar para embarcações pesqueiras paraenses. A sobra é exposta ao sal e salgada.
Você compra um Tambaqui ou um Pirapitinga  a R$ 12 o quilo, saindo uma inteira a R$ 35,00 e compra um frango congelado à R$ 12 a 15,00 com 1 quilo e 400 gramas e rende mais que um peixe. E nossa costa é riquíssima em especies nutritivas de pescado. 
O resultado é o consumidor recorrer à carne e até mesmo ao frango vindo de fora e apesar disso, vendido a um preço menor. Mais uma vez se comprova que os produtos locais que deveriam ser mais em conta acabam chegando ao consumidor por um preço mais alto. A saída estaria em apoiar o setor, fornecendo incentivos, o que deve estar longe de acontecer.

As gestões de Waldez Góes, sempre interferiu nesse mercado e principalmente na Semana Santa, com o programa Peixe Popular, que tem a participação de pescadores autônomos, cooperativas e da indústria de pesca. 






Pelo último relatório estatístico do programa Peixe Popular realizado em apenas 4 dias (Semana Santa)em 2018. Foi gerado uma renda em torno de R$ 1 milhão para a economia do Estado e 129 empregos, além de inserir várias espécies de pescado no mercado que já foram ou são exportados para outros estados do Brasil. E de acordo com a Agência de Pesca do Amapá (Pescap) a indústria pesqueira no estado do Amapá é tão forte que alcança outras regiões brasileiras. Ela possui uma envergadura no âmbito nacional.  
Industria Pesqueira do Amapá

A primeira indústria de pescado do Amapá foi inaugurada há 15 anos atrás. O saldo, ao longo desse período, é que mensalmente são comercializadas 40 toneladas de pescado por mês, fazendo exportações interestaduais para São Paulo, Belo Horizonte, João Pessoa e Belém, de acordo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).


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