Busquei em minha vivência comunitária
ao tratar de espiritualidade e a relação com a saúde. A vivência em grupos ou
comunidades de apoio valeu-me como sustentáculo tanto para a vida pessoal,
quanto para a vida profissional e a saúde. Baseei-me em artigo publicado no TA
em 22.12.20017.
A vida acadêmica, como estudante de
Medicina (Belém,1980-1985),foi paralelamente acompanhada de ativa participação
e vivencia pastoral entre os jovens (Pastoral da Juventude). Em Macapá, em 1990,
atuei como Agente de Pastoral da Saúde, onde vivenciei toda a realidade de
serviço gratuito, dedicação e atuação como leigo engajado.
Nesse inicio de 2019, marcado por
tragédias, nos leva a seria reflexão de vida. Tempo forte de Campanha da Fraternidade, onde a
vivência religiosa nos faz refletir sobre nossas escolhas e de nossa
contribuição para uma sociedade melhor, com base no Evangelho de Jesus. A
convivência nos ensina princípios e valores, nos afasta da violência, das
dificuldades e dos conflitos, pois estamos fortalecidos por um grupo de amigos,
por uma comunidade de fé.
Essa vivência comunitária mantém relacionamentos
saudáveis, e está comprovada que afeta positivamente a mente e também o
corpo. Estudo feito na Escola de Saúde
Pública da Califórnia e Instituto Buck (USA) avaliaram que a prática religiosa
leva a baixa mortalidade e trás benéficos na expectativa de vida. Devido um
estilo de vida positivo de pouco estresse.
Assistir cultos religiosos, ecumênicos,
missas e encontros, independente do credo, trazem efeitos benéficos na
recuperação da saúde. Quem compartilha crenças acredita no cuidado uns dos
outros. Quem “frequenta atividade religiosa regularmente vive em média sete anos
e meio (e quase 14 anos, em afro-americanos) a mais do que as que nunca ou
raramente frequentam uma reunião religiosa” ( Robert A, Hummer et al, 1999).
Vários
são os benefícios saudáveis para quem frequenta ou pratica uma atividade
espiritual, mesmo que não esteja filiada a nenhuma religião particular.
BENEFÍCIOS
SOCIAIS: previne o isolamento social e as pessoas ficam mais extrovertidas;
ocorre maior interação e apoio comunitário; a socialização faz com que
compartilhem os ganhos e vitórias e acreditem em cuidar uns dos outros. BENEFÍCIOS EMOCIONAIS: induz a reação
de relaxamento; a fé num poder maior (Deus) pode estimular emoções positivas de
tolerância, prudência, perdão e afeto; contra ataca o estresse; contribui para
o estado de descanso fisiológico; contribui para a autorregeneração e cura interior;
alivia emoções negativas. BENEFÍCIOS
FÍSICOS: “demonstram ter pressão sanguínea mais baixa e risco reduzido de
doenças cardiovasculares, menores taxas de depressão e suicídio, de abuso de
drogas e álcool; possuem sistema imunológico mais forte”. (Lissa Rankin,2016).
O ensino
da religiosidade nas escolas e na família, independente de crendo, é um
fator fundamental para a criação de ambientes de paz e cidades saudáveis. Seria
um forte aliado dos gestores, diretores de escolas, políticos e governantes
para fortalecer a comunidade escolar (aluno, servidor, sociedade) e afastá-la
de violências.
Portanto, a espiritualidade, definida
pelos cientistas como a busca pelo sagrado, trás benefícios para à saúde quando
se acredita no lado sagrado da vida: a beleza escondida nas pequenas coisas e
nos menores gestos; a santidade presente na natureza; a benção das crianças; a
percepção do trabalho como um chamado e um dom (carisma); o corpo como
recipiente do espírito de amor ao mundo; a santidade do matrimônio; desperta
qualidades que elevam a consciência e
nos abre à acreditar na transcendência. Tudo isso pode nos levar ao relaxamento
do corpo, gerando felicidade e, como resultado, melhor saúde. Macapá-AP, 11.03.2019.
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