74 ANOS DE FUNDAÇÃO DA BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL ELCY
LACERDA
A Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda completou 74 anos de fundação
dia 20 de abril. A instituição possui um importante papel de informar e incentivar
a leitura, além de preservar a história e cultura amapaense. Ao longo dos anos,
a instituição educacional tornou-se também um ambiente onde se concentra toda a
forma de manifestação cultural.
De acordo com o diretor da biblioteca, José Pastana, o órgão está com
vasta programação como oficinas de texto, teatro, música, artesanato, artes
visuais e outros segmentos. Ele também destacou a "transformação
social" realizada pela instituição e diz que a comemoração é uma forma de
evidenciar o serviço prestado desde a fundação do local, em 20 de abril de
1945, à população da capital do Amapá.
"Cada ano que passa fortalecemos o trabalho realizado aqui. Não se
trata só de armazenar livros, mas sobre a transformação social que acontece
através da leitura, acessível, democrática e aberta para população",
destacou Pestana.
A direção da biblioteca conta ainda que mais 3 mil autores amapaenses
compõem o acervo da instituição, que conta com livros, CDs, DVDs, revistas e
jornais.
O prédio abre diariamente das 8h às 18h e possui 16 salas, onde são
promovidas atividades relacionadas à cultura e a educação para pessoas de
qualquer idade.
"A representatividade da biblioteca dentro do estado é de grande
importância. Aqui nós formamos leitores e guardamos nossa cultura. Seja na sala
voltadas só para autores regionais, afro indígenas, na sala de obras raras , ou
de jornais e diários oficiais, é a nossa história que está aqui",
finalizou o diretor.
Como forma de atrair frequentadores e divulgar a grade de atividades da
biblioteca, há um ano, foi firmada uma parceria entre funcionários do órgão e
radialistas e nasceu o Programa “Biblioteca no Ar”, que vai ao ar às
segundas-feiras, das 9h às 10h, pela Rádio Difusora de Macapá. “É uma espécie
de point da cultura. Onde acolhe os artistas regionais, divulgando o trabalho,
cedendo o espaço para eventos deles e, em contrapartida, nas programações
realizadas pela administração, temos um gama de artistas que se apresentam de
forma voluntária. Parceria que tem nos mantido”, afirma Pastana.
Programação
Pela manhã, a programação foi especialmente voltada ao público infantil.
Durante as comemorações, as crianças participaram de diversas atividades como
apresentações de grupos teatrais, círculos de leituras, narração de histórias,
apresentação de dança, músicas e personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo, obra
de Monteiro Lobato, saudoso escritor brasileiro de histórias infantis, também
recordado no dia 18 de abril.
À tarde, o momento foi de celebração do aniversário de fundação da
Biblioteca Pública, com a participação dos segmentos culturais, educacionais,
sociedade e entrega de comenda a autoridades, colaboradores e voluntários. O
evento foi marcado pelo tradicional corte do bolo, regado pelas apresentações
culturais.
O ator e professor de artes, Carlos Lima, que há 19 anos contribui com
as atividades do órgão no Estado, foi um dos 50 homenageados. Carlos faz parte
da equipe de contadores de histórias, e duas vezes na semana, traz a alegria
aos pequeninos com sua performance.
“Eu trabalho exclusivamente com a literatura infanto-juvenil. Aqui eu
sou voluntário, ganho aplausos e o que tenho como recompensa são a alegria e o
amor das nossas crianças”, descreveu o artista.
Participaram ainda do evento o secretário de Estado da Cultura, Dilson
Borges; o deputado federal Cabuçu Borges e o presidente da Academia Amapaense
de Letras (AAL), professor Nilson Montoril. A academia realiza suas reuniões,
mensalmente, no auditório da Biblioteca Pública Elcy Lacerda, onde os 22
membros discutem a respeito dos projetos literários amapaenses.
Sete décadas da “Biblioteca Viva”
Fundada em 20 de abril de 1945 e, atualmente conta com um acervo de
aproximadamente 60 mil itens, entre livros, CDs, DVDs, e periódicos (revistas,
jornais e diários). Também guarda um acervo de obras raras, que vão desde
coletâneas escritas na década de 70, bem como, exemplares dos jornais Pisônia e
Amapá- os primeiros a circularem no Estado na década de 80.
A pedagoga Socorro Santos, que há dez anos é funcionária da biblioteca
pública, conta que sua relação com os livros surgiu há 40 anos.
“Desde meus 16 anos sou frequentadora assídua daqui. E naquela época a
estrutura era muito diferente, não tinha toda essa comodidade, para vir para cá
a pessoa tinha que ser apaixonada pela leitura”, relembra Socorro.
Anos depois, ela tornou-se pedagoga e familiarizou- se tanto com o
ambiente literário que sua meta de vida passou a ser trabalhar na biblioteca,
mas o sonho demorou em se concretizar. “Eu trabalhava em uma escola de ensino
infantil, e como não sou bibliotecária, consegui minha transferência para o
órgão depois de muitos anos de persistência. Mas essa jornada valeu muito
apena. Ensinar essa geração a se apaixonar pelo conhecimento não é um trabalho
é uma missão de alma”, relata emocionada.
Com a ampliação de atuação a biblioteca, constitui-se como uma
‘biblioteca viva’. Ou seja, um local onde se concentra toda a forma de
manifestação cultural, conforme entendimento do Ministério da Educação,
Ministério da Cultura e Unesco.
Porém, não perdeu a identidade de um ambiente feito para leitura,
estudos, de suporte à pesquisa. De acordo com o controle de visitas diárias,
70% dos frequentadores da biblioteca são estudantes do ensino médio e
universitários.
O espaço possui 16 salas temáticas para estudos e pesquisas: a Amapaense
(livros e documentos com assuntos e temáticas do Amapá e da Amazônia); Sala
Afro-indígena; Sala do Ensino Médio e Superior; Sala Circulante (com obras
literárias nacionais e estrangeiras disponíveis para leitura e empréstimo
domiciliar); Sala de Artes; Sala Infanto-juvenil (que conta com o Grupo de
Contadores de Histórias) e duas Salas com Jornais e Periódicos (com destaque
para a Sala de Obras Raras); uma Sala de Braille e a Reserva Técnica (onde os
livros são recebidos e distribuídos às salas).
Mensalmente são realizados os eventos ‘encontro com o escritor’, ‘roda
viva’ e contação de histórias, principalmente, em datas comemorativas e,
durante a semana, acontecem os cursos de xadrez; teatro e curso preparatório
para concursos públicos.
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