Dados sobre a
produção de soja no Amapá foram apresentados nesta terça-feira, 23, pelo Rurap
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) apresentou nesta
terça-feira, 23, um diagnóstico sobre a produção de soja. De acordo com o
levantamento, a área plantada e a quantidade grão produzida no Estado têm
aumentado a cada ano. A safra de 2018, que será colhida neste ano, deverá ser a
maior desde que a plantação de soja iniciou no Amapá.
Para o levantamento, forma visitadas 29 áreas produtoras, sendo que
dessas, 23 plantam de forma individual ou em grupos de produtores, nos
municípios de Macapá, Itaubal do Piririm, Porto Grande, Ferreira Gomes,
Tartarugalzinho, Pracuúba e Amapá. O levantamento traçado com base entres os
anos de 2014 a 2018 tem como objetivo traçar o perfil de plantio, quantidade de
produtores, safra e vai subsidiar políticas voltadas para a expansão do
agronegócio no Estado. A proposta do Rurap é fazer, a partir deste ano, um
anuário para acompanhar o desenvolvimento do setor e a cada cinco anos divulgar
um diagnóstico.
Segundo o diretor-presidente do Rurap, Hélio Dantas, o Amapá possui
todas as características para que o plantio de soja se desenvolva e as
informações levantadas pelo diagnóstico servirão para nortear as políticas do
poder público, assim como das instituições que fazem interlocução direta com a
produção como órgãos de pesquisas, de fomento, de assistência técnica, de
créditos e de órgãos ambientais.
“É importante que tenhamos essas informações da situação atual da soja
no Amapá. Produção, características das propriedades, quem produz e onde está
sendo produzido, ocorrências de pragas e doenças, informações que poderão
servir de base para futuras ações do Estado neste setor”, pontuou Dantas.
Diagnóstico
Para fazer o diagnóstico foi elaborado um questionário, cujo enfoque
principal foi o levantamento de informações sobre a produção de soja no Amapá.
Foi obtida a localização geográfica das propriedades produtoras, elaborando-se
mapas das propriedades rurais, produtividade esperada para 2018, principais
cultivares plantadas, sistema de plantio utilizado, estrutura existente nas
propriedades, principais pragas, doenças e plantas daninhas e geração de
empregos efetivos, temporários e mão de obra familiar.
O Amapá possui uma área de 986.189 hectares em ambiente caracterizado
como cerrado – arbóreo-arbustivo e cerrado parque – no qual as culturas de
grãos apresentam elevado potencial de produtividade, com colheita na
entressafra brasileira.
A produtividade de soja no Estado vem aumentando a cada ano e, se
comparada à estimativa de produtividade dos principais estados produtores, a
produção local fica bem próxima ou acima da média nacional. Para se ter uma
ideia, em 2013, o Amapá possuía 5.600 hectares, sendo retiradas 42 sacas por
hectare, que geraram aproximadamente 14 mil toneladas de grãos, colhidas em
2014.
Em 2018, o Estado teve 20.515 hectares de plantio com a expectativa de
produtividade de 50 sacas/hectare. A colheita está prevista para ocorrer entre
agosto e setembro deste ano e, se a previsão for confirmada, será a maior
produtividade no Amapá, chegando a uma produção de 61.545 toneladas de soja na
safra 2018.
Maiores áreas de plantio
O município de Macapá possui a maior área de plantio de soja, com 8.827
hectares, seguido por Tartarugalzinho, com 6.470 hectares, Itaubal com 4.405
hectares, Porto Grande com 500 hectares e Ferreira Gomes com 350 hectares.
Colheita
61% da colheita de soja no Amapá é terceirizada. Esse fato se dá em
função de a colheita ter início no final do mês de julho, quando estamos na
entressafra no restante das áreas produtoras no Brasil. Por este motivo os
produtores de soja encontram preço melhor na contratação dos equipamentos de
colheita.
Geração de emprego
O plantio de soja é atualmente responsável pela geração de 103 empregos
diretos, 33 temporários (que são trabalhadores contratados para auxiliar
durante a colheita) e 15 trabalhadores classificados na categoria de
agricultura familiar.
Doenças e pragas
Outro dado importante é em relação a pragas e doenças que costumam
atingir as plantações de soja como a lagarta medideira, percevejo e Helicoverpa.
As doenças diagnosticadas pelos produtores são a Soja Louca, Antracnose,
Mela, Mancha Alvo, Ferrugem, Fusariose e Oídio, além de plantas daninhas como
Vassoura de Botão, Erva Quente, Fedegoso e Tiririca.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Rural (SDR), Daniel
Montagner, são informações que o Amapá precisava saber para formular ações que
possam ajudar no fortalecimento deste setor. “Essa base de dados vai subsidiar
a formulação de políticas respeitando a sustentabilidade produtiva, e com isso,
a gente vai poder pensar em atingir mercados globais. Além disso, os dados
também poderão servir de base para outras culturas como o milho, o feijão, o
arroz, por exemplo”, finalizou Montagner.
Na próxima quinta-feira, 25, o Rurap deve apresentar um diagnóstico
sobre a apicultura no Estado
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