Aposentados poderão ter 50% de desconto nos medicamentos, analisa CAS
A Comissão de Assuntos Sociais
(CAS) pode votar nesta quarta-feira (3) o projeto que concede a aposentados e
pensionistas um desconto de 50% na compra de medicamentos (PLS 235/2018).
Apresentado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a proposta conta com o relatório
favorável da senadora Mailza Gomes (PP-AC). Caso aprovado, o texto poderá
seguir para a análise da Câmara dos Deputados.
De acordo com o projeto, o
desconto será subsidiado pelo governo federal no âmbito do programa Farmácia Popular,
que é mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para a relatora, é um bom
momento para a aprovação da proposta, já que tramita no Congresso a reforma da
Previdência (PEC 6/2019), encaminhada pelo governo, "com a perspectiva de
redução de direitos aos aposentados e pensionistas".
Impacto
A senadora menciona o impacto que
o preço dos medicamentos têm no orçamento dos cidadãos. Estudo do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), observou Mailza, mostra que os medicamentos
já respondem por mais de 40% dos gastos das famílias com saúde. Levantamento do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta um aumento
constante nestes gastos, disse a senadora. Em 2015, essas despesas
corresponderam a 9,1% do produto interno bruto (PIB), contra 8,7% em 2014,
sendo que 5,1% vieram das famílias, e 3,9% dos governos. Apenas com
medicamentos, os gastos chegaram a R$ 92,5 bilhões, aproximadamente 1,5% do PIB.
Para Mailza, esses números não
captam totalmente a realidade da população de idosos de baixa renda, a ser
beneficiados, com a proposta pautada na CAS. Ela entende que para estes
segmentos sociais, "o problema é ainda mais grave".
"Um quadro representativo
foi percebido no Espírito Santo. Um levantamento nesse estado mostrou que os
gastos com saúde chegam até a 57% da renda familiar no caso de idosos,
especialmente porque é nesta etapa da vida que os custos dos planos de saúde
são maiores. A pesquisa conclui que a qualidade de vida dos aposentados fica
muito comprometida, pois o orçamento é direcionado às despesas com saúde e
pouco resta para outras áreas relevantes, como alimentação e lazer",
concluiu a senadora.
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