sexta-feira, 26 de abril de 2019

COLUNA LUZ DO MUNDO - MAIARA PIRES


Sobre amar a Deus


"E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21.15-17).
O apóstolo Paulo diz que devemos examinar a nós mesmos, provar a nós mesmos, para saber se permanecemos na fé. E eu lhe faço uma pergunta que também é para mim: Você ama a Deus? Pergunto porque presumo que deva haver um certo mal-entendido em relação ao que seja o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, mencionado por Paulo em Filipenses 2.5.
Pegando como parâmetro o que Cristo disse aos discípulos em João 14.21, vamos perceber que amar a Deus não se restringe a nos derramarmos na Sua presença e O adorá-lo. Não se limita ao desejo de vê-lo face a face, ao ponto de a nossa alma gemer querendo ser revestidos da nossa habitação que é do céu (2 Co 5.2).
Amar a Deus tem a ver com OBEDIÊNCIA: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (Jo 14.21). Amar a Deus tem a ver com colocar em prática o que diz o evangelho de Cristo. É ser movido de íntima compaixão pelos perdidos.
Afinal, de que adianta estarmos num ambiente reunidos com outras pessoas ou até mesmo a sós com Deus e chorar, se derramar em lágrimas, sendo envolvido pelo desejo de morar no céu, enquanto muitos estão padecendo em completa escuridão sem saber para onde ir.
Adianta ter encontrado a luz e não alumiar os lugares tenebrosos da dúvida e da incerteza onde ainda vivem muitos dos nossos amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos? Que amor é esse que só se importa em participar de um mover? Que só se importa em ser abençoado? Que não chora, não clama por almas?
Agora, gostaria que observasse com muita atenção a passagem de Isaías 58.6-12. Reflita comigo o que é para Deus o verdadeiro jejum, aquele que agrada a Deus. Será mesmo que são algumas horas sem comer ou beber? Ou seja, a abstinência de alimentos fisiológicos? Ou seria a abstinência da vontade da carne?
Vamos entender. Quando nos batizamos, significa que nascemos de novo para viver em novidade de vida e frutificar para Deus. Se nascemos de novo, é necessário que a nova criatura, o novo homem espiritual seja alimentado para que se mantenha forte e resistente ao pecado. Quanto mais alimentamos o espírito com a obediência ao evangelho, mais fraca fica a nossa carne. Isto porque, ‘fazemos greve de fome’, ficamos em jejum, uma vez que paramos de alimentá-la, não mais cumprindo os seus desejos e vontades dos pensamentos.
Em dado momento evangelizando na terra, Jesus foi indagado pelos fariseus do porquê que os seus discípulos não jejuavam. “E Jesus disse-lhes: Podem porventura os filhos das bodas jejuar enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar; mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão naqueles dias” (Mc 2.19-20).
Os dias em que nos foi tirado o esposo, chegou. Cristo foi crucificado, ressuscitou e foi para o Pai. Ele não está mais aqui para curar os enfermos, dar vista aos cegos, fazer o surdo ouvir, o mudo falar, libertar os cativos e apregoar o ano aceitável do Senhor. Agora sim é hora de jejuar (se abster da vontade da carne) e alimentar o espírito obedecendo ao chamado do nosso Mestre Jesus. “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai” (Jo 14.12).
Ao orientar como se deve jejuar, o Senhor Jesus disse para não deixarmos transparecer que estamos jejuando. Isto quer dizer que ninguém precisa saber que estamos nos abstendo da vontade da carne, até porque, nem todos vão entender a nossa decisão de seguir obedecendo ao evangelho de Cristo.
O nosso comportamento deve refletir a imagem de Deus. O nosso semblante será de paz, serenidade e confiança. E todos verão o amor nas nossas atitudes, palavras, pensamentos e sentimentos porque o Senhor nos ungiu para libertar os oprimidos (Ver Mateus 6.16-18).


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