Sobre
amar a Deus
"E,
depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas,
amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor; tu sabes que te amo.
Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão,
filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo.
Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de
Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E
disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe:
Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21.15-17).
O
apóstolo Paulo diz que devemos examinar a nós mesmos, provar a nós mesmos, para
saber se permanecemos na fé. E eu lhe faço uma pergunta que também é para mim:
Você ama a Deus? Pergunto porque presumo que deva haver um certo mal-entendido
em relação ao que seja o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, mencionado
por Paulo em Filipenses 2.5.
Pegando
como parâmetro o que Cristo disse aos discípulos em João 14.21, vamos perceber
que amar a Deus não se restringe a nos derramarmos na Sua presença e O
adorá-lo. Não se limita ao desejo de vê-lo face a face, ao ponto de a nossa
alma gemer querendo ser revestidos da nossa habitação que é do céu (2 Co 5.2).
Amar
a Deus tem a ver com OBEDIÊNCIA: “Aquele que tem os meus mandamentos e os
guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o
amarei, e me manifestarei a ele” (Jo 14.21). Amar a Deus tem a ver com colocar
em prática o que diz o evangelho de Cristo. É ser movido de íntima compaixão
pelos perdidos.
Afinal,
de que adianta estarmos num ambiente reunidos com outras pessoas ou até mesmo a
sós com Deus e chorar, se derramar em lágrimas, sendo envolvido pelo desejo de
morar no céu, enquanto muitos estão padecendo em completa escuridão sem saber
para onde ir.
Adianta
ter encontrado a luz e não alumiar os lugares tenebrosos da dúvida e da
incerteza onde ainda vivem muitos dos nossos amigos, parentes, conhecidos e
desconhecidos? Que amor é esse que só se importa em participar de um mover? Que
só se importa em ser abençoado? Que não chora, não clama por almas?
Agora,
gostaria que observasse com muita atenção a passagem de Isaías 58.6-12. Reflita
comigo o que é para Deus o verdadeiro jejum, aquele que agrada a Deus. Será mesmo
que são algumas horas sem comer ou beber? Ou seja, a abstinência de alimentos
fisiológicos? Ou seria a abstinência da vontade da carne?
Vamos
entender. Quando nos batizamos, significa que nascemos de novo para viver em
novidade de vida e frutificar para Deus. Se nascemos de novo, é necessário que
a nova criatura, o novo homem espiritual seja alimentado para que se mantenha
forte e resistente ao pecado. Quanto mais alimentamos o espírito com a
obediência ao evangelho, mais fraca fica a nossa carne. Isto porque, ‘fazemos
greve de fome’, ficamos em jejum, uma vez que paramos de alimentá-la, não mais
cumprindo os seus desejos e vontades dos pensamentos.
Em
dado momento evangelizando na terra, Jesus foi indagado pelos fariseus do
porquê que os seus discípulos não jejuavam. “E Jesus disse-lhes: Podem
porventura os filhos das bodas jejuar enquanto está com eles o esposo? Enquanto
têm consigo o esposo, não podem jejuar; mas dias virão em que lhes será tirado
o esposo, e então jejuarão naqueles dias” (Mc 2.19-20).
Os
dias em que nos foi tirado o esposo, chegou. Cristo foi crucificado,
ressuscitou e foi para o Pai. Ele não está mais aqui para curar os enfermos,
dar vista aos cegos, fazer o surdo ouvir, o mudo falar, libertar os cativos e
apregoar o ano aceitável do Senhor. Agora sim é hora de jejuar (se abster da
vontade da carne) e alimentar o espírito obedecendo ao chamado do nosso Mestre
Jesus. “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará
as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu
Pai” (Jo 14.12).
Ao
orientar como se deve jejuar, o Senhor Jesus disse para não deixarmos
transparecer que estamos jejuando. Isto quer dizer que ninguém precisa saber
que estamos nos abstendo da vontade da carne, até porque, nem todos vão
entender a nossa decisão de seguir obedecendo ao evangelho de Cristo.
O
nosso comportamento deve refletir a imagem de Deus. O nosso semblante será de
paz, serenidade e confiança. E todos verão o amor nas nossas atitudes,
palavras, pensamentos e sentimentos porque o Senhor nos ungiu para libertar os
oprimidos (Ver Mateus 6.16-18).
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