
Eleição
para presidente da Câmara de Macapá termina em pancadaria
Reinaldo Coelho
Contando com 12 votos de seu
grupo político, o vereador Marcelo Dias (PPS) foi eleito na quinta-feira (4), em
sessão tumultuada e com agressão física, presidente da Câmara Municipal de
Macapá (CMM) para o período 2019-2020.
A 1ª vice-presidente eleita
foi a vereadora Adrianna Ramos (PR). Os integrantes da chapa formada pelos
vereadores Gian do Nae (PTdoB) e Ruzivan Pontes (SD) se ausentaram da votação.
Porém a sessão para que essa
eleição acontecesse foi violenta e com cenas de briga de rua entre
parlamentares o que levou a interrompição da eleição para presidente da Câmara
de Vereadores de Macapá na tarde de hoje. Em vídeos que circulam nas redes
sociais, é possível observar uma grande discussão no plenário, seguida de
agressão física entre Caetano Bentes (PSC) e Yuri Pelaes (PMDB).
As desavenças começaram logo
após a abertura da sessão, por volta das 14h. Na ocasião, o vereador Pastor
Didio (PRP) apresentou um documento solicitando o adiamento da votação que
escolheria o novo líder da Casa.
Em seguida, Yuri, que
presidia interinamente a sessão, pediu para que Bentes, 1º secretário da Casa,
lesse o conteúdo. O parlamentar se recusou e, em seguida, os vereadores bateram
boca e entraram em confronto corporal. A Polícia Militar e a Guarda Municipal
foram acionadas para conter os ânimos.
Por conta da pancadaria, a
sessão precisou ser interrompida por cerca de uma hora. Depois, os vereadores
voltaram para a mesa e Caetano Bentes reiniciou a sessão, sendo advertido por
Yuri Pelaes de que a votação é ilegal, mas ela foi retomada e 12 dos 23
parlamentares votaram em Marcelo Dias (PSDB) para presidente e Adrianna Ramos
(PR) como vice.
Pelaes declarou que a
eleição que levou Dias à liderança da Casa não é legítima, porque não segue o
que determina o regimento interno da CMM. Ele acompanhou a votação dos
vereadores e dizia, a todo momento, que o ato era inválido.
“Não tem legitimidade alguma
esses atos que ocorreram aqui, fui agredido em plenário e outros vereadores
também, não tínhamos como dar continuidade a esses atos. Vamos tomar as medidas cabíveis, registrar
boletim de ocorrência e proclamar o próximo dia da eleição, enquanto isso estou
presidente interino”, falou Yuri Pelaes, após a votação.
Sobre o prazo, Yuri Pelaes
afirmou, após a votação desta quinta-feira, que “foram atendidos todos os
prazos, todas as questões judiciais, foi feito tudo na regularidade, de forma
honesta, sincera, tendo a lisura do processo”.
Durante a votação, as luzes,
os microfones e o ar-condicionado do plenário foram desligados. A direção da
Câmara não informou se houve queda de energia ou suspensão intencional.
Para os que foram acompanhar
as sessões da CVM essa situação foi impactante e reprovadas pelo cidadão que
elegeu homens e mulheres para representar os munícipes com dignidade e
respeito. Juliana Borges, 34, que estava na Câmara acompanhando a sessão desabafou.
"Uma falta de respeito conosco, munícipes, que estávamos ali para
acompanhar, opinar, participar do que é feito em nossa cidade. Sair de casa
para ver confusão em um local onde deveria haver o respeito não dá. Aqui é
local de gente civilizada, é uma Casa de Leis".
Esta é a segunda vez que os
vereadores tentam eleger o presidente da Casa pelo biênio 2019-2020. A
primeira, realizada em 25 de janeiro, foi anulada pelo Tribunal de Justiça do
Amapá, depois que o vereador Rinaldo Martins (Psol) afirmou, em liminar, que o
prazo de inscrição de chapas era curto, de apenas um dia. Rinaldo também alegou
que não havia comissão eleitoral para acompanhar o pleito, e que o presidente
eleito já fazia parte da mesa diretora, o que fere regras do regimento interno
da Câmara.
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