sábado, 13 de abril de 2019

MANDATO ESTADUAL DE JESUS PONTES (PTC)


Deputado estadual Jesus Pontes, um mandato dedicado ao crescimento do setor primário e ao desenvolvimento amapaense
  

“Quando me formei, minha família queria que eu fizesse concurso público, disse que não faria, pois não tinha perfil para ser funcionário público, queria empreender. Graças a Deus, e ao meu esforço com apoio deles em conjunto, tive sucesso. Mas. Não é fácil empreender no Brasil e no Amapá. Então passo essa experiência para os mais novos. Vou as Universidades e as escolas, faço palestra. Precisamos de uma geração de empreendedora, para gerar emprego e o Amapá desenvolver. É o que mais queremos para todos nós amapaenses”. Deputado Estadual Jesus Pontes (PTC).


Reinaldo Coelho

Ele nunca disputou cargo eletivo, sempre atuou no setor privado, como empresário pecuarista, com formação superior em Economia, teve uma carreira acadêmica destacada, com passagens também pela Fundação Getúlio Vargas, Banco Mundial e Banco Interamericano de    Desenvolvimento (BID) e ocupou cargos estratégicos no poder público voltados para o desenvolvimento do Estado do Amapá. Jesus Pontes obteve 3.894 votos na eleição de outubro de 2019, sendo o segundo mais votado em sua coligação, sendo filiado ao PTC (Partido Trabalhista Cristão). Ele é um dos fundadores da Aprosoja no Amapá e desde que assumiu a direção da Acriap perseguiu o objetivo de tirar o Amapá do incômodo status de alto risco de aftosa em seu rebanho. Esteve ombreado com o poder público e a iniciativa privada para galgar passo a passo a tão almejada Certificação Livre de Aftosa com vacinação.

Com quase dois meses de mandato o deputado estadual Jesus Pontes, vem conhecendo os bastidores e a máquina parlamentar amapaense e mantém o posicionamento de que o mandato conquistado estará sempre voltado principalmente à geração de emprego e renda para a população.

A editoria do Tribuna Amapaense conversou com o deputado no seu escritório político e acompanhe um pouco mais sobre a atuação e posicionamentos do jovem deputado sobre os problemas no Setor Primário e as questões econômicas e principalmente as metas de superações dos gargalos políticos e econômicos para o desenvolvimento  e o crescimento do Estado do Amapá.


Tribuna Amapaense – Estreante na política partidária e com sucesso na primeira disputa eleitoral, como o senhor está vislumbrando essa nova atividade na sua vida?
Jesus Pontes – Bom, estou a dois meses que assumi a cadeira de deputado estadual do Amapá, com as pautas muito ligadas ao setor primário que é as produções agrícolas e pecuária. Somos membro das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Fundiária e Agricultura, a de Empreendedorismo e sou suplente na de Relações Exteriores. Porque dessas comissões? Elas são de suma importância para construir o modelo do setor produtivo dentro da Casa de Leis e informar aos meus pares, de como podemos tirar o Estado do Amapá do marasmo econômico. Sabemos do esforço político e estrutural que o Executivo tem feito, mas a Assembleia precisa fazer sua parte. Por exemplo: Revisar a Lei Ambiental do Estado, para flexibilização de novos negócios. Sabemos que hoje o principal entrave no Estado é regularização fundiária, e temos que resolver esse problema. E adianto a vocês que na próxima semana, teremos uma agenda com o ministro da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e a nossa ideia é levar os 24 deputados estaduais, a Bancada Federal (deputados federais e senadores), governador, para pedirmos uma Força Tarefa para o Estado para regularização fundiária. E que comecemos a fazer a regularização pelas áreas que já estão produzindo e que se faz necessário. Em 2005/2006 fui líder de uma equipe que tratou do Estudo da Pobreza no estado do Amapá, e foi detectado que tínhamos 23% da população abaixo da linha da pobreza, de lá para cá, esses números somente aumentaram e estão em 46%, dobrou e porque isso aconteceu? Mesmo o governo fazendo concursos públicos, investimentos em obras, etc.... Isso porque você não tem negócio novos no Amapá e a falta de emprego é a forma natural de empobrecimento. Então essa é a minha pauta clara, de resolver os gargalos estruturantes do Estado, principalmente a Regularização Fundiária e o Licenciamento Ambiental.

Tribuna Amapaense – O Senhor se considera ambientalista?
Jesus Pontes – Me considero ambientalista, um produtor ambientalista. Porque vivo da produção rural e não posso destruir o meio ambiente, ao contrário temos de cuidar e esse é meu objetivo, trazer isso para o parlamento estadual e termos o equilibro nas comissões     e nas tratativas políticas. Porque eu entendo, Reinaldo, que o Amapá precisa produzir seu próprio sustento. Não dar para vivermos somente das verbas federais, precisamos aumentar a arrecadação interna, aumentar a nossa produção, principalmente a de alimentos, pois nos tornamos um estado importador. A população cresce, não produzimos nada aqui e mandamos o pouco dinheiro que vem de fora.

Tribuna Amapaense – Como está o setor pecuário amapaense, após a Certificação sem aftosa com vacinação, a proteína vermelha está com aceitação no mercado?
Jesus Pontes -  O ano de 2019, vai ser o último ano que vai ser feita a campanha de vacinação contra aftosa no Amapá. O segundo passo agora é certificar o Estado contra a brucelose e tuberculose. A brucelose já iniciou em 2018, a campanha de vacinação e este ano está ganhando mais força, e nos entendemos que será necessário de três a cinco anos para o Amapá receber a certificação isento de brucelose. E o rebanho terá de começar a ter assepsia, pois para a tuberculose animal não existe vacina. Temos que fazer a parte sanitária dos animais que se encontram nas fazendas. A agencia de defesa do Amapá tem feito esse trabalho e eu tenho acompanhado de perto, pois é ai que você constrói a valorização do rebanho.
Após a certificação sem aftosa com vacinação o rebanho do Amapá, teve sua carne vermelha procurada pelo mercado internacional

Tribuna Amapaense – Porque a certificação contra aftosa era tão importante para o rebanho amapaense tivesse aceitação no mercado nacional e internacional?
Jesus Pontes -  A certificação é um marco um emblema, a certificação do setor pecuário do Estado a nível nacional. Tanto que hoje existe um interesse direto do mercado internacional, principalmente do asiático (chineses), indianos e também compradores da Guiana Francesa e do Caribe, tem feito visitas no Estado, buscando comprar no Estado do Amapá. Só que, repito, ainda precisamos de duas certificação.

  
Tribuna Amapaense – Ainda com referência à agricultura, está tramitando no Senado Federal a PLS n° 292, de 2018 que altera a Lei 11.947, de 16 de junho de 2009, para estender a preferência na aquisição de produtos para a merenda escolar aos produtores rurais e suas cooperativas que operem em regime de economia solidária? O Amapá já atua nesse setor (agricultura familiar).
                
Jesus Pontes – Hoje a maioria dos agricultores não conseguem fornecer para o Estado, pois as plantas de seus produtos, seja a farinha, o açaí não tem a certificação da Agencia Agropecuária do Amapá (Diagro). Algumas já foram certificadas, as pequenas plantas, pois. Você não pode colocar na mesa e servir para as crianças, alimentação sem garantir a qualidade daquele produto. Está em processo de evolução e muito rápido. Acredito, que isso deverá acontecer ainda este ano, o mais tardar o ano que vem.
Mosca da carambola 

Tribuna Amapaense – A comercialização da proteína do rebanho amapaense, passou décadas estigmatizada pela falta de controle da Febre Aftosa, hoje superada pela Certificação. Agora temos mais um gargalo, no setor fruticultura, com a evidencia da ‘mosca da carambola’ em nossas plantações, tanto que as frutas locais, não podem ser exportadas e o combate está sendo acirrado a décadas e ainda não foi alcançado o sucesso total.  Qual seu posicionamento nesse setor?
Jesus Pontes – Temos esse gargalo através de nosso vizinho, que é a Guiana Francesa. A ‘mosca da carambola’, atravessou o Rio Oiapoque para o Estado do Amapá e a muito tempo é o único estado brasileiro que faz o combate a essa mosca e diga de passagem, com muita eficiência, pois a incidência dela caiu, infelizmente, agora ela já passou para o Estado do Pará. Mas, temos uma força tarefa do Pará e do Amapá, para conseguirmos barrar nos dois estados essa praga. Pois se ela chegar, por exemplo em Pernambuco, o maior setor de exportação de frutas para o Japão, com contrato de longo prazo de 20/30 anos, será uma catástrofe para a economia brasileira . Hoje, existe esse esforço do Executivo e com o apoio do Legislativo que seja feita essa força tarefa com mais atores como a Associação de Frutas Brasileira. O ministério da Agricultura de tratar direto com os dois governadores e com os presidentes das Diagros amapaense e paraense. Várias barreiras sanitárias forma montadas. Por exemplo na Região do Maracá, no Posto do Km 9 na BR156. O Amapá tem feito sua parte.

Tribuna Amapaense – E pelo lado da Guiana Francesa?
Jesus Pontes – Eu já venho  entrando em contato com deputados federais franceses, pois a Guiana Francesa é um Departamento Ultramarino francês, para que possamos tratar desse assunto e eles tem que se juntar a esse processo. Hoje, eles se abastem da discussão, pois é um estado importador, ele não exportar os produtos, e também não deixam que seja utilizado as ‘iscas’ para o combate a mosca em seu território e com isso atrapalhando toda a economia do setor no Estado do Amapá.

Tribuna Amapaense – Deputado e o setor de grãos no Amapá, como caminha esse segmento? Pois temos tidos denúncias, investigações e até prisões que envolvem atores que atuam nesse setor.
Jesus Pontes – Primeiro defendemos que os órgãos de controle atuem, o Ministério Público Estadual e Federal, a Policia Federal, que atuem em qualquer questão que esteja errada. Nos entendemos também que grande parte que foi vinculado, não condiz com a verdade. Pelo que eu sei até agora o empresário Daniel Sebben não foi denunciado, ele era secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, uma cabeça brilhante, que o Amapá teria como consultor do Desenvolvimento Econômico do Estado, com experiência internacional e não pode atuar no setor público, por parte dessa questão. Respeitamos estamos esperando os fatos serem apurados e vamos conversar com a sociedade a partir disso. Entendemos que há uma estagnação do processo natural da produção de grãos no Amapá, por essa questão. Quando isso chama atenção do poder público, o Executivo Federal e Estadual se mexe. O governador colocou a frente do Imap um procurador de carreira, que está atendo a todas as questões locais, o que torcemos e pedimos que resolvam o quanto antes, pois a produção de grãos do Estado é necessária para todas as cadeias produtivas do Amapá.

Tribuna Amapaense – Com referência a cadeia produtiva do Amapá, nas diversas categorias, tanto de grãos quanto a da produção familiar, está atendendo as necessidades do mercado interno?
Jesus Pontes – Primeiro estamos certificando o Estado para podermos exportar, quando também a produção de grãos que é um mercado fantástico, que já sai do Amapá e alcança o mundo. Nós temos um cálculo aproximado de possibilidades de chegarmos a R$ 2,9 bilhões de faturamento para o Amapá, somente com o Açaí. Temos aproximadamente 150 mil hectares de açaizais nativo que podem ser manejados e isso gerará os 2.9 bilhões e temos somente 5% desse total de produção. A produção de farinha, a mandi cultura do Estado precisa evoluir rápido, precisa de mãos-de-obra penificada e a mecanização para que possa produzir. Hoje a média é de 16 toneladas por hectare de mandioca, pode chegar a 48 toneladas/hectares  dentro da mesma área sem fazer queima de novas áreas, colocando calcário, adubando aumenta a produtividade e possibilita produzir aqui e abastecer o mercado local, que hoje praticamente os produtos industrializados, como a tapioca vem do Paraná, estado que não tem a mandioca nativo que é aqui do norte do Brasil. Entendemos que o novo secretário de Desenvolvimento Rural, o zootecnia a Daniel Montagner, que vem da Embrapa, onde é pesquisador e estava há frente da Secretaria de Tecnologia da Embrapa é formado em uma das mais importantes Universidades, a de Santa Maria do Rio Grande do Sul, berço do agronegócio brasileiro, ele está preparado para construir a evolução, principalmente da agricultura, Açaí, Soja, Milho e Carne do estado do Amapá, confiamos nele e vamos lhe dar todo o apoio para que possa desenvolver um bom trabalho e contamos com toda a sociedade para defender isso.

Tribuna Amapaense – Deputado com referência ao setor da mandiocultura, já vem sendo aplicado projetos de mecanização e de novos estilos de plantio da mandioca, como o de Santarém, foram adquiridos maquinários para a mecanização do plantio e está ainda faltando recursos para que isso seja implementado?

Jesus Pontes – O que falta no Estado do Amapá é a regularização fundiária. O Governo não deve assumir para si o preparo do solo, mas sim gerar a política pública necessária para que o produtor possa entrar na cadeia produtiva como nos outros Estados. Ele tem o título da sua terra e vai entrar no início do ano no Plano Safra, para receber o seu financiamento, vai alugar o trator se não puder comprar um, individualmente ou em grupo, através das cooperativas, comprar os insumos, produzir, vender a produção, tirar a parte para remunerar o seu trabalho e o restante pagar seus compromissos. Nos 54 assentamentos que temos no Amapá, não dá para viver nesses locais, onde são verdadeiras favelas rurais, onde não tem infraestrutura, não tem posto de saúde, nem médicos, nada... E as pessoas ficam ali abandonadas. Tem que emancipar, dar o título daquelas pessoas e elas tomarem o caminho da própria vida, seja em conjunto ou individual, mas tomando suas decisões.
Campus da UEAP no municipio de Amapá

Tribuna Amapaense – Enquanto isso, os nossos jovens, o futuro do nosso estado, o que está sendo feito para prepara-lo para se inserir no mercado de trabalho ou empreender. Eles tem que ter opções educacionais técnicas, que lhes garanta essas ações. Nossa instituições educativas estão vendo essa possibilidades?
Posse de Jesus Pontes como deputado estadual do Amapá, com a família

Jesus Pontes – Acredito que sim, pois temos no município de Porto Grande, a carreira de Engenharia Agronômica, pelo fato do município ser um polo de fruticultura do Estado. Temos a carreira de Relações Internacionais em agronegócios, em Santana. A Unifap, já tem o curso de medicina, para ajudar na questão da saúde pública, temos a UEAP que está desenvolvendo estratégias de interiorização, colocando campus no interior do Estado, como o do município de Amapá com a Agronomia e Matemática. E é esse o caminho, educar o jovem para o mercado de trabalho. Que ainda tem a meta do Concurso Público, de estudar para esse objetivo. Nós temos que ter educação empreendedora no Amapá. Eu sou um exemplo. Quando me formei, minha família queria que eu fizesse concurso público, disse que não faria, pois não tinha perfil para ser funcionário público, queria empreender. Graças a Deus, e ao meu esforço com apoio deles em conjunto, tive sucesso. Mas. Não é fácil empreender no Brasil e no Amapá. Então passo essa experiência para os mais novos. Vou as Universidades e as escolas, faço palestra. Precisamos de uma geração de empreendedora, para gerar emprego e o Amapá desenvolver. É o que mais queremos para todos nós amapaenses.


               






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