quinta-feira, 30 de maio de 2019

Artigo do Rei


As migrações e o êxodo  dos refugiados fugindo da fome e do fratricídio. 

Reinaldo Coelho

Você já deve ter visto na televisão ou ouvido no rádio que milhões de homens, mulheres e crianças estão sendo obrigados a sair de seus países em busca de abrigo principalmente em algumas regiões da Europa. Essas pessoas são chamadas de refugiados. Os refugiados ficam com tanto medo de permanecer em seu país por causa de guerras ou conflitos internos que são obrigados a fugir por um tempo. Mas não confunda refugiados com imigrantes.

Os imigrantes são aqueles que entram num país estrangeiro por escolha, com o objetivo de morar ou trabalhar. Por exemplo, no século XIX, muitos italianos, espanhóis, japoneses e alemães se mudaram para o Brasil para trabalhar.

Os refugiados são pessoas que intrepidamente decidem largar suas casas, cidades, país e embarcarem em barcos, navios decrépitos e à própria sorte para enfrentarem a fúria dos mares, isso na Europa, e os desertos mexicanos e os policiais fronteiriços dos Estados Unidos para conquistarem uma segurança e melhor tipo de vida.

Já imaginou você ser obrigado a sair de sua casa, de uma hora pra outra, deixando pra trás suas coisas, seus amigos e sua escola? É isso que acontece com as crianças refugiadas. A Síria, por exemplo, é um dos lugares mais perigosos do planeta para as crianças, hoje em dia. Em vez de irem à escola, as crianças estão sendo forçadas a lutar na guerra e a fabricar bombas. A guerra na Síria já dura três anos e parece que não vai terminar tão cedo. Isso vem sendo retratado muito bem na novela global ‘Órfãos da Terra’
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Esses cidadãos são originários em sua maioria de países africanos (Nigéria, Angola, Sudão, Oriente Médio), onde a guerra civil, a ditadura, a miséria, a fome e principalmente o fratricídio predominam e procurarem outros países para conseguirem melhor vida para seus filhos, pois a deles já está arruinada.

Por que, hoje em dia, tanta gente está fugindo de seus países? É que os países onde os refugiados nasceram estão enfrentando problemas. É o caso da Síria, do Afeganistão, da Venezuela e da Somália, entre outros. Os cidadãos desses países estão fugindo de guerras, da pobreza e da violência. Desesperados, eles tentam atravessar o Mar Mediterrâneo para chegar à Europa em barcos improvisados e, infelizmente, muitos deles acabam morrendo.

Em vários países de imigração hoje, especialmente na Europa e na América do Norte, os “novos” imigrantes não europeus são vistos como mais problemáticos do que os imigrantes “históricos” da Europa.
Geralmente, os movimentos e políticos anti-imigrantistas negam que sejam racistas, alegando que os novos imigrantes não aceitam os valores ocidentais, e que suas características culturais impedem a integração e produzem atitudes antidemocráticas, machistas e até terroristas.
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ACNUR: Brasil tem que aproveitar bagagem cultural e profissional dos refugiados
Esse posicionamento com a caracterização dos novos imigrantes, gera uma amnésia social: o esquecimento do tratamento sofrido por muitos imigrantes da periferia europeia no passado, e o esquecimento do passado colonial e neocolonial dos países de imigração. No passado, vários grupos imigrantes da periferia da Europa sofreram bastante hostilidade e estigmatização nos principais países de imigração. Também precisamos levar em conta o passado colonial para compreender as mudanças nos fluxos migratórios e as representações dos novos imigrantes.
Hoje, na Europa, na América do Norte e também na América do Sul, os imigrantes vistos como “problemáticos” geralmente são os não brancos, ou não europeus, aqueles oriundos do Oriente Médio, da Ásia ou da África que chegam à Europa, os mexicanos e outros latino-americanos que chegam aos Estados Unidos, os bolivianos, haitianos e africanos que chegam ao Brasil ou os paraguaios e bolivianos que chegam à Argentina.

Há um contraste que se elabora mais ou menos explicitamente na Europa e na América, entre os velhos imigrantes europeus, que supostamente se integraram sem grandes problemas, e os “novos” imigrantes não europeus, vistos como intrusos provenientes de regiões sem vínculo com a Europa, portadores de uma alteridade radical, atrasados e incapazes de se integrar em sociedades modernas e democráticas.

Este contraste comum – por exemplo, entre os poloneses e os turcos na Alemanha, entre os italianos e os argelinos na França, entre os irlandeses e os indianos no Reino Unido, ou entre todos os europeus e os mexicanos nos Estados Unidos – se baseia na amnésia histórica, numa projeção retrógrada ao passado da condição atual dos descendentes de grupos europeus relativamente bem integrados nos países para onde seus avós ou bisavós também fizeram os mesmos caminhos. (Continua...)






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