A Promotoria de Justiça da Defesa da Educação (PJDE) promoveu, na última
sexta-feira (17), inspeção na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora
Eunice das Chagas Fernandes de Sousa. O titular da PJDE, promotor de Justiça
Roberto Alvares, acompanhado de sua equipe técnica e de representantes dos
órgãos que compõem o sistema de Educação, verificaram a situação do
educandário.
Representantes da Secretaria Municipal de Educação (SEMED),
Controladoria Geral do Município (COGEM) Vigilância Sanitária de Macapá,
Policiamento Escolar do 6° Batalhão da Polícia Militar do Estado do Amapá
(PM-AP), Conselho Municipal de Educação, Conselho Tutelar da Zona Norte,
Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB e Sindicato dos
Profissionais da Educação do Amapá – Executiva Municipal, estavam presentes.
Dentre os problemas encontrados, o representante da
Corregedoria-Geral do Município (COGEM), informou que o órgão realizou inspeção
em todas as unidades de ensino que oferecem Educação de Jovens e Adultos (EJA)
e constatou a falta de acompanhamento e escassez de projetos para acolhimento
desses alunos, especialmente no turno da noite.
A Vigilância Sanitária identificou que a unidade não possui controle de
pragas, como pombos e caramujos e deixou uma recomendação para que escola adote
as medidas necessárias. Sobre o problema relacionado à falta de segurança e
consumo de entorpecentes, o Departamento de Ensino da SEMED sugeriu a adoção do
uniforme obrigatório e mais controle sobre as pessoas que cumprem penas
alternativas nas escolas, pois estariam incentivando o uso de drogas entre os
alunos. Para o Conselho Tutelar, esses reeducandos não deveriam ser
encaminhados para as escolas.
Quanto ao ponto eletrônico, foi esclarecido que não se trata de medida
adotada com intuito de punir os servidores, mas sim atender a uma recomendação
do Ministério Público do Amapá para ter mais controle sobre as atividades
realizadas nas escolas. A SEMED pontuou, ainda, que está aprimorando a gestão
dos caixas escolares, acabando com a “caixa mãe” e está em fase de criação de
um Núcleo, dentro da própria Secretaria, para a gerência dos valores destinados
aos caixas.
O Conselho Municipal de Educação informou que a PMM atende apenas 36%
dos alunos na faixa etária de 4 a 5 anos não cumprindo as metas estipuladas no
Plano Municipal de Educação e ressaltou a necessidade de regularização das
escolas.
Deficiências na rede física e organizacional
Direção e corpo docente desabafaram sobre as dificuldades encontradas
pelo consumo de entorpecentes na unidade de ensino e o medo que intimida o
registro do Boletim de Ocorrência; falta de qualidade da merenda escolar; falta
de quadra para a prática de esportes; inexistência de espaço para recreação;
falta de climatização nas salas de aulas; existência de cupins e goteiras;
ausência dos pais na vida escolar dos filhos; insuficiência de serventes, o que
prejudica a limpeza dos ambientes; administração de dívidas judiciais deixadas
por gestões anteriores e falta de ascensão funcional. Houve também
denúncia quanto a atuação da Guarda Municipal na escola.
Encaminhamentos
Após a fala de todos, o promotor Roberto Alvares fez as seguintes
observações: falta de isolamento acústico nas salas de aula, pois o barulho
atrapalha o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem; problemas com
infestação de pombos nos forros das salas de aula e caramujos; falta de
climatização e ausência dos pais.
“Orientamos que a Gestão, sempre que preciso, solicite ao Policiamento
Escolar a implementação da operação Escola Segura, em razão das denúncias de
falta de segurança e consumo frequente de entorpecentes”, disse o promotor.
Na sequência, Roberto Alvares recomendou que a Escola efetuasse
processos de criação do Conselho Escolar, Grêmio Estudantil e Associação de
Pais e Mestres, encaminhando para a Promotoria de Defesa da Educação os
respectivos planos de ação, bem com, que, quanto aos demais órgãos implicados
em responsabilidade das demandas, sejam encaminhados ofícios para responderem
dentro de suas esferas de poder.
Informes sobre
creches
Na oportunidade, a SEMED informou que as creches Tio Soró e Tio João
estão com previsão de conclusão das obras para agosto deste ano. Outras duas
creches, que a Prefeitura está recebendo do Estado, situadas nos bairros
Renascer e Novo Horizonte, também devem entrar em funcionamento em breve e a
Tia Madalena deverá ser concluída em 2020.

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