segunda-feira, 6 de maio de 2019

SAÚDE EM FOCO - JARBAS ATAÍDE


CAUSAS VIOLENTAS DE MORTE: ALTO CUSTO EM SAÚDE E SEGURANÇA


O Anuário de Segurança Pública em números de 2018, publicado em 2019, coloca o Amapá numa posição nada confortável em relação as mortes violentas intencionais(MVI), estando no ranking do Grupo 2, entre 60/80 pontos, ficando assim no 22 º lugar de qualidade das informações, com score final de 68,25. Ficou na frente de MG (57,25), Sergipe (55) e Rondônia (47,75).
A nível nacional houve o registro de 63.880 MVI, com taxa de 30,8  óbitos para cada 100 mil habitantes, ai estando incluídos homicídios dolosos (55.900), latrocínio (2.460), vitimização policial (367), letalidade policial( 5.144) e lesões corporais seguidas de morte (955). O Amapá ocupa o 7º lugar com 53,9% de MIV. Em vários estados houve decréscimo da taxa, já no Amapá houve um acréscimo de 5,7 % na frente de Alagoas, Para e Amazonas.
         Como se observa o cenário epidemiológico brasileiro em relação às causas de mortes violentas não é nada alentador. No mundo os óbitos por acidente de tráfego atinge a cifra de 1,25 milhões de pessoas/ano e 50 milhões de vítimas não fatais, que evoluem com sequelas. (OMS).  
        As causas externas ocupam, proporcionalmente, o terceiro lugar em mortalidade no Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde (MS) de 2004, atingindo mais as faixas etárias jovens (0-19 a), que em 2011 respondeu por 73,6%. 
       As MVI nas capitais somam 16.799 ( 34/100 mil hab.), com 14.229 homicídios dolosos Temos as praticadas com uso de arma branca (faca), armas de fogo( revolveres, pistolas, espingardas) e os acidentes em geral (trabalho, acidentes de transito), que corresponde a 26, 2 % do total de MVI no país.  
      Quando não ocorre a morte, somas vultosas de dinheiro público são aplicadas para atender as vitimas. Segundo dados do IPEA, 40 milhões são gastos apenas com vítimas de acidente de transito, envolvendo recursos de vários ministérios, para condução, hospitalização  e reabilitação.
       Vários agentes e instituições são acionados diante de um acidente de transito, com vitima não fatal: o CIODS, os Bombeiros, o SAMU, o BATRAM, a POLITEC, a SEJUSP (Delegacia) e a rede hospitalar (Urgência/Emergência), o que envolve gastos de tempo e dinheiro.
      Quando ocorre vitima fatal devido acidente de trânsito, além das instituições entram as atividades da perícia técnica, que na POLITEC/AP envolve 16(dezesseis) servidores, entre Médicos Legistas, Peritos Criminais, Auxiliares, Fotógrafos, Motoristas e Auxiliares de laboratório, o que triplica com várias vítimas.
       “O combate e apuração dos crimes e mortes violentos exigem investimentos, que devem acompanhar o crescimento populacional, a complexidade da violência e a diversidade dos crimes.... há impactos econômicos que pesam nas contas públicas. Na ponta do lápis, esse gasto anual varia entre 4,4% e 5,6% do PIB. Isso quer dizer que essa fatura pode chegar a quase R$ 370 bilhões anuais" ( Gazeta do Povo, 2018)
       A União é ciente desse custo, pois o relatório “Custos Econômicos da criminalidade no Brasil”, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República,  divulgado em junho deste ano(2018), apontou que os custos econômicos da criminalidade cresceram no Brasil entre 1996 e 2015. “O gasto saltou de cerca de R$ 113 bilhões para R$ 285 bilhões no período.” (Gazeta do Povo, 2019)
       O enfrentamento dessa realidade, “tanto na prevenção quanto na atenção às pessoas já acometidas, exige respostas imediatas por parte dos gestores estaduais e municipais, adequadas à realidade encontrada em cada caso”. Não há como escamotear as perdas de vidas no trânsito. Todos são responsáveis pela criação de ambientes de segurança e paz, desde a convivência domiciliar, de vizinhança, da cidade e do país.  JARBAS ATAÍDE, 22.04.2019.

Fonte: Karlla Patricia, Diário de Biologia.




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