Com 4,9 milhões de
inadimplentes, Região Norte tem os jovens menos endividados do país
Graças aos
benefícios relacionados à acessibilidade do crédito, novo Cadastro Positivo
pode diminuir volume de dívidas no país
Da Editoria/TA
Sancionado em abril pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, o Cadastro
Positivo, que entra em vigor no próximo mês de julho, vai inaugurar uma nova
fase do crédito no país. Um dos principais benefícios da iniciativa, o crédito
mais acessível e barato, deverá impactar diretamente a inadimplência, que
atinge todas as regiões do país. O atual modelo de crédito das empresas
credoras desconhece o real nível de endividamento dos consumidores, o que
dificulta e encarece a obtenção dos recursos.
Um estudo
realizado pela ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito) com base em
dados do setor e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
mostra de que forma a inadimplência se distribui hoje entre as gerações, nas
diversas regiões brasileiras. Atualmente, cerca de 60 milhões de pessoas têm
contas em aberto no país, o que equivale a 40% da população economicamente
ativa.
A região Norte,
por exemplo, com uma população de cerca de 16 milhões de pessoas, possui 4,9
milhões de inadimplentes, ou 31% da população local. A região também possui o
segundo menor valor médio de dívida do Brasil entre todas as faixas etárias,
com R$ 3.679,00, ficando atrás apenas do Nordeste.
Os jovens de 18 a
25 anos da região Norte são os que possuem as menores dívidas em comparação com
as outras regiões brasileiras, apresentando tíquete médio em dívidas no valor
de R$ 1.755,00. A faixa etária entre 41 e 50 anos é a mais endividada da
região, contando com 938 mil inadimplentes e dívida média de R$ 4.496,00. Já o
grupo acima dos 61 anos apresenta o menor número de inadimplentes, com 471 mil
pessoas, e dívida média de R$ 4.152,00. Por outro lado, entre 51 e 60
anos, destaque para o tíquete médio mais alto do Norte, no valor de R$
4.969,00, para um contingente de 543 mil inadimplentes.
O fato de os mais
jovens apresentarem índices menores é natural, pois ganham menos e têm seus
gastos menos comprometidos, assim como sua capacidade de obter crédito. Mas
comparativamente às outras faixas etárias, na verdade, o que o estudo constata
é que os jovens já apresentam um endividamento alto, que tende a se agravar com
a idade na medida em que assumem outros compromissos mensais, como a
educação dos filhos.
“Ao considerar os
dados nacionais e regionais, percebemos que a inadimplência tem fatores
peculiares em cada momento da vida. Os jovens sofrem com o cenário de
desemprego, e a dificuldade de acesso ao ensino só piora esse quadro. Os mais
velhos têm outros motivos de onerosidade excessiva do orçamento, como uma
família para sustentar, o que por si só já aumenta muito os gastos”, diz o
presidente da ANBC, Elias Sfeir.
Ainda segundo o
executivo, além da necessidade de criar oportunidades de trabalho para os mais
jovens, a melhor forma de evitar a inadimplência é o planejamento financeiro.
Para ele, o novo Cadastro Positivo deve ter uma forte contribuição para
aumentar a transparência de informações e melhorar a avaliação de crédito,
reduzindo a inadimplência e, consequentemente, levando à queda das taxas de
juros para o bom pagador.
Com o novo
Cadastro Positivo, o brasileiro será avaliado de maneira individual e mais
completa, diminuindo a burocracia das consultas e tornando mais simples a
obtenção de crédito. A ação permitirá à população negociar melhores taxas e
condições, contribuindo para o planejamento financeiro, resultando na redução
das dívidas. Em todo o território nacional, o CP tende a promover uma redução
de até 45% no número de devedores.
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