
Os
amapaenses perdem um dos seus mais atuantes e conhecido pioneiro, o empresário
e político Jarbas Ferreira Gato que faleceu hoje (11/06) às 20 horas.
Hoje, aos 87 anos, Jarbas Gato deixou essa
plano e se encontra com a parceira, companheiro e amada D. Verônica Gato,
falecida em 2017. O Tribuna Amapaense lamenta a grande perda, mais se honra em
ter registrado a história desse grande casal que deram a nos amapaenses a vida
e o suor de um trabalho honesto e produtivo. Respeitados por todos os segmentos
da sociedade amapaense, os adversários tinham por eles deferência e o povo
reconhecia o político quando o encontravam, mesmo com anos fora dos palanques.
DESCANSE EM PAZ GRANDE AMAPAENSE.
Reinaldo Coelho
Doente desde 2013, Jarbas Gato já estava há duas semanas
na UTI da Unimed. “E até já vinha apresentando alguma melhora, quadro que
piorou nos 2 últimos dias”, contou a filha Marola Gato. Já viúvo, Jarbas Gato, que foi desportista,
empresário, vereador e deputado estadual, nessa ordem, morre aos 87 anos de
idade.
Funeral
A
família ainda não informou onde o corpo de Jarbas será velado.
Trajetória
desse ‘amapaense’
O ex-vereador e ex-deputado Jarbas Gato, que veio de Oriximiná, no Pará, em 1950, quando desembarcou na ‘terra das oportunidades’ ajudou a escrever a história desse rincão. Aos 18 anos chegou no Amapá como jogador, mecânico e condutor de carro da polícia da Guarda Territorial do Amapá. Naquela época não era necessário fazer concurso público.
A história desse grande homem que investiu
sua vida e de empreendedor nas Terras Tucujus, as quais sempre defendeu e lutou
pelo desenvolvimento e a independência política administrativa nas tribunas da
Câmara Municipal de Macapá, sendo um dos seus primeiros legisladores eleitos e
chegou ao Parlamento estadual, também como um dos seus primeiros parlamentares.
Político atuante, sempre agiu com hombridade e um entusiasta da melhoria da
vida dos amapaenses.
Em 1960 construiu o seu primeiro Posto de
Combustível ao lado Mercado Central e em 1961 comprou seu primeiro ônibus
lotação e abriu a primeira empresa de ônibus urbano e interestadual. Firma
contrato de aluguel de veículos com a ICOMI, a primeira mineradora do Amapá,
para levar os funcionários da capital para o distrito de Santana onde
trabalhavam. Depois ampliou seus negócios com a compra de Kombis e caminhões
para prestar serviço à Brumasa, multinacional holandesa que fabricava
compensado.
Em 1970 resolveu voltar a estudar para
concluir o curso de técnico em contabilidade no Colégio Comercial do Amapá,
antigo CCA. Logo depois, foi eleito presidente do Grêmio Literário Rui Barbosa.
Participou do primeiro processo eleitoral para escolha de vereadores do
município de Macapá onde foi um dos mais votados. Nesta época. Durante os
mandatos como vereador do ainda Território, foi por 3 vezes eleito presidente
da Câmara de Vereadores. Assumiu várias vezes as funções de governador, vice e
prefeito de Macapá. Foi deputado estadual constituinte e até hoje é
considerando um dos políticos com maior número de mandatos consecutivos. Foram
30 anos de parlamento. Foi presidente e reconstruiu o seu clube do coração, o
Amapá Clube. Em vários campeonatos de futebol foi técnico, e torcedor fanático
do alvinegro da Presidente Vargas.
Em 1964 na época da revolução foi passar o
carnaval no Rio de Janeiro com seu amigo Amujacy e saíram na Banda de Ipanema e
em 1965 fundaram o Bloco A BANDA com alguns amigos, para desafiar o governador
da época, General Luís Mendes.

Mas mesmo com a riqueza conquistada ele não esqueceu que com seu
trabalho poderia beneficiar o povo e tornou-se um empreendedor social e sempre
ajudava os mais necessitados e foi amigo de todos os que dele se aproximavam.
Nesse particular a aproximação com o povo foi que em 1975, Jarbas Gato se tornou vereador e, segundo ele, nesse tempo o cargo não era remunerado. Chegou a ser prefeito interino por 2 dias, substituindo o que ocupava o cargo na época.
Um dos grandes amigos pessoal, familiar e político
foi o ex-governador Aníbal Barcellos,
primeiro governador eleito do Amapá. A filha Estela Gato recorda que o pai era
um grande articulador na Câmara dos Vereadores, carreira a qual dedicou 20 anos
da vida.
Foi considerado um político de opiniões
fortes, mas diz que não criou inimizade com ninguém por conta disso. Em meados
do anos de 1990, se tornou deputado estadual.
Casado com Verônica Oliveira Gato, falecida
em 2017, teve sete filhos, seis mulheres e um homem – Marola, Vanja, Carmem,
Estela, Luíza, Margarida e o jornalista e radialista Ranolfo. Dona Verônica
conheceu o marido quando ele ainda era guarda territorial. Parceira da vida
inteira. Dedicada, mãe exemplar e empreendedora, só parou de trabalhar mesmo
quando a idade chegou e que como o companheiro atendia a todos com carinho e
respeito. E cuidava dos negócios, do marido, dos filhos e dos amigos, sempre
com o olhar e o jeito sereno e voz doce e afetuosa.
Jarbas Gato, que sempre será apontado como um
dos mais expressivos nomes da política amapaense, além de empresário pioneiro
nos ramos de transporte coletivo, táxi e comércio de combustíveis.
“Ele é
assim, íntegro, sincero no que faz, ajuda os outros sem interesse; chegou até a
manter pessoas estudando em Belém; educou todos os filhos; trabalhador, nunca
saiu de férias com a mamãe; sempre foi muito preocupado com o desenvolvimento
do Amapá”, declarou a contadora e filha Estela Gato juntamente com a irmã a
administradora Marola declaram para a Revista Diário em 2016 que o pai delas é
um homem exemplar, zeloso com toda a família. E resolveu na ocasião da
entrevista na residência da família, falar para Jarbas: “As batalhas que o
senhor travou para que tivéssemos uma vida feliz e cheia de amor, faz de você
um pai espetacular e uma referência de caráter e honestidade para todos que têm
o privilégio de lhe conhecer”, finalizou Marola Gato.
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