INTERPRETAÇÃO POPULAR DE UM NOVO PACTO FEDERATIVO
Rodolfo Juarez
Os deputados
e os senadores estão colocando em suas agendas o que está sendo apresentado
como o Novo Pacto Federativo, desta feita para ser debatido a partir de um
senador que tem origem em um dos estados brasileiros que se ressentem do atual
sistema de repartição dos tributos.
O senador
amapaense Davi Alcolumbre, na condição de presidente do Congresso Nacional,
está condicionando a análise de outras matérias à analise daquela que trata do
pacto, porque conhece os problemas que os municípios, principalmente, enfrentam
para poder desempenhar a sua missão constitucional e atender as peculiaridades
dos seus respectivos habitantes.
As verbas
orçamentárias vinculadas causam distorções gravíssimas e insuperáveis e que
afetam, de forma direta, os primários interesses da população, deixando os
administradores municipais sem alternativa pela absoluta falta de recursos.
É comum a
repetição do jargão não tão popular entre os do povo, mas muito conhecido entre
os administradores municipais que, precisando demonstrar as suas necessidades e
querendo mostrar a sua vontade de resolver os problemas da população do
município, quando afirmam: “o endereço de cada pessoa física, de cada pessoa
jurídica e de cada repartição pública é no município e não no estado ou na
União”.
Esse
argumento é poderoso e pode indicar que a repartição dos recursos tributos
arrecadados das pessoas físicas e das pessoas jurídica, privadas ou públicas,
precisa ser mais bem distribuído.
No momento a
União fica com a maior parte, com a obrigação de definir e financiar as
políticas públicas de repercussão nacional; os estados ficam com as políticas
públicas de repercussão regional; e, os municípios, são os responsáveis pelas
políticas públicas locais, isto é, aquela que afeta diretamente o cidadão.
A forma de
distribuição da receita pública atual, entre União, Estados e Municípios é,
assim, injusta para com os municípios que mais dependem da influência do setor
público como, por exemplo, os municípios do Estado do Amapá, que precisam
encontrar um modelo de desenvolvimento, mas não dispõe de condições, sequer
para manter os serviços que lhes são atribuídos.
As
reclamações de prefeitos, associação de prefeitos e da própria confederação de
prefeitos são justas para mais da metade dos municípios brasileiros, exatamente
aqueles que mais precisam, têm uma população pequena e uma receita que não dá
para atender as obrigações impostas pelas próprias decisões constantes nas
políticas públicas nacionais, que usam de artifícios para transferir recursos,
além daqueles constantes do pacto federativo vigente, para que seja viabilizado
o atendimento de um programa de interesse que não, necessariamente, municipal.
Aqui no
Amapá, para se ter uma ideia, o orçamento do Estado é muito maior do que todos
os orçamentos municipais somados. Enquanto o Estado dispõe de um orçamento para
2019 de quase 6 bilhões de reais, de todos os 16 municípios somados na chega a
1,5 bilhão, e cada município é responsável por saúde básica, educação básica e
todas as condições que precisa ter uma cidade e um município.
O Novo Pacto
Federativo pode vir com uma distribuição da Receita Pública que recupere o
poder administrativo das prefeituras municipais e, cada município, possa se
desenvolver conforme suas características e vocações, melhorando o ambiente
urbano e rural, exatamente onde mora e têm endereços todas as pessoas físicas
ou jurídicas.
Que assim seja feito
ResponderExcluirQue assim seja feito
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