Médicos alertam para os riscos da
asma, que causa 140 mil internações por ano
Atriz, escritora e roteirista
Fernanda Young morreu neste fim de semana, vítima da doença
Tratamento para a asma é feito à base
de corticoides, além do uso de imunibiológicos
Brasília (DF) – Chiado e
aperto no peito, falta de ar, tosse, despertar noturno, excesso de muco ou
catarro e dificuldade para realizar algumas tarefas. Esses são alguns dos
sintomas de pessoas que têm uma das condições crônicas mais comuns do mundo: a
asma. Essa doença vitimou a atriz, escritora e roteirista Fernanda Young neste
fim de semana, no sítio da família, em Gonçalves (MG). Ela tinha asma desde a
infância, passou mal e foi levada para um hospital da cidade de Paraisópolis,
mas não resistiu.
Segundo a Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia (SBPT), estima-se que exista aproximadamente 20
milhões de asmáticos no Brasil. Já o Ministério da Saúde aponta que a asma é a
quarta principal causa de internação no Brasil, com mais de 140 mil
hospitalizações por ano. Em 2017, por exemplo, foram registradas 2.177 mortes.
Além do problema de saúde causado diretamente aos pacientes, a doença impacta
negativamente na sociedade, com desestrutura familiar, perda de emprego de
pacientes e acompanhantes, falta de convívio social e, no caso de crianças,
aumento da evasão escolar. Trata-se de uma doença crônica que prejudica a
rotina e a qualidade de vida dos portadores.
Agravantes e cuidados necessários
A doença requer tratamento à base de
corticoides, além do uso de imunibiológicos – medicação mais sofisticada e
aplicada em paciente que estão em estágios mais avançados da asma. No entanto,
a pneumologista Tatiana Gadelha, uma das médicas responsáveis pelo ambulatório
especializado de asma do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard
Santos da Universidade Federal da Bahia e vinculado à Rede Ebserh
(Hupes-UFBA/Ebserh), explica que medidas preventivas da doença são bastante
eficazes para se evitar crises. “Muitas vezes, os pacientes negligenciam os
sintomas e não fazem o tratamento adequado. Quando isso acontece e a crise é
grave, o risco é enorme. Métodos simples de prevenção como capas anti-ácaros
para travesseiros e controle ambiental podem ser determinantes no combate à
doença”, disse.
Outro agravante é a combinação de
baixa umidade relativa do ar, temperaturas elevadas e fumaça proveniente de
queimadas, que deixam o corpo mais suscetível a doenças, principalmente, as que
afetam o aparelho respiratório. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a umidade do ar abaixo dos 30% traz riscos para saúde. O ideal é que ela
fique entre 50% e 80%. Além disso, a poluição também contribui para os efeitos
negativos do clima. A falta de chuvas propicia a concentração de gases nocivos
na atmosfera como o monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, dióxido de
enxofre e outras substâncias prejudiciais à saúde.
Mesmo seguindo todas as recomendações
médicas, algumas pessoas com asma têm maior dificuldade em controlar os
sintomas da doença. Isso pode variar de acordo com a gravidade, sendo a asma
grave a que requer maior quantidade de medicação para conseguir ser controlada.
“A maioria dos pacientes respondem bem ao tratamento, mas há uma porcentagem
que desenvolve a asma crônica. O quadro vai piorando, e a pessoa tem mais
crises e não responde ao tratamento”, explica a pneumologista.
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