Quinta fase da Operação Ex Tunc recolhe documentos nas sedes do INSS em cinco municípios do Amapá
No início do mês, a Justiça
Federal recebeu as primeiras duas denúncias do MPF contra os envolvidos em
fraudes no auxílio-reclusão
A quinta fase da
Operação Ex Tunc, deflagrada nesta quinta-feira (29), cumpriu
mandados de busca e apreensão nas sedes do INSS em Macapá, Santana, Amapá,
Porto Grande e Laranjal do Jari. A Justiça Federal determinou a apreensão de 59
processos de auxílio-reclusão em que há indícios de fraudes. O material vai
subsidiar as investigações que apuram irregularidades na concessão do benefício
no Amapá – estado que possui o maior índice de pagamentos do auxílio.
Estima-se
que as condutas criminosas tenham causado prejuízo superior a R$ 12,5 milhões
aos cofres públicos. O trabalho é resultado de atuação conjunta do Ministério
Público Federal (MPF), Polícia Federal e Coordenação Geral de Inteligência
(Coinp) do INSS. As primeiras denúncias do MPF contra nove investigados foram
recebidas pela Justiça Federal, no início do mês.
Entre os
réus nas ações penais está Edir Benedito Nobre Cardoso Junior, advogado que
liderava o grupo – atualmente suspenso do exercício da profissão, por
determinação judicial. Em maio, durante a segunda fase da Operação Ex Tunc, ele
foi alvo de busca e apreensão, dentro do Instituto de Administração
Penitenciária do Amapá (Iapen). Na ocasião, a Polícia encontrou dois celulares
e um pendrive. Pelo menos um dos aparelhos era utilizado por ele para orientar
outro integrante do grupo a dar versão falsa à autoridade policial. Nas ações
penais, ele e os demais réus vão responder pelos crimes de organização e
associação criminosa, estelionato majorado em concurso material e falsificação
de documento público.
As ações
penais são fruto de investigações iniciadas em 2016 pelo MPF e Polícia Federal
com a colaboração do INSS. À época, chamou a atenção das autoridades o fato de
o Amapá – com cerca de 800 mil habitantes e população carcerária estimada em
pouco mais de 3 mil presos – ser o estado com o maior índice de pagamentos de
auxílio-reclusão em todo o Brasil. Além disso, é onde se paga mais valores a
título retroativo – entre R$ 30 mil e R$ 150 mil –, em parcela única, a
dependentes de presos.
O esquema
investigado pelos órgãos consistia em arregimentar apenados recolhidos no
Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) com a promessa de
recebimento do benefício do auxílio-reclusão. A Orcrim também recrutava
mulheres que se passavam por esposas e mães de filhos fictícios dos detentos.
No decorrer das investigações, foram identificadas outras pessoas que atuavam
do mesmo modo, mas não tinham relação com os primeiros investigados. Há
indícios de que eles integrem uma segunda organização criminosa.
Os
envolvidos nas fraudes falsificavam carteiras de trabalho, certidões de
nascimento de falso dependente e certidões de casamento entre o apenado e a
falsa companheira recrutada pela Orcrim. Documentos do Iapen também eram
forjados para atestar tempo de recolhimento superior ao real a fim de aumentar
o valor do benefício a ser recebido indevidamente. As certidões falsificadas do
Iapen davam ao suposto beneficiário o direito indevido de receber, em alguns
casos, mais de R$ 100 mil, a título retroativo, em parcela única. Com a atuação
do MPF, PF e INSS, foi possível evitar danos na ordem de R$ 38 milhões ao
erário, em razão da interrupção dos pagamentos indevidos. As investigações
prosseguem para identificar todos os envolvidos nas fraudes previdenciárias,
inclusive servidores públicos.
Recai
sobre os réus que integravam a organização criminosa comandada por Edir
Benedito Junior a acusação de repetir a fraude por sete vezes. Somente esses
casos resultaram em prejuízo de mais de R$ 400 mil ao erário. Em relação ao
trio identificado no decorrer das investigações, o dano causado foi de
aproximadamente R$ 50 mil. O MPF pede que eles sejam condenados a ressarcir aos
cofres públicos o mesmo valor, a título de reparação dos danos causados pela
atividade criminosa. Somadas, as penas para os crimes de organização criminosa,
estelionato majorado e falsificação de documento público podem ultrapassar 20
anos de reclusão e multa.
Réus – São réus Edir Benedito,
advogado suspenso do exercício da profissão e líder da Orcrim, Carlos Menezes
Corrêa, que arregimentava presos e Cleandro Vitorino dos Santos, que possuía a
mesma atribuição. Esse último é detento e chegou a receber auxílio-reclusão no
valor de R$ 60 mil. Outros réus são Cleuff Tavares – ex-assessor parlamentar da
Câmara Municipal de Santana, colega de escritório e braço direito de Edir Nobre
–, que abordava mulheres em dias de visita no Iapen para oferecer os serviços
da Orcrim; Silviane Santos, que também atuava no recrutamento de falsas esposas
e mães de filhos fictícios, e Jussan Sampaio Monteiro, que, assim como outros,
era responsável por sacar os valores recebidos a título de pagamento
retroativo. Os três últimos são Mário Amanajás Duarte, Andrea Nunes Bastos e
Tatiana da Silva Ferreira.
o início do mês, a Justiça Federal recebeu as primeiras duas denúncias do MPF contra os envolvidos em fraudes no auxílio-reclusão
A quinta fase da Operação Ex Tunc, deflagrada nesta quinta-feira (29), cumpriu mandados de busca e apreensão nas sedes do INSS em Macapá, Santana, Amapá, Porto Grande e Laranjal do Jari. A Justiça Federal determinou a apreensão de 59 processos de auxílio-reclusão em que há indícios de fraudes. O material vai subsidiar as investigações que apuram irregularidades na concessão do benefício no Amapá – estado que possui o maior índice de pagamentos do auxílio. Estima-se que as condutas criminosas tenham causado prejuízo superior a R$ 12,5 milhões aos cofres públicos. O trabalho é resultado de atuação conjunta do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e Coordenação Geral de Inteligência (Coinp) do INSS. As primeiras denúncias do MPF contra nove investigados foram recebidas pela Justiça Federal, no início do mês.
Entre os réus nas ações penais está Edir Benedito Nobre Cardoso Junior, advogado que liderava o grupo – atualmente suspenso do exercício da profissão, por determinação judicial. Em maio, durante a segunda fase da Operação Ex Tunc, ele foi alvo de busca e apreensão, dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Na ocasião, a Polícia encontrou dois celulares e um pendrive. Pelo menos um dos aparelhos era utilizado por ele para orientar outro integrante do grupo a dar versão falsa à autoridade policial. Nas ações penais, ele e os demais réus vão responder pelos crimes de organização e associação criminosa, estelionato majorado em concurso material e falsificação de documento público.
As ações penais são fruto de investigações iniciadas em 2016 pelo MPF e Polícia Federal com a colaboração do INSS. À época, chamou a atenção das autoridades o fato de o Amapá – com cerca de 800 mil habitantes e população carcerária estimada em pouco mais de 3 mil presos – ser o estado com o maior índice de pagamentos de auxílio-reclusão em todo o Brasil. Além disso, é onde se paga mais valores a título retroativo – entre R$ 30 mil e R$ 150 mil –, em parcela única, a dependentes de presos.
O esquema investigado pelos órgãos consistia em arregimentar apenados recolhidos no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) com a promessa de recebimento do benefício do auxílio-reclusão. A Orcrim também recrutava mulheres que se passavam por esposas e mães de filhos fictícios dos detentos. No decorrer das investigações, foram identificadas outras pessoas que atuavam do mesmo modo, mas não tinham relação com os primeiros investigados. Há indícios de que eles integrem uma segunda organização criminosa.
Os envolvidos nas fraudes falsificavam carteiras de trabalho, certidões de nascimento de falso dependente e certidões de casamento entre o apenado e a falsa companheira recrutada pela Orcrim. Documentos do Iapen também eram forjados para atestar tempo de recolhimento superior ao real a fim de aumentar o valor do benefício a ser recebido indevidamente. As certidões falsificadas do Iapen davam ao suposto beneficiário o direito indevido de receber, em alguns casos, mais de R$ 100 mil, a título retroativo, em parcela única. Com a atuação do MPF, PF e INSS, foi possível evitar danos na ordem de R$ 38 milhões ao erário, em razão da interrupção dos pagamentos indevidos. As investigações prosseguem para identificar todos os envolvidos nas fraudes previdenciárias, inclusive servidores públicos.
Recai sobre os réus que integravam a organização criminosa comandada por Edir Benedito Junior a acusação de repetir a fraude por sete vezes. Somente esses casos resultaram em prejuízo de mais de R$ 400 mil ao erário. Em relação ao trio identificado no decorrer das investigações, o dano causado foi de aproximadamente R$ 50 mil. O MPF pede que eles sejam condenados a ressarcir aos cofres públicos o mesmo valor, a título de reparação dos danos causados pela atividade criminosa. Somadas, as penas para os crimes de organização criminosa, estelionato majorado e falsificação de documento público podem ultrapassar 20 anos de reclusão e multa.
Réus – São réus Edir Benedito, advogado suspenso do exercício da profissão e líder da Orcrim, Carlos Menezes Corrêa, que arregimentava presos e Cleandro Vitorino dos Santos, que possuía a mesma atribuição. Esse último é detento e chegou a receber auxílio-reclusão no valor de R$ 60 mil. Outros réus são Cleuff Tavares – ex-assessor parlamentar da Câmara Municipal de Santana, colega de escritório e braço direito de Edir Nobre –, que abordava mulheres em dias de visita no Iapen para oferecer os serviços da Orcrim; Silviane Santos, que também atuava no recrutamento de falsas esposas e mães de filhos fictícios, e Jussan Sampaio Monteiro, que, assim como outros, era responsável por sacar os valores recebidos a título de pagamento retroativo. Os três últimos são Mário Amanajás Duarte, Andrea Nunes Bastos e Tatiana da Silva Ferreira.
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