Governadores do Consórcio Amazônia Legal saem otimistas de reunião sobre recursos para a Amazônia

Governadores
do Consórcio Amazônia Legal conversaram na manhã desta quarta-feira (28/8) com
o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e demonstraram
o interesse de que parte do fundo de R$ 2,5 bilhões recuperado pela Petrobras
na Operação Lava Jato em um acordo de leniência seja utilizado para o combate
dos incêndios florestais na região Amazônica. Para os chefes de Estado que
compareceram à reunião, o encontro foi muito produtivo e há boas chances de a
Justiça atender ao pleito.
A audiência
aconteceu no gabinete de Moraes. Os governadores do Amapá, Waldez Góes (PDT), e
de Roraima, Antonio Denarium (PSL), foram os representantes dos estados
brasileiros atingidos pela Floresta Amazônica. Também estiveram presentes os
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre
(DEM-AP), além dos deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP) e Jhonatan de
Jesus (Republicanos-RR).
A
proposta apresentada pelos governadores a Moraes foi para que pelo menos R$ 1
bilhão do fundo seja alocado para ações emergenciais na Amazônia: R$ 200
milhões seriam distribuídos para descontingenciar os recursos do Ministério do
Meio Ambiente (MMA); R$ 400 milhões, para o governo federal aplicar em
atividades da Amazônia; e R$ 400 milhões, diretamente para os governos dos nove
estados da Amazônia Legal (Maranhão, Pará, Amapá, Acre, Amazonas, Rondônia,
Roraima, Tocantins e Mato Grosso).
"Nós
estamos acreditando que, diante da carência de recursos, das dificuldades
fiscais e das dificuldades de retomada do fundo Amazônia — que nós defendemos
—, e de também poder receber o que o G7 está disponibilizando, nós temos uma
situação nova que pode acontecer com mais rapidez. Então, nós pleiteamos,
conversamos e pedimos celeridade ao ministro, uma vez que as questões fiscais
são desafiadoras", disse Waldez Góes.
Para o governador do Amapá, o dinheiro em
questão pode ajudar não apenas para controlar as queimadas, mas para a criação
de um plano de monitoramento à Floresta Amazônica a longo prazo.
"Além
das ações emergenciais que precisam ser feitas na Amazônia, precisamos de
atitudes permanentes. Não adianta só apagar o fogo agora. O monitoramento, a
fiscalização, o controle e a punição de quem pratica atividades ilegais na
Amazônia tem que ser permanente. Tirada de madeira ilegal não tem período de
inverno e verão. O fogo ainda pode se acalmar quando as chuvas chegam. Mas a
madeira ilegal é durante 12 meses do ano. Então isso precisa ter, através de um
plano permanente, uma atuação do governo central com os governos
estaduais", frisou o pedetista. "Estamos com uma expectativa muito
grande de um posicionamento ainda nesta semana da Justiça brasileira",
acrescentou.
De
acordo com Antonio Denarium, o ministro Alexandre de Moraes se mostrou muito
“sensível” com a situação da Amazônia. Caso o magistrado ordene a destinação
dos recursos do fundo da Petrobras para a floresta, o governador de Roraima
listou uma série de ações que podem ser desenvolvidas.
“Além da
preservação do meio ambiente, temos de fazer o zoneamento ecológico econômico
da Amazônia e dos estados e o ordenamento territorial da Amazônia, para definir
as áreas produtivas, de preservação ambiental e as indígenas. Outra ação
importante é dar titularidade da terra para os proprietários. Tem que fazer a
regularização fundiária da Amazônia, para que possa ser identificada cada
propriedade e seja feita a fiscalização ambiental em cada propriedade”, afirmou
Denarium.
Propostas de Maia e Dodge
Nos
últimos dias, tanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quanto a
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sugeriram que parte do fundo seja
aplicado no combate às queimadas da Amazônia.
Na
proposta de Maia, R$ 800 milhões poderiam ser destinados à prevenção e ao
combate de incêndios florestais em duas partes iguais, uma por execução direta,
outra por execução descentralizada, “envolvendo, para tanto, articulação entre
o MMA e os estados-membros da região amazônica, em exercício de federalismo
cooperativo”.
Além
disso, o presidente da Câmara sugere que R$ 200 milhões sejam usados para
descontingenciar o orçamento em relação a programas de proteção ao meio
ambiente no âmbito do MMA.
Já Dodge
sugeriu que, além dos R$ 200 milhões para o descontingenciamento do MMA, R$ 1
bilhão seja alocado para ações de preservação da Floresta Amazônica.
Os R$
2,5 bilhões da Petrobras estão bloqueados na Justiça, e são fruto de uma
negociação da estatal com autoridades dos Estados Unidos no ano passado para
que irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato contra a empresa
fossem encerradas.
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