Aumento da gasolina e do diesel pode
chegar ao consumidor nesse fim de semana
Abastecer o carro com gasolina ou óleo
diesel vai ficar mais caros nos próximos dias. O aumento no preço dos
combustíveis, anunciado na noite de quarta-feira (18) pela Petrobras, pode
chegar aos postos de gasolina hoje mesmo, segundo entidades do setor.
Reinaldo Coelho
Abastecer o carro com
gasolina ou óleo diesel vai ficar mais caros nos próximos dias. O aumento no
preço dos combustíveis, anunciado na noite de quarta-feira (18) pela Petrobras,
pode chegar aos postos de gasolina hoje mesmo, segundo entidades do setor. A
estatal subiu em 4,2% o preço médio do diesel nas refinarias e em 3,5% o da
gasolina, após ataques a instalações de uma petroleira da Arábia Saudita
levarem ao aumento do preço do petróleo no mercado internacional.
Como o mercado é
livre, os preços já podem ser alterados na bomba, mas cada posto e
distribuidora é livre para decidir quando fará o reajuste e em que medida.
Todas as distribuidoras começaram a faturar no valor novo a partir da
meia-noite do dia 18/09. Então elas já repassam na hora.
Cada estado e/ou município
ao receber o produto já com o novo preço poderá ou não contabilizar e repassar
para o consumidor. Não é possível saber exatamente quanto [vai subir] porque as
distribuidoras são livres para repassar aos postos o mesmo aumento, um valor
superior ou um inferior.
O mesmo vale para os postos de combustíveis.
Se um posto está com
estoque zerado e recebe a partir de hoje, ou ele repassa ou tem prejuízo. Ele É
necessário esperar alguns dias para saber qual foi o efeito do aumento feito
pela Petrobras para o bolso do motorista. A associação de distribuidoras
ressaltou que o mercado de combustíveis é livre e que quem define o preço na
bomba para o consumidor final são os postos revendedores.
Pois o preço final
envolve outros fatores, além do valor de venda determinado pelas refinarias,
como impostos, logística e remuneração de distribuidores e revendedores. Destaque-se
que duas dessas variáveis —custo do produto e tributos— são responsáveis por
mais de 80% do preço final.
Reação do mercado
Na última
segunda-feira (16), a Petrobras divulgou nota sobre o bombardeio de refinarias
na Arábia Saudita, responsável pela produção de 5% do petróleo mundial, o que
gerou uma imediata elevação dos preços dos combustíveis no mundo. A estatal
informou, na ocasião, que continuaria monitorando os preços do petróleo e não
faria um ajuste de forma imediata.
O último reajuste da
gasolina no Brasil havia sido em 5 de setembro e o do diesel, em 13 de
setembro. Em sua página na internet, a Petrobras explica como funcionam o
mecanismo e as decisões de formação de preços dos combustíveis por ela
vendidos.
“Nossa política de
preços para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras tem como base o
preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes
produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas
portuárias, por exemplo. A paridade é necessária porque o mercado brasileiro de
combustíveis é aberto à livre concorrência, dando às distribuidoras a
alternativa de importar os produtos”, explica, em nota, a estatal.
Segundo a companhia,
a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras são diferentes dos produtos no
posto de combustíveis. São os combustíveis tipo A: gasolina antes da sua
combinação com o etanol e diesel sem adição de biodiesel. “Os produtos vendidos
nas bombas ao consumidor final são formados a partir do tipo A misturados a
biocombustíveis."
Os caminhoneiros descartam
greve
O aumento do diesel afeta
diretamente os caminhoneiros, categoria com forte poder de pressionar o governo
com a ameaça de uma nova greve. Wanderlei Alves, o Dedéco, uma das lideranças
da greve geral do ano passado, disse que os caminhoneiros não devem organizar
nenhuma paralisação em razão do aumento porque entendem que não podem combater
um fator internacional. "Eles [a Petrobras] explicaram que é por causa do
ataque na Arábia Saudita. Então o que vamos fazer, se o combustível no mundo
inteiro está aumentando por causa disso?", disse. "Não vejo
possibilidade de greve. Não tem por que bagunçar o mercado brasileiro." Ele
sugere que os motoristas pesquisem quais postos têm diesel em estoque e, por
isso, conseguirão segurar o aumento.



Nenhum comentário:
Postar um comentário