quinta-feira, 5 de setembro de 2019

SAÚDE EM FOCO - JARBAS DE ATAÍDE


O DISCURSO DAS “QUEIMADAS” E A DOENÇA OCULTA NA AMAZÔNIA.  




           Relembrando o artigo da Tribuna Amapaense- TA de um ano atrás -- “Entre as Matas, a “RENCA” Da Doença Oculta na Amazônia” -- de 04.09.2017 a, venho continuar sobre as questões sobre meio ambiente na Amazônia, onde busquei argumentos em outro artigo publicado no TA em 06.03.2017, antes de toda essa questão, com o tema “Biomas amazônicos: saúde e qualidade de vida”. 

            A criação de áreas protegidas no Amapá, como o Parque Montanhas do Tumucumaque, criado na gestão FHC, em 2002, mostra que decisões sem ouvir as autoridades, as prefeituras e comunidades locais excluiu também a população do Oiapoque, Laranjal do Jari, Calçoene, Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari. Foi criado por decreto e anunciado numa reunião da ONU.
        Consta nos artigos citados:
1. A DEFESA DO HOMEM AMAZÔNICO: defender e preservar a sóciobiodiversidade dos biomas brasileiros é o mesmo que defender o meio ambiente e os habitantes que residem nesses espaços geográficos.
2. ALTERAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E SAÚDE:  A degradação do meio por projetos que alteram a dinâmica dos biomas causam não só a destruição dos animais, aves e plantas, que lá existiam, mas também abre caminho para doenças diversas, pois altera a cadeia produtiva que alimentam os habitantes.
3.  PROJETOS QUE GERAM DOENÇAS: as barragens e hidroelétricas geram energia, mas também degradam os rios, levando a formação de lagos artificiais que se tornam criadouros artificiais dos vetores transmissores de doenças, como Malária, Dengue , Zica e Chikungunya e outras arboviroses.
        Mas entre deixar uma árvore em pé que nada produz, um cerrado improdutivo, uma mata intacta e um rio escondido e intrafegável, prefiro defender o homem, o caboclo, o ribeirinho, o castanheiro, seringueiro, o quilombola, que tira o fruto da terra para sobreviver. 
         Os que defendem a Amazônia, com discursos filosóficos de “conservadorismo barato”, mas que vivem nas coberturas de arranha-céus, com iates e carros de luxo, deveriam primeiro conhecer e sentir as condições em que vivem o povo amazônida, que moram perto dos rios, os extrativistas, os índios e as comunidades interioranas da região. Falam sem conhecimento de causa, pois vivem na cidade, possuem renda, hospitais e boas escolas.  Até mesmo nossos políticos desconhecem isso.
        Portanto, a Amazônia está em foco, com discursos de que “a mata é nossa”, mas esquecem de defender o homem que nela vive, mora em palafitas, adoece, não tem posto médico e remédios, os filhos remam quilômetros para ir à escola, não tem emprego e nem salário, produzindo o pouco para sobreviver. Mata intacta sem oferecer condições de vida aos habitantes, nada ajuda a população.
        Os governos, parlamentares e gestores que não defenderam a Amazônia, deixando nossa fauna e flora a mercê da biopirataria e do comercio internacional, esquecem e ignoram que muitas plantas e produtos biológicos amazônicos possuem potencialidades diversas (medicinal, farmacêutica, alimentícia, estética, etc). Toda essa potencialidade, sem conhecimento, pesquisa e tecnologia, pode não tem valor agregado pelos nossos ribeirinhos, mas na mão dos estrangeiros torna-se uma patente ou produto inovador. 
      Assim concluí meu artigo “Biomas amazônicos: saúde e qualidade de vida”:  “Para termos qualidade de vida e, por conseguinte, saúde pública, precisamos de algumas mudanças: um novo modelo de desenvolvimento autossustentável; uma cultura e educação ambiental desde a infância; retirar o sustento do ambiente sem degradação e destruição; dar valor  aos produtos oriundos dos biomas, visando gerar renda e valor cultural para a economia local.  Valorizando e preservando os biomas amazônicos, teremos os efeitos benéficos sobre a saúde e o meio ambiente. Respeitar os biomas é também respeitar a vida humana”. JARBAS ATAÍDE. 26.08.2019.
     

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