O DISCURSO DAS “QUEIMADAS” E A DOENÇA
OCULTA NA AMAZÔNIA.
Relembrando o artigo da Tribuna
Amapaense- TA de um ano atrás -- “Entre
as Matas, a “RENCA” Da Doença Oculta na Amazônia” -- de 04.09.2017 a, venho
continuar sobre as questões sobre meio ambiente na Amazônia, onde busquei
argumentos em outro artigo publicado no TA em 06.03.2017, antes de toda essa
questão, com o tema “Biomas amazônicos:
saúde e qualidade de vida”.
A criação de áreas protegidas no
Amapá, como o Parque Montanhas do Tumucumaque, criado na gestão FHC, em 2002,
mostra que decisões sem ouvir as autoridades, as prefeituras e comunidades
locais excluiu também a população do Oiapoque, Laranjal do Jari, Calçoene,
Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari. Foi criado por decreto e anunciado
numa reunião da ONU.
Consta nos artigos citados:
1. A DEFESA DO HOMEM
AMAZÔNICO: defender e preservar a
sóciobiodiversidade dos biomas brasileiros é o mesmo que defender o meio
ambiente e os habitantes que residem nesses espaços geográficos.
2. ALTERAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE E SAÚDE: A degradação do meio por projetos que alteram
a dinâmica dos biomas causam não só a destruição dos animais, aves e plantas,
que lá existiam, mas também abre caminho para doenças diversas, pois altera a
cadeia produtiva que alimentam os habitantes.
3. PROJETOS QUE GERAM DOENÇAS: as
barragens e hidroelétricas geram energia, mas também degradam os rios, levando
a formação de lagos artificiais que se tornam criadouros artificiais dos
vetores transmissores de doenças, como Malária, Dengue , Zica e Chikungunya e
outras arboviroses.
Mas entre deixar uma árvore em pé que
nada produz, um cerrado improdutivo, uma mata intacta e um rio escondido e
intrafegável, prefiro defender o homem, o caboclo, o ribeirinho, o castanheiro,
seringueiro, o quilombola, que tira o fruto da terra para sobreviver.
Os que defendem a Amazônia, com
discursos filosóficos de “conservadorismo barato”, mas que vivem nas coberturas
de arranha-céus, com iates e carros de luxo, deveriam primeiro conhecer e
sentir as condições em que vivem o povo amazônida, que moram perto dos rios, os
extrativistas, os índios e as comunidades interioranas da região. Falam sem
conhecimento de causa, pois vivem na cidade, possuem renda, hospitais e boas
escolas. Até mesmo nossos políticos
desconhecem isso.
Portanto, a Amazônia está em foco, com
discursos de que “a mata é nossa”, mas esquecem de defender o homem que nela vive,
mora em palafitas, adoece, não tem posto médico e remédios, os filhos remam
quilômetros para ir à escola, não tem emprego e nem salário, produzindo o pouco
para sobreviver. Mata intacta sem oferecer condições de vida aos habitantes,
nada ajuda a população.
Os governos, parlamentares e gestores
que não defenderam a Amazônia, deixando nossa fauna e flora a mercê da
biopirataria e do comercio internacional, esquecem e ignoram que muitas plantas
e produtos biológicos amazônicos possuem potencialidades diversas (medicinal,
farmacêutica, alimentícia, estética, etc). Toda essa potencialidade, sem
conhecimento, pesquisa e tecnologia, pode não tem valor agregado pelos nossos
ribeirinhos, mas na mão dos estrangeiros torna-se uma patente ou produto
inovador.
Assim concluí meu artigo “Biomas amazônicos: saúde e qualidade de
vida”: “Para termos qualidade de vida e, por conseguinte, saúde pública,
precisamos de algumas mudanças: um novo modelo de desenvolvimento
autossustentável; uma cultura e educação ambiental desde a infância; retirar o
sustento do ambiente sem degradação e destruição; dar valor aos produtos oriundos dos biomas, visando
gerar renda e valor cultural para a economia local. Valorizando e preservando os biomas
amazônicos, teremos os efeitos benéficos sobre a saúde e o meio ambiente.
Respeitar os biomas é também respeitar a vida humana”. JARBAS ATAÍDE. 26.08.2019.


Nenhum comentário:
Postar um comentário