Bioparque da Amazônia
Com a denominação de Parque Zoobotânico, há
mais de 20 anos o estabelecimento esteve fechado, por uma série de motivos,
envolvendo questões administrativas, legais e ambientais. Por meio de um Termo
de Ajuste de Conduta (TAC) de que participaram os ministérios públicos Federal e
Estadual, o prefeito Clécio se comprometeu a trabalhar para que o ambiente
voltasse a funcionar, mudando a concepção zoobotânica para uma integração entre
o homem e o meio ambiente, e prestação de serviços ambientais.

Idosos acima de 60 anos e crianças até 5 anos
têm direito à entrada gratuita. Professores das redes públicas municipal e
estadual, estudantes, crianças de 6 a 12 anos, pessoas com deficiência e
acompanhamento e cadastrados no CadÚnico têm direito à meia entrada. Os demais
grupos de pessoas pagam taxa de entrada única de 10 reais.
O Bioparque da Amazônia tem diversas trilhas
de diferentes níveis de dificuldade, amplo espaço para piqueniques, orquidário,
redário, espaços para interação, meliponário, trilha aquática, tirolesa, casa
na árvore e o ecótono, que é uma área de transição entre três ecossistemas:
mata de terra firme, cerrado e ressaca.
Fotos: Joelson Palheta
De Parque Zoobotânico a BIOPARQUE
Por Edgar Rodrigues
01... Instalado em uma área de 107 hectares,
na Rodovia Macapá-Fazendinha, o BIOPARQUE DE MACAPÁ, antes Parque Zoobotânico
de Macapá, foi criado em 31 de março de 1997, e transformado em Parque
Municipal com o nome de Parque Natural Municipal Arivaldo Gomes Barreto.
Segundo arquivos do Parque, quando aberto, em média 30 mil visitas já eram
realizadas por ano, em sua maior parte por estudantes.
02... O Bioparque de Macapá possui um quadro
de 33 funcionários, entre biólogo, engenheiro florestal, veterinário,
cuidadores e área administrativa. A população de animais está constituída de
aves, mamíferos e primatas. Esse número diminuiu tende a diminuir por
consequência de alguns serem capturados por caçadores ou morreram naturalmente.
Também a tendência é desaparecerem aos poucos, porque a legislação atual não
permite mais a entrada de animais vivendo em sistema de cativeiro. Em 2012, o
Parque foi transformado em fundação, passando a se chamar fundação Parque
Municipal Arivaldo Gomes Barreto, na gestão do prefeito Roberto Góes, passando
a conseguir recursos públicos e privados.
03... Desativado para a visitação do público
há mais de uma década, devido à má conservação, estrutural e dos logradouros
para animais, além de ausência de segurança para os visitantes, diversas
visitas técnicas foram feitas desde a abertura do Parque, uma delas em 2006,
durante a operação nacional e vistoria nos zoológicos brasileiros promovido
pelo IBAMA, resultou no ano seguinte na assinatura do Termo de Compromisso de
Ajustamento de Conduta Ambiental (TAC).
04... Em ação civil pública ajuizada em 2011,
o MPF/AP defendia a retirada de animais e reabertura do local apenas como
Jardim Botânico. Isto porque o parque não atendia às legislações e
regulamentações de zoológicos no Brasil. Com a entrada em vigor da Lei
Complementar nº. 140/2011, o Estado passou a ter competência para aprovar e
licenciar o funcionamento de zoológicos. Com base nisto, o MPF/AP pediu a
adequação do parque à legislação atual e defende a manutenção de fauna e flora
no local. Ao julgar a ação, de imediato, a Justiça em 2007 determinou vistoria
técnica no parque pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) e profissionais da área de saúde animal. O objetivo
foi o de verificar com urgência o estado atual dos animais silvestres ali
abrigados, possíveis vítimas de abusos e maus tratos. A solicitação do MPF/AP
também teve o propósito de atestar a execução de benfeitorias alegadas pela
Prefeitura de Macapá após Termo de Ajustamento de Conduta firmado em 2007.
05... Na ação foi pedida, também, a elaboração
de planejamento para recuperar e reformar o local. A determinação foi cumprida;
a limpeza e a alimentação dos animais passaram a ser rigorosamente controlados.
O prefeito Clécio Vieira determinou a construção de uma nova cozinha e a
locação de geladeiras e freezers, além da contração de uma veterinária. A
alimentação é rigorosamente controlada a sua qualidade e o cardápio de cada
animal.
06... O projeto de revitalização já existe há
mais de sete anos, feito através de um acordo assinado pela MMX Mineração,
junto com o Ministério Público Estadual, em que essa empresa pagaria a
elaboração do Projeto do Zoobotânico. A MMX contratou a empresa Ecotumucumaque,
que elaborou o projeto de revitalização do Parque e o Juiz Federal João Bosco
queria saber por que o projeto não foi implantado. O projeto está orçado em R$
12 milhões e uma emenda da bancada parlamentar foi alocada no Ministério do
Meio Ambiente para a implantação do projeto. Os recursos não foram liberados
pelo MMA, pois deveria ser transformado em Unidade de Conservação, o que não
aconteceu, pois tinha animais em cativeiros o que contraria a legislação, os
recursos forma perdidos.
07... Um acordo firmado entre a empresa
mineradora Ecometals e o Ministério Público do Amapá por danos da empresa ao
meio ambiente através de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), resultante da
exploração de manganês, a Ecometals foi orientada, entre outras condições, pelo
Ministério Público Estadual (MP), a revitalizar o parque. O valor definido no
TAC é de R$ 6 milhões em investimentos no parque. Segundo a prefeitura, são
necessários R$ 16 milhões para a revitalização total do espaço, que mede 107
hectares. Comparativamente, a área do Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi
é de 5,2 hectares. Um campo de futebol tem aproximadamente 1 hectare.
08... Os valores do TAC, junto com verbas
conseguidas pela administração, iriam permitir a reabertura do zoobotânico. A
Prefeitura ofereceu para a reforma R$ 600 mil em recursos próprios, além de R$
2 milhões em emendas parlamentares, que podiam garantir a volta da visitação no
parque para meados de 2015, porém a Presidente Dilma contingenciou em 2014
essas verbas uma do Senador Randolfe no montante de R$ 600.000 do Ministério do
Meio Ambiente e outra do deputado Federal Bala de R$ 1 milhão pela SUDAM. Com o
impasse na mineradora e o contingenciamento dos recursos federais a saída da
administração foi utilizar recursos do município, para revitalização dos
logradouros dos animais e construção de áreas da clínica veterinária e da
cozinha.
09... No final de 2014, com a antiga Bancada
Federal foi negociada a locação de recursos das Emendas Parlamentares
Individuais que é impositiva de R$ 500 mil por deputado, pois as emendas de
Bancada de R$ 13 milhões poderiam ser cortadas pela presidente da República.
10... A administração construiu um viveiro
para a única onça em cativeiro, com um logradouro, com recursos do tesouro,
municipal, em R$ 600 mil, o que irá reforçar a seguranças dos outros
logradouros.
11... Pensou-se em abrir o Parque para o
público no 1º semestre de 2016, mas não foi possível, devido à escassez dos
recursos públicos para a finalidade.
12... 0 atual Parque Zoobotânico de Macapá,
que passa a ter a nomenclatura a partir de 2019, DE BIOPARQUE, além das
mudanças físicas da reforma realizada desde 2015, também terá alteração nas
atrações. A unidade vai dar destaque à botânica e não mais aos animais. Assim,
ele está sendo reaberto com a disposição e determinação de não aceitar mais
animais, conservando os que já estão há anos na instituição, por já estarem
acostumados à vida em cativeiro: ao todo, 32 animais.
13... O Bioparque já tem um grande acervo da
flora, que pode ser visto, por exemplo, na TRILHA DO SACACA, cujas espécies são
raras. O parque também tem um ORQUIDÁRIO e o ECÓTONO, área de transição entre
três ecossistemas: ressaca, cerrado e a floresta amazônica. Ainda não há um
inventário das espécies presentes no Zoobotânico, que tem 107 hectares de área.
Atualmente o parque tem animais como anta, arara, macacos, onças, gato-maracajá
e urubu rei.
14... O Bioparque de Macapá foi fechado para
visitações em 2003, por recomendação do Ibama, para que houvesse adequação à
legislação ambiental. Antes de ser interditado, o local recebia 8 mil
visitantes por mês e tinha cerca de 240 animais. A reforma foi, de fato,
iniciada 12 anos depois, em 2015. A falta de estrutura adequada nos logradouros
teria afetado a saúde de duas onças que viviam no parque, por exemplo.
15... Agora com nova nomenclatura e ampliação
de seu universo, há a intenção de serem realizados no local estudos de plantas
amazônicas, assim como torná-lo um centro de pesquisas para a biodiversidade da
região.
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