quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Dia Mundial do Diabetes: especialista dá dicas de prevenção e controle

Dia Mundial do Diabetes: especialista  dicas de prevenção e controle


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Eugênio Cersosimo, Professor de Medicina e Diretor Científico do Instituto de Diabetes da Universidade do Texas, nos EUA, tira as principais dúvidas sobre a doença
São Paulo, 14 de novembro de 2019 - Apesar de ser considerado o problema de saúde bastante conhecido, o diabetes, que já atinge mais de 12,5 milhões de brasileiros, ainda gera muitas dúvidas e receios em grande parte da população. Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha mostrou que apenas 15% dos entrevistados sabia responder que a doença corresponde ao aumento do nível de açúcar no sangue.
Estimativas indicam que entre 30% e 35% das pessoas não sabe que têm diabetes, ou seja, um terço da população diabética ainda não foi diagnosticada e, portanto, não se cuida e não faz o controle da glicemia.
Há dois tipos distintos de diabetes: um que acomete jovens e tem início avassalador, com demanda imediata de injeções de insulina para sobrevivência, e um outro tipo mais lento, que é o mais comum e atinge adultos e idosos. "O diabetes do adulto é uma doença de aparecimento lento e com poucos sintomas no começo, de forma que os pacientes ignoram ou se adaptam a eles e, em muitos casos, só recebem o diagnóstico quando já enfrentam complicações crônicas", destaca Eugênio Cersosimo, Diretor do Instituto de Diabetes da Universidade do Texas.

O diabetes mellitus é, de fato, caracterizado pela incapacidade do organismo de controlar adequadamente os níveis de glicose no sangue. A insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, normalmente regula os níveis de glicose do corpo, mas em pessoas com a doença são produzidos níveis insuficientes de insulina. O organismo também não responde adequadamente à pouca insulina que produz.
Atualmente, a doença afeta 425 milhões de pessoas no mundo, segundo a Federação Internacional de Diabetes (2017), sendo o Brasil a quarta maior população afetada. São 500 novas pessoas diagnosticadas por dia. Os números preocupam, uma vez que 40 milhões de brasileiros estão pré-diabéticos e 25% devem desenvolvê-lo, nos próximos cinco anos, como aponta a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
"A aderência ao tratamento também é uma barreira que encontramos, uma vez que o portador de diabetes precisa controlar a glicemia com periodicidade e ter disciplina para melhorar o estilo de vida. É necessário ter disciplina e investir no autocuidado", explica o especialista.
Confira as principais dúvidas sobre o diabetes, além de dicas de prevenção e controle:
O diabetes afeta quais órgãos do corpo?
O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nos rins, nos nervos e olhos, tendo relação direta com a catarata e possivel cegueira.
É possível se prevenir?
A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, além de manter uma alimentação saudável e, principalmente, equilibrada. Sem privações, mas, também, sem grandes excessos. A construção de hábitos positivos é diária e tem relação direta com a prevenção de doenças como o diabetes. Também é importante limitar o consumo de álcool e não fumar, pois não existe quantidade segura de cigarro.
O que é o pré-diabetes?
Pré-diabetes é quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para fechar o diagnóstico de diabetes tipo 1 ou 2. É um sinal de alerta do corpo.
Qual a diferença entre os tipos de diabetes?
O diabetes tipo 1 é uma doença crônica não transmissível, hereditária, que representa entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil. Geralmente é diagnosticado na infância ou adolescência e, dependendo da gravidade, pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e outros medicamentos para controlar a glicose. Já o diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida e está associado com hábitos inadequados, obesidade, sedentarismo e hipertensão.
Quais os sintomas do diabetes?
Os principais sintomas do diabete são: desânimo, cansaço, fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia, além de perda de peso, visão embaçada e infecções urinárias e ginecológicas. No adulto, a primeira manifestação pode ser um infarto do miocárdio ou acidente cerebrovascualr, uma infecção urinária, pneumonia ou erisipela. Todos devem soar um alerta e o açúcar no sangue deve ser monitorado. A melhor forma de realizar o diagnóstico precoce é passando em consulta médica regular e buscar ajuda caso perceba qualquer mudança no funcionamento do organismo.
Como funciona o tratamento?
Os pacientes com diabetes do tipo 1 devem aplicar injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores considerados normais. Para essa medição, é aconselhável utilizar um aparelho chamado glicosímetro, capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue durante o dia-a-dia do paciente. Os melhores locais para a aplicação de insulina são barriga, coxa, braço, região da cintura e glúteo. Já para os pacientes que apresentam diabetes tipo 2, o tratamento varia de acordo com o grau de necessidade de cada pessoa e o médico pode indicar medicações variadas para impedir a digestão e absorção de carboidratos no intestino; estimular a produção pancreática de insulina pelas células; e estimular a produção de insulina pelo pâncreas. Para tratar o diabetes, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece alguns medicamentos gratuitamente. Uma das novidades no tratamento para adultos, recém-aprovada no Brasil, é a insulina inalável, que apresenta dados clínicos relevantes e eficácia na redução e segurança glicêmica.
O que é hipoglicemia?
A hipoglicemia é caracterizada por um nível muito baixo de glicose no sangue, comum em pessoas com diabetes tratadas com insulina. Para evitar a hipoglicemia, é muito importante manter os níveis de glicose dentro da meta individual orientada pelo médico.

Por que o pé do diabético deve contar com cuidados especiais?
Algumas feridas podem aparecer no pé das pessoas com diabetes e têm difícil cicatrização por causa dos níveis elevados de açúcar no sangue. A complicação é comum quando o diabetes é mal controlado. Cerca de 25% dos pacientes com diabetes desenvolve úlceras nos pés.

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