segunda-feira, 25 de novembro de 2019

SAÚDE EM FOCO - JARBAS DE ATAÍDE


    COPAÍBA: AÇÃO NEURO REGENERATIVA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS



             A Amazônia, a sua rica sociobiodiversidade, é largamente empregada pela Medicina Popular. Estudos de suas plantas, produtos naturais e biofármacos é tema constante de encontros, congressos e conferencias. Fiquei sabendo que a Copaíba (Copaifera langdorffii ) foi tema de estudo em Conferencia Internacional em Utha-USA , em setembro/2019, e S. Paulo, em Outubro/2019.
           A ação antioxidante, antinflamatória e analgésica da oleorresina da copaíba é confirmada pelos estudos divulgados, tanto na Conferencia Internacional (USA), quanto na Nacional (S. Paulo-BR), em que foi destacado a ação neuroprotetora da  copaíba.
         Em 2017, escrevi um artigo falando da ação antioxidante e neuroprotetora dos flavonoides nas doenças neurodegenerativas, que foi tema de estudos na Faculdade de Ciências Medicas da  Santa Casa de São Paulo. 

        Os estudos concluíram que “os flavonoides apresentam grande potencial neuroprotetor , com  atuação em diversas vias ...neuronais por meio de mecanismos  antioxidantes e antinflamatórios,...importante alternativa terapêutica nas doenças neurodegenerativas...como Alzheimer e Parkinson”. (Santana MG et al, 2017).
           Essa mesma propriedade neuroprotetora e neuroregenerativa vem sendo atribuída também aos óleos essenciais, como o beta-camazuleno, metabólito do grupo das lactonas sesquiterpênicas, presente também na copaíba, com efeitos antimicrobianos, citotóxicos, antitumoral, antiulcerativo e anti-inflamatório, com atuação no Sistema Nervoso Central(SNC),retardando ou inibindo o processo neuroregenerativo.
O beta-camazuleno, além da copaíba, está presente em outras plantas conhecidas há milênios como temperos ou especiarias, como o cravo-da-india (Eugenia caryophyllata), gengibre (Zingiber nimmoni), pimenta-do-reino (Piper nigrum) e capim-marinho (Cibopogum citratus), que agem através de vários mecanismos:
1)            NA REGENERAÇÃO CELULAR: causada pelo estresse oxidativo e efeito citotóxico de espécies reativas de O2 ou radicais livres.
2)            NA INIBIÇÃO DA  APOPTOSE (autodestruição celular), que seria desencadeada por fatores de estresse intracelular , como irradiações, agentes quimioterápicos (corticoides, psicotrópicos), vírus, bactérias e ausência  de fatores de crescimento celular (enzimas, vitaminas, minerais, neurotransmissores);
3)            REGENERAÇÃO DE AXÔNIOS E DENDRITOS das células neurais, que levam estímulos às conexões e sinapses, evitando ou reduzindo o déficit cognitivo (concentração, atenção e memória);
4)            INIBIÇÃO DE VIAS PRO-INFLAMATÓRIAS: atuando nos receptores carabinóides do tipo 2 (CB2), presentes em menor quantidade no cérebro e em maior quantidade em outros órgãos do corpo (sistema imunológico e hematopoiético).
Antes se pensava que as células nervosas (neurônios) não se regeneravam após lesões ou traumas. Hoje, os estudos recentes confirmam que são “capazes de responder a informações moleculares do meio extracelular que instruem o processo de maturação, induzindo a regeneração neurológica em situações patológicas, tais como traumas e doenças neurodegenerativas”.
Esses efeitos, atribuídos aos óleos essenciais, foram descritos em trabalho científico de doutorado apresentado na Universidade Federal de Ribeirão Preto- SP (2014) e são capazes de atuar na neuritogênese e desaceleramento, inibição ou prevenção de doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Alzheimer, Demências e Traumas cerebrais (Ferreira, D.A.S, 2014).
Atuariam, também, na melhora dos sintomas  e déficit cognitivo( atenção, concentração e hiperatividade) do Autismo (DDA e TDAH), pela inibição de estímulos pró-inflamatórios e ação  nos receptores carabinóides tipo 2 (CB2), presentes em maior quantidade nos órgãos do sistema  hematopoiético e imunológico ( baço, timo, amigdalas, linfonodos, intestino e ossos longos).               
  

          



 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...