Como
lidar com as frustrações
Maiara
Pires
“Em que
vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que
estejais por um pouco contristados com várias tentações” (1 Pedro 1.6).
Você
sabia que as frustrações fazem bem ao cérebro e que ele se expande quando as
experimentamos? É o que diz a ciência. Sabendo disso – porque em Cristo estão
escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência – o nosso Senhor Jesus
inspirou o apóstolo Pedro a escrever para nós dizendo que é necessário que
estejamos por um pouco contristados com várias tentações.
Pedro
não detalha os pormenores, como faz a ciência. Ele só diz que é para que a
prova da nossa fé, “muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado
pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo”
(1 Pedro 1.7).
Chego à
conclusão de que Pedro não entra em detalhes que é para nos incentivar a viver
pela fé, como orienta o evangelho: “Mas, o justo viverá da fé” (Romanos 1.17).
Pois, logo em seguida ele continua fazendo referência a Cristo: “ao qual, não o
havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com
gozo inefável e glorioso, alcançando o fim da vossa fé, a salvação da alma” (1
Pedro 1.8-9).
Ao viver
pela fé, experimentamos tudo (e mais um pouco) o que a ciência tenta explicar.
Vamos além dos livros seculares, além de tudo o que a sabedoria desse mundo é
capaz de desvendar. E tudo isso a partir de uma esperança que Pedro fala que é
viva, para a qual fomos gerados segundo a grande misericórdia de Deus, pela
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.
Gerados
para “uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar,
guardada nos céus para vós que, mediante a fé, estais guardados na virtude de
Deus, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo” (1 Pedro
1.4-5).
E sabe
por que o evangelho nos estimula a viver pelo que cremos e não pelo que vemos?
Porque as coisas que se veem são temporais e, as que não se veem são eternas (2
Coríntios 4.18). O que se vê, logo passa, se desvanece, acaba. Quando Pedro diz
que estamos guardados para a salvação já prestes a se revelar no último tempo
significa que, em breve, ela se revelará, ou seja, não vai demorar muito para
Jesus voltar.
E a fé é
quem nos traz essa sensação de proximidade, de que estamos perto de Cristo, e
de que Ele não retarda a sua promessa de voltar para nos buscar para as moradas
celestiais. Já a incredulidade, só nos permite enxergar o que está a um palmo
do nariz, nos impedindo de ir além do que olhos podem ver trazendo a sensação
de distanciamento e de que nada vai acontecer.
E aí vem
o evangelho para reafirmar a nossa confiança na promessa da vida eterna: “Pelo
que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo,
vivemos ausentes do Senhor (porque andamos por fé e não por vista). Mas temos
confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2
Coríntios 5.6-8).
E,
então, o anseio para ver Jesus face a face vai consumindo os nossos dias,
continuamente, e vamos experimentando qual a seja a boa, perfeita e agradável
vontade de Deus para as nossas vidas (Romanos 12.2).
O que
diz a ciência
Agora,
voltando para o que a ciência diz a respeito das frustrações. Segundo a revista
Mente Curiosa, saber lidar com as frustrações é um processo de aprendizado e
amadurecimento emocional que faz bem ao cérebro.
A
publicação revela uma pesquisa da Universidade Estadual de Michgan que
comprovou, em uma análise de 2011, que o cérebro desencadeia sinapses no
momento em que cometemos um erro. Isto quer dizer que, mesmo inconsciente de
sua falha, o cérebro realiza conexões neurais benéficas. A sinapse é a
transmissão de um impulso nervoso de um neurônio para uma célula receptora com
o objetivo de causar uma resposta do organismo.
A
conclusão do estudo descreve, então, que os deslizes desafiam o cérebro. E é
justamente nesses momentos de esforço que o cérebro se expande.
O
aprendizado com esses deslizes reside nas emoções negativas que são geradas com
estas situações. Segundo a psicóloga Sálua Omais, estas emoções negativas
funcionam como importantes ferramentas de sobrevivência ao avisarem ao corpo e
ao cérebro que algo ou alguém nos machucou. “Na próxima vez que um evento
semelhante ocorrer, as chances de reagir de maneira melhor ou de evitar tal
conflito são maiores”, explica.
E sabe o
que a ciência diz para que possamos superar as dores causadas por estes
momentos de adversidade? Enxergar o lado positivo que há por trás dos erros.
Isso me lembra o que Jesus ensinou aos discípulos: olhai tudo com bons olhos
(Mateus 6.22-23).
E sabe
quem entra em cena para nos ajudar, se a gente chamar? O Espírito Santo. Além
de nos guiar, Ele também vai nos consolar e nos convencer a não exigir tanto de
nós mesmos. Pois, esse processo de superação da dor requer um esforço pessoal
para conseguirmos enxergar o lado positivo das coisas e não ficar se culpando
pelo erro cometido, ruminando o deslize.
Mais uma
vez, a fé surge como grande aliada nesse tratamento das emoções, assim como o
simples ato de orar: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas
petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com
ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os
vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6-7).
Fazer o
que o apóstolo Paulo orientou a respeito dos pensamentos, também é uma boa dica
para olhar tudo com bons olhos: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro,
tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor,
nisso pensai” (Filipenses 4.8).
E, por
fim, uma grande lição a se tirar de uma frustração é aquela máxima de “não ir
com muita sede ao pote”, sabendo trabalhar a expectativa e ter em mente a
possibilidade de sucesso e de falha.
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